terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

As lições de Delfim Neto


Delfim e Dornelles estão no seminário que comemora os 200 anos do Ministério da Fazenda.
Dornelles, ex-ministro da Fazenda no Governo Sarney, em entrevista para o Jornal do Commercio, de 09/09/2008, diz: “Estão começando do final. Primeiro é preciso definir como serão feitos os investimentos para exploração do Pré-Sal. Antes de saber isto, já estão discutindo como distribuir”.

O ex-ministro da Fazenda, Delfim Neto, diz: “O modelo de hoje é aberto. O governo pode cobrar o que quiser, e se o investidor aceitar, ele vem. A futura exploração do Pré-Sal deve se basear nas 3 estruturas que tem. 1) Petrobrás. 2) Agência Nacional de Petróleo. 3) O Fundo Soberano do Brasil. Os 3 para administrar os recursos. Delfim também manifestou preocupação com os dólares que entrarão no país com a exportação do óleo do Pré-Sal. Se esse dinheiro não for bem administrado, pode levar a uma super valorização do real e prejudicial a outros setores produtivos”.

Vamos então, aqui, fazer uma revisão das aulas do economista Delfim Neto, em artigo do Valor Econômico. 

Em 2/09/2008 ele diz: “Temos muito a aprender com a experiência da Noruega - o único país do mundo que transformou, de maneira adequada, uma riqueza inesperada. Estou falando da descoberta de um recurso não renovável: o Petróleo.
A NORUEGA AGIU COMO UM ESTADO INDUTOR. COMO?
1) A economia do país estava em déficit, quando alcançou sua libertação com a descoberta deste petróleo.
A NORUEGA TRANSFORMOU ESTA DESCOBERTA, NO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL PARA ATUAIS E FUTURAS GERAÇÕES.
COMO ISSO É POSSÍVEL?
Com uma taxa de câmbio favorável para fortalecer os setores industriais e serviços.
Evitou destruir estes setores pela taxa de câmbio inapropriada.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
A verificação, revelada pela estória de muitos países é: exploração de recursos naturais, de forte demanda externa, pode ser uma “tragédia”.
E PORQUE?
A curto prazo, há valorização cambial temporária. Isto levou, nestes países analisados, à perda definitiva da competitividade de alguns setores.
COMO ASSIM?
Pela redução do lucro.
E QUAL A CONSEQUÊNCIA?
a) Leva à desatualização tecnológica. Hoje em dia, uma geração de nova tecnologia, varia de 3 a 5 anos.
b) Aumenta a penetração externa.
c) Reduz os ganhos internos.
Estes são os ganhos que se transferem para todas as indústrias nos países exportadores que entraram no país.
NESTE CASO, O QUE FEZ A NORUEGA QUE DEU TÃO CERTO?
2) A proteção bem escolhida e temporária, cria as vantagens comparativas definitivas, afinal: o aprender-fazendo, é a realidade. Sobre estes conceitos a Noruega montou os pilares da administração, dos recursos não renováveis.
E O QUE ACONTECEU?
Assegurou a internacionalização dos seus próprios processos industriais, de sua exploração do Petróleo.
E O QUE MAIS?
Também de sua competitividade nos outros setores de bens e serviços, de alta tecnologia no mercado mundial. A experiência norueguesa pode ser para o Brasil uma inspiração adequada”, ele diz.

Muito obrigado, Ministro Delfim Neto, pela sua inteligente avaliação! // Equipe Wolff / MW. 

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