terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Eu quero contar pra vocês uma estória:


Uma moça chamada Nely que estava no Rio Grande do Sul e perdeu a mãe. O pai dela era um bêbado que arranjou uma amante prostituta. E a Nely, às vezes, tinha que pegar o pai no bar, caído no chão de tão bêbado. E ela trazia para casa com a maior paciência. Tratava o pai dela com um carinho! Essa estória é real e nunca esqueci! A voz da moça parecia uma música, de tão bonita. E a moça era lindíssima (talvez eu ainda tenha a foto dela e a irmã, Nelcy). Aí, ela cuidava daqueles irmãozinhos - uma trupe de 7 irmãos! Quer dizer, ela, uma moça linda, solteira, cuidava do pai bêbado e mais 7 irmãos, e não perdia a paciência. Falava com um amor infinito. Ficou gravado, esta cena, em minha memória. Porque esta foi um modelo de irmã.
Essa semana apareceu uma notícia: um casal foi sequestrado em São Paulo (não sei se você soube dessa estória de sequestro relâmpago). Eram dois bandidos. Um desceu e mandou o outro comparsa deixar o marido dela para dirigir o carro. Arrancou todos os cartões da mulher, desceu e foi no banco. Mandou fazer a volta para ele poder pegar o carro na saída do banco. Não tinha onde o carro ficar ali parado. Assim, o motorista sequestrado fez a volta e viu que tinha uma Unidade de Polícia Militar. O marido que dirigia, deu um só olhar para a mulher. Ela, pelo espelho retrovisor, deu um olhar dizendo que sim. Ele entrou em alta velocidade pelo acostamento, abriu a porta, saiu correndo, enquanto ela deu uma chave de braço no pescoço do cara. Fizeram isso ao mesmo tempo. Foi tão rápido, que o ladrão não teve tempo de reagir. Ele poderia ter levado um tiro dos próprios policiais. Gritou: “Não sou bandido, estou sendo sequestrado ”, levantou os braços e foi entrando.
O casal se salvou porque se entendia pelo olhar. Pensei: sim, é o verdadeiro casamento. É a coisa mais linda que tem! Um olhar para o outro, e o outro entende e dá resposta. E naquele olhar, eles combinaram. Aqui é uma verdadeira estória de amor.
Porque só existe isso - quando basta um olhar e se entendem - quanto há unidade de alma.
O mesmo se refere aos irmãos. Basta um dizer quando o outro estiver agressivo: meu irmão, o que está faltando para você?
Não estou doutrinando. Só estou demonstrando que diferença faz, na convivência, os bons modos. Porque a beleza da mulher passa. Minha mãe era uma mulher linda. O pai morria de ciúmes dela. Fechava as janelas do apartamento, em pleno verão 40°, para o vizinho do outro bloco não olhar a beleza da mãe. Ela se penteava e o espelho era próximo à janela. Ah, ele ficava com um ciúmes louco.
Ciúmes do decote, as pernas, mil coisas eram pretextos para cenas de ciúme. Então a beleza da mulher passa. Mas a mãe sempre foi linda por dentro. Lindíssima. O pai se derramava de amor. A gente ia pelas estradas aqui da região, e ele se declarando de amor na ida e na volta. Ele dizia pra mim: “Eu sou apaixonado pela sua mãe. Amo sua mãe de paixão!”. Então, isso é o máximo para uma mulher, hein!
E aquela beleza toda da juventude se foi. Mas para ele, ela continuava linda! Para uma mulher conseguir isso - ela tem que ser bonita na convivência. O que eu quero te dizer é - vamos embelezar o espírito na convivência. Quando reunir a família, vamos nos alegrar. Que isto embeleza o espírito!

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