Muito
inteligente. Os olhos muito brilhantes, de quem tem satisfação no que faz. Pessoa vivaz,
respeitadora, humana. Apreciamos muito conhecer a profissional em Odontologia,
Edina Melo.
REINALDO
WOLFF: Para você, que é filha de um construtor, teve que ter coragem de mudar
diametralmente de campo de trabalho. Não é mesmo? A tendência natural seria seguir o caminho
de seu pai, optar por este ramo. O que levou à escolha de um outro campo profissional?
EDINA
MELO: A odontologia sempre foi o que eu gostei. A minha paixão. Tive muita
vontade de fazer. Até meu próprio pai falou: tem que seguir, deve fazer o que gosta, quem trabalha no que gosta, no trabalho se diverte. E segui o que
eu gostava mesmo, na oportunidade que tive, que era praticamente tudo pra mim.
E por fim nenhuma das filhas, queria estudar engenharia. Assim sendo, uma já é advogada, a outra ainda está cursando Direito, já eu, sou formada em Odontologia.
REINALDO
WOLFF: Sua escolha profissional - qual a influência que lhe trouxe a definição
do que ia seguir? Quem lhe influenciou desde o início? Teve apoio familiar?
EDINA
MELO: Não tive apoio familiar nenhum para fazer odontologia, na fase de
escolha. Quanto a custear, sim. Já na faculdade sim, meu pai pagou tudo. Mas apoio do tipo... “Acho que você deveria fazer” - isso não aconteceu. Eles acham que não
deveria fazer odonto. No máximo fazer medicina. Porque fazer odontologia, é
complicado para você se estabelecer, ganhar seu dinheiro, ter sua vida, né? Eu
fiz tratamento ortodôntico durante muito tempo, e eu vendo o tratamento como
era - eu fiquei apaixonada pelo odontologia.
REINALDO
WOLFF: O que falta para melhorar a odontologia hoje no Brasil?
EDINA
MELO: Os profissionais valorizarem a profissão. Parar de trabalhar em clínica
popular e de abrir clínicas assim: atender de forma corrida, sem esterilizar,
muitas vezes colocam dentista que não é ainda nem formado, e já está ali
trabalhando. E com secretária e tudo.
REINALDO
WOLFF: Quais as características ideais que a pessoa tem que ter para exercer
esta profissão?
EDINA
MELO: A primeira é determinação e perseverança, porque é muito difícil no começo.
Gostar de estudar. E... não ter medo de trabalhar.
REINALDO
WOLFF: Sente decepção quanto à realidade profissional? Se sente realizada?
EDINA
MELO: Ainda não me sinto realizada. Mas sei que um dia “eu vou conquistar”.
REINALDO
WOLFF: Tem saudade dos tempos de faculdade?
EDINA
MELO: Muita!!
REINALDO
WOLFF: Como se sentia nestes tempos de muito estudo?
EDINA
MELO: Ah, a gente era muito estressada! Eu já parei algumas vezes no hospital
estressada, desmaiada. Essas “coisinhas” assim! Mas valeu a pena - o stress é
que eu fazia muita coisa ao mesmo tempo, estágio, cursos, e faculdade. Mas é
assim, no final das contas, tudo valeu a pena!
REINALDO
WOLFF: Na época de estudante como imaginava que seria a realidade da profissão?
EDINA
MELO: Eu já sabia que era difícil. Os professores sempre falam, “olha, é muito
difícil”. A gente quando entra, nem os professores de odonto incentivam a
gente. A maioria, 99% das pessoas, falam “Pula fora enquanto dá tempo, não é
uma boa opção, não é bem remunerado, vai demorar para se realizar, eu mesmo já
me frustrei”. Muitas colegas desistiram, ou têm duas profissões. A maioria dos
meus amigos já desistiram e já estão em outro ramo, em outra faculdade. Muita
gente desistiu.
REINALDO
WOLFF: Teve um momento de dúvida, vontade de desistir?
EDINA
MELO: Tive sim. Houve um momento em que eu pensei em fazer medicina.
REINALDO
WOLFF: O que mudou isso?
EDINA
MELO: O que mudou é a minha vontade mesmo de crescer e de querer realizar o que
eu amo de verdade.
REINALDO
WOLFF: E como é o dia a dia da profissão na vida real? EDINA MELO: Ah! A gente
trabalha bastante, vai de um lado para o outro, cada dia em uma clínica. A
gente lida com o público. Eu gosto de lidar com o público. Mas como você viu,
tem umas inconveniências de vez em quando. O dia a dia é puxado, pesado. Eu
gosto.
REINALDO
WOLFF: É muito diferente dos tempos de sonhos na faculdade?
EDINA
MELO: É. Eu sabia que seria difícil, mas não esperava que fosse tanto.
REINALDO
WOLFF: Está valendo a pena?
EDINA
MELO: Olha... Acredito que vai valer a pena!
REINALDO
WOLFF: O que lhe fez vir exercer aqui em Itaboraí?
EDINA
MELO: É o fato de estar recebendo muita proposta para cá. Muita gente me
ligando de clínica para trabalhar aqui. Muita oferta de emprego para cá. Amigos
que já estavam aqui, estavam gostando, que está bom para emprego. Aí resolvi
vir para cá e gostei muito.
REINALDO
WOLFF: Como vê a cidade, hoje em dia?
EDINA
MELO: A cidade hoje está tendo um “boom” de crescimento. Acho que um pouco
desordenado, acho que daqui um tempo não sei se vai ser benéfico para a cidade,
não é? Esse crescimento todo sem infra-estrutura.
REINALDO
WOLFF: E agora - para onde seguir? Procura mais alguma especialização? Ou agora
é a parte administrativa da profissão que lhe atrai?
EDINA
MELO: Bom, eu já tenho - já estou na quarta especialização. Eu já fiz dentística,
estética, fiz periodontia, estomatologia (*diagnóstico bucal), e ortodontia. Aí
pretendo segurar um pouco agora - estar na minha clínica. Mas daqui 6 meses
quero fazer ortopedia facial, quero fazer disfunção têmporo-mandibular(*quando
o problema dentário for resultado de uma degeneração intra-articular)... Quero
mestrado, quero doutorado. Vamos ter que ter tempo de fazer isso tudo. Mas se
depender de querer, força de vontade, estamos aí.
REINALDO
WOLFF: Tem objetivos na política?
EDINA
MELO: Não. Mas já me chamaram para trabalhar e ser representante na faculdade,
no Conselho. Mas sempre gostei. Sempre fui do Grêmio da escola.
REINALDO
WOLFF: Ou objetivos na parte escrever?
EDINA
MELO: De escrever sobre odontologia? Não sei!
REINALDO
WOLFF: Quer dar aulas?
EDINA
MELO: Muito!
REINALDO
WOLFF: Qual a expectativa do momento?
EDINA
MELO: Agora é a minha clínica. Estou inaugurando, se Deus quiser, no final
desse mês.
REINALDO
WOLFF: O que você dá de mensagem para os novos acadêmicos que estão se
formando?
EDINA
MELO: Muita determinação, não deixar se render pelas clínicas populares. A
gente voltar a ser a odontologia que a gente era. De qualidade.
REINALDO
WOLFF: Parabéns! A Equipe Wolff agradece a sua entrevista.
EDINA
MELO: Ah! Obrigada!
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Pesquisa
baseada no livro Percepção - Guia Mágico de Sobrevivência © Ana Maria Wolff
Seus
códigos emocionais revelam a seguinte mensagem para você: “Tem que ter alegria.
Ser feliz é um hábito. Não deixa ninguém atrapalhar essa felicidade. A dor, os
problemas, se deixar a tristeza ficar, cria emoções fortes, perturbadoras
dentro de si. Portanto, tem que ter alegria, esporte na vida. Sacudir o corpo,
ir no sol. Mergulhar na onda, pegar uma bola, jogar.
Não
se pode deixar arrasar pelas contrariedades. Para não se desgastar.
Para
voltar a viver com alegria.
As
pessoas que têm vontade de realizar, que sabem o que quer, precisam se
realimentar com essa força especial que é a alegria. // Equipe Wolff.