Ainda adolescente, e já vivia “uma crise existencial de
tédio”, em São Paulo.
Subitamente, meu avô “parte para a longa viagem”. E nada
mais óbvio: vim para o Rio de Janeiro morar com minha avó. A companhia dela me
fez muito bem – eu a amava verdadeiramente. E a tal “crise” passou como por
encanto. Embora o objetivo da minha vinda era para EU dar a ELA o conforto da
minha companhia. Ironias da vida. Eu quis ajudá-la para não ter o desespero da
solidão – e ELA é que me fortaleceu. E porque estou contando tudo isso? Sempre
gostei muito de ler, desde pequena. Aos 2 anos, eu vivia com lápis e cadernos
nas mãos. Dizia: “Quélo lê” (quero ler!). Assim, meu tio, por muito tempo, me
chamava de Lolê.
Indo para o Rio de Janeiro, levei um livro fininho: A Voz do
Silêncio. Na primeira página, uma caligrafia bonita escreveu: “Gostaria de ter
escrito este livro”. Esta é a única vez que minha mãe, escritora, enaltece um
livro com este grau de admiração. Despertou minha curiosidade na hora. O que
terá de tão precioso neste livro?
Hoje encontro, nas anotações de meu pai, um esquema básico:
CONCEITOS DE TEOSOFIA DE MADAME BLAVATZKY
Ah! Aquela que escreveu “A Voz do Silêncio”! Então, as
anotações que encontrei do Patriarca Wolff passo aqui para você amigo
leitor-AFI.
Atrás de todo o movimento há o repouso.
Atrás de todo ruído há o silêncio.
Atrás do movimento e música das esferas (* refere-se ao som
do movimento dos astros no espaço sideral) há o equilíbrio de Deus.
Todos os planetas e seres viventes se movem. Deus é
imutável. E nada há em seus vastos domínios que possa perturbar a SUA PAZ, tão
firmemente fundamentada. “Também vós, se quereis o êxito, deveis querer a paz”.
É aquele poder de equilíbrio Divino que nada no mundo externo pode sacudir. Nem
circunstâncias adversas, destruir. “Deveis libertar o Poder giroscópico de
vossa alma: à Paz de Deus”. Assim disse Madame Blavatzky, o que eu entendo, nos
termos de hoje significa: voltar-se para dentro de si mesmo, e buscar a Luz
Divina. É invocar a Luz Divina em seu ser.
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