Por Equipe Wolff
O artista e sua arte
Reinaldo: O artista precisa ser compreendido no seu todo. Não
pode ser analisado parcialmente. É preciso que ele seja visto com a arte que
ele expressa.
Jehane: Com certeza. Eu vi um filme até, recentemente, que
se chama “A vida dos outros”. Um filme que me tocou muito, que eu acho que
conta também um pouco disso tudo. Porque a gente está aqui em representações, a
gente está em palco. Mas fora disso tudo há algo muito maior. É na alma. Tinha
uma música, que um artista estava tocando, que era a música dos homens justos,
dos homens bons. Depois que as pessoas estavam na vida dos outros, nesse filme.
Depois que as pessoas tomavam conta da vida deles, porque as pessoas eram
perseguidas, e tudo, depois que as pessoas ouviam essa sonata do homem bom, ele
se transformou num homem justo. E ele protegeu esta pessoa. Então, eu acredito
na transformação social.
R: A mãe, como escritora, e uma das primeiras jornalistas
deste país, por ser jornalista veterana, anterior à faculdade e tudo isso, ela
foi capaz de gerar um novo estilo, que atualmente está muito em voga, e está
como pós-graduação, é o jornalismo literário. Em que há o aspecto artístico, no
trabalho do jornalista. Não apenas como captador da notícia, mas influir na
tomada de decisões de uma forma positiva. E gerar na pessoa, uma iniciativa
positiva. E depois, se você ler o trabalho dela, tenho certeza que vai gostar
muito.
J: Ah, vou gostar muito!
Felicidade
R: Então, o que é necessário para um relacionamento ser
feliz?
J: No âmbito geral, acho que o respeito está acima de tudo.
O respeito é algo que vai além de tudo. Porque cada um é um ser humano que tem
suas crenças, tem sua formação... Seus valores imbuídos desde pequeno. Então,
eu acho que o respeito por isso tudo, vai numa compreensão maior. É muito difícil,
mas acho que é algo fundamental.
R: O respeito não seria basicamente por você compreender a
outra pessoa?
J: É mais do que apenas compreender. Porque pode compreender
e não aceitar. Mas entender, ou a gente pode respeitar. Respeitar por mais que
aquilo doa, mas é respeitar. Por exemplo, se eu tivesse que viajar a trabalho,
ou qualquer coisa assim, eu acho que, um ser humano que ama, que gosta, que
entende, ele respeita algumas decisões também.
R: Isso mesmo. Então, você já encontrou a sua cara metade?
J: Não. Não encontrei. Eu vislumbro isso, eu consigo
imaginar. Porque o ator, em si, não precisa viver aquela experiência, pra ele
representar aquilo. Ele não precisa. Porque se ele fosse matar alguém, numa
novela, ele precisaria matar alguém na vida real? Não, isso não existe. Ele não
precisa disso. Ele está aberto a novas experiências, né? Então eu tenho
vislumbres do que é isso. Imagino. Eu consigo atingir um pouco esse sentimento,
como artista. Mas no âmbito pessoal, não.
J: Concordo.
O artista e a realidade de sua vida
R: O ator precisa ter uma auto-análise como forma de
reciclagem.
J: Claro. Concordo plenamente e isso eu faço muito todo dia,
e eu gosto muito de uma frase de Einstein: “Infelizmente as almas grandiosas se
deparam com almas medíocres”. Agora o ser humano que está além disso, acima,
ele acaba se deparando com almas medíocres.
Fotos e editoração: Arthur Wolff
Digitação: Vitória Wolff
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