Vamos iniciar essa história a partir de 2008 e as transformações da Bienal.
Com 350
expositores, Bienal espera 1 milhão de visitantes e negócios em alta: a 20ª
Bienal Internacional ocorre em um ano que é marco nos resultados do setor.
Porque? A)
Há uma visão mais amplificada de possibilidades. B) As iniciativas
governamentais fazem efeitos internos e externos no mercado editorial.
Assim,
2008, no espaço de 70mil m², 21 milhões de reais investidos, 350 expositores
(nacionais e estrangeiros), e 900 selos editoriais, queremos saber o que há de
novo? A presidente da Câmara do Livro, Roseli Boschini, organiza o evento. A
novidade é o espaço de 2 mil m² para setor livre infantil. Tudo acontecendo em
conjunto com o 7º Congresso Ibero Americano de Editores. Que acentua as
afinidades com a origem: são os 200 anos da vinda da Família Imperial.
Então, o que é o desafio?
Entender. E atender o mercado: 190 milhões de habitantes, 55% é
a porcentagem considerada de leitores. Este é o estudo Retratos da Leitura do
Instituto Pró-Livro. Que considera leitor quem leu pelo menos um livro até 3
meses antes da pesquisa. Neste ano da pesquisa, 310 milhões de livros rendem
2,8 bilhões de reais. A seqüência de aumentos, 14% a mais que a produção
anterior, e 11% no faturamento. Então, vamos conversar agora sobre a Editora
Global. O Diretor, Luiz Alves Jr., diz: “É hora de diversificar a produção, ir
a campo, testar novos livros, autores, encontrar nichos diferenciados”. E o que
ele fez? Apostou na periferia, “quero ficar próximo à linguagem de pessoas de
menor poder aquisitivo. Abrimos as portas para além das livrarias”. Ele faz lançamentos
nas comunidades e ainda diz: “Ler é uma questão política de inclusão social”.
Então,
vamos avaliar mais um pouco de pesquisa. O que diz a Euromonitor? Que o Brasil
lê pouco. São dois livros por pessoa. Enquanto os chineses, lêem 6; os
japoneses, 11; italianos, 5.
E porque o brasileiro lê pouco?
A) falta estímulo à leitura. B) não há modelo dentro de
casa. C) as crianças não vêem os pais lerem. Com o que concorda a Editora
Executiva da Calli, Miriam Gobbi, especializada em literatura infantil. Já a
resposta da pesquisa Pró-Livro indica: 17% lê devagar. 11% não tem paciência.
7% não compreende o que lê. E 7% tem falta de concentração para livros.
Podemos
também enumerar: qual a qualidade da educação? E a questão de saúde?
O diretor
da Editora Melhoramentos, Breno Lerner, considera: “Brasileiro adora ler”.
Como ele
pode pensar assim? Simples, sua editora é multicanal: livraria, internet, venda
direta porta a porta. Vendo o aumento de 40% nas vendas, ele tem razão de
pensar assim. Então, qual é o problema? Ele diz: “O problema é a livraria,
estar distante das pessoas. A classe C e D aumentou consideravelmente, ano a
ano, as compras em livros. Mas não vai às livrarias.
Fantástica
a conclusão que ele chegou!
Agora, a questão das bibliotecas.
A pesquisa indicou, 90% dos municípios têm biblioteca.
Menos de 10% dos entrevistados da pesquisa, freqüentam. E porque? A biblioteca
tem que estar atualizada! Com este conceito, a CBL diz: “A renovação do mundo
editorial começa assim, as editores estão atuantes na CRIAÇÃO DE PÚBLICO.
Acontece que agora, as empresas ESTÃO PATROCINANDO!
É mesmo?
Quem? Nesta Bienal, participam do patrocínio, a Volkswagen, Petróleo Ipiranga,
HSBC, Submarino.
E A GRANDE NOVIDADE DO SETOR:
A CBL ASSINOU CONVÊNIO COM APEX-BRASIL (Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e Investimentos). Nesta época, o presidente é
Alessandro Teixeira, que diz na Bienal: o mercado editorial brasileiro é muito
fechado, não divulga, nem vende suas obras no exterior. “É HORA DE MUDAR ISSO”.
E qual o
objetivo da CBL com este convênio? Vender direitos autorais de brasileiros no
comércio internacional. E participar de feiras e eventos internacionais. Sugere
o investimento de 1 milhão de dólares, 50% rateado entre as 28 editoras inscritas:
Melhoramentos, Cosac Naif, Calles, Global, Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo, SENAC, UNESP, Gente...
Resultados
anteriores da APEX: de 9 mil títulos vendidos, 2 milhões e 900 exemplares,
receita 5 milhões de dólares. Direitos autorais, 194 milhões de reais
arrecadados.
Diz: O
Brasil tem imagem de excelência na produção de livros. O Brasil é competitivo
na oferta e pode atender mercado europeu, latino e até chinês.
Ainda vamos
prosseguir este assunto com mais detalhes.
Acompanhe.
Fonte:
Valor Econômico dos dias 8, 9, 10 e 11 de agosto de 2008.
© Equipe
Wolff / MW.
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