segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Hoje o livro é o personagem de nossa estória

Vamos iniciar essa história a partir de 2008 e as transformações da Bienal.

Com 350 expositores, Bienal espera 1 milhão de visitantes e negócios em alta: a 20ª Bienal Internacional ocorre em um ano que é marco nos resultados do setor.
Porque? A) Há uma visão mais amplificada de possibilidades. B) As iniciativas governamentais fazem efeitos internos e externos no mercado editorial.
Assim, 2008, no espaço de 70mil m², 21 milhões de reais investidos, 350 expositores (nacionais e estrangeiros), e 900 selos editoriais, queremos saber o que há de novo? A presidente da Câmara do Livro, Roseli Boschini, organiza o evento. A novidade é o espaço de 2 mil m² para setor livre infantil. Tudo acontecendo em conjunto com o 7º Congresso Ibero Americano de Editores. Que acentua as afinidades com a origem: são os 200 anos da vinda da Família Imperial.

Então, o que é o desafio? 

Entender. E atender o mercado: 190 milhões de habitantes, 55% é a porcentagem considerada de leitores. Este é o estudo Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro. Que considera leitor quem leu pelo menos um livro até 3 meses antes da pesquisa. Neste ano da pesquisa, 310 milhões de livros rendem 2,8 bilhões de reais. A seqüência de aumentos, 14% a mais que a produção anterior, e 11% no faturamento. Então, vamos conversar agora sobre a Editora Global. O Diretor, Luiz Alves Jr., diz: “É hora de diversificar a produção, ir a campo, testar novos livros, autores, encontrar nichos diferenciados”. E o que ele fez? Apostou na periferia, “quero ficar próximo à linguagem de pessoas de menor poder aquisitivo. Abrimos as portas para além das livrarias”. Ele faz lançamentos nas comunidades e ainda diz: “Ler é uma questão política de inclusão social”.
Então, vamos avaliar mais um pouco de pesquisa. O que diz a Euromonitor? Que o Brasil lê pouco. São dois livros por pessoa. Enquanto os chineses, lêem 6; os japoneses, 11; italianos, 5.

E porque o brasileiro lê pouco? 

A) falta estímulo à leitura. B) não há modelo dentro de casa. C) as crianças não vêem os pais lerem. Com o que concorda a Editora Executiva da Calli, Miriam Gobbi, especializada em literatura infantil. Já a resposta da pesquisa Pró-Livro indica: 17% lê devagar. 11% não tem paciência. 7% não compreende o que lê. E 7% tem falta de concentração para livros.
Podemos também enumerar: qual a qualidade da educação? E a questão de saúde?

O diretor da Editora Melhoramentos, Breno Lerner, considera: “Brasileiro adora ler”.
Como ele pode pensar assim? Simples, sua editora é multicanal: livraria, internet, venda direta porta a porta. Vendo o aumento de 40% nas vendas, ele tem razão de pensar assim. Então, qual é o problema? Ele diz: “O problema é a livraria, estar distante das pessoas. A classe C e D aumentou consideravelmente, ano a ano, as compras em livros. Mas não vai às livrarias.
Fantástica a conclusão que ele chegou!

Agora, a questão das bibliotecas. 

A pesquisa indicou, 90% dos municípios têm biblioteca. Menos de 10% dos entrevistados da pesquisa, freqüentam. E porque? A biblioteca tem que estar atualizada! Com este conceito, a CBL diz: “A renovação do mundo editorial começa assim, as editores estão atuantes na CRIAÇÃO DE PÚBLICO. Acontece que agora, as empresas ESTÃO PATROCINANDO!
É mesmo? Quem? Nesta Bienal, participam do patrocínio, a Volkswagen, Petróleo Ipiranga, HSBC, Submarino.

E A GRANDE NOVIDADE DO SETOR: 

A CBL ASSINOU CONVÊNIO COM APEX-BRASIL (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Nesta época, o presidente é Alessandro Teixeira, que diz na Bienal: o mercado editorial brasileiro é muito fechado, não divulga, nem vende suas obras no exterior. “É HORA DE MUDAR ISSO”.
E qual o objetivo da CBL com este convênio? Vender direitos autorais de brasileiros no comércio internacional. E participar de feiras e eventos internacionais. Sugere o investimento de 1 milhão de dólares, 50% rateado entre as 28 editoras inscritas: Melhoramentos, Cosac Naif, Calles, Global, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, SENAC, UNESP, Gente...
Resultados anteriores da APEX: de 9 mil títulos vendidos, 2 milhões e 900 exemplares, receita 5 milhões de dólares. Direitos autorais, 194 milhões de reais arrecadados.
Diz: O Brasil tem imagem de excelência na produção de livros. O Brasil é competitivo na oferta e pode atender mercado europeu, latino e até chinês.

Ainda vamos prosseguir este assunto com mais detalhes.
Acompanhe.
Fonte: Valor Econômico dos dias 8, 9, 10 e 11 de agosto de 2008.
© Equipe Wolff / MW.

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