sábado, 19 de janeiro de 2013

Entrevista da Dentista Edina Melo ao Jornalista Reinaldo Wolff


Muito inteligente. Os olhos muito brilhantes, de quem tem satisfação no que faz. Pessoa vivaz, respeitadora, humana. Apreciamos muito conhecer a profissional em Odontologia, Edina Melo.

REINALDO WOLFF: Para você, que é filha de um construtor, teve que ter coragem de mudar diametralmente de campo de trabalho. Não é mesmo? A tendência natural seria seguir o caminho de seu pai, optar por este ramo. O que levou à escolha de um outro campo profissional?
EDINA MELO: A odontologia sempre foi o que eu gostei. A minha paixão. Tive muita vontade de fazer. Até meu próprio pai falou: tem que seguir, deve fazer o que gosta, quem trabalha no que gosta, no trabalho se diverte. E segui o que eu gostava mesmo, na oportunidade que tive, que era  praticamente tudo  pra mim. E por fim nenhuma das filhas, queria estudar engenharia.          Assim sendo, uma já é advogada, a outra ainda está cursando Direito, já eu, sou formada em Odontologia.

REINALDO WOLFF: Sua escolha profissional - qual a influência que lhe trouxe a definição do que ia seguir? Quem lhe influenciou desde o início? Teve apoio familiar?
EDINA MELO: Não tive apoio familiar nenhum para fazer odontologia, na fase de escolha. Quanto a custear, sim. Já na faculdade sim, meu pai pagou tudo. Mas apoio do tipo... “Acho que você deveria fazer” - isso não aconteceu. Eles acham que não deveria fazer odonto. No máximo fazer medicina. Porque fazer odontologia, é complicado para você se estabelecer, ganhar seu dinheiro, ter sua vida, né? Eu fiz tratamento ortodôntico durante muito tempo, e eu vendo o tratamento como era - eu fiquei apaixonada pelo odontologia.

REINALDO WOLFF: O que falta para melhorar a odontologia hoje no Brasil?
EDINA MELO: Os profissionais valorizarem a profissão. Parar de trabalhar em clínica popular e de abrir clínicas assim: atender de forma corrida, sem esterilizar, muitas vezes colocam dentista que não é ainda nem formado, e já está ali trabalhando. E com secretária e tudo.

REINALDO WOLFF: Quais as características ideais que a pessoa tem que ter para exercer esta profissão?
EDINA MELO: A primeira é determinação e perseverança, porque é muito difícil no começo. Gostar de estudar. E... não ter medo de trabalhar.

REINALDO WOLFF: Sente decepção quanto à realidade profissional? Se sente realizada?
EDINA MELO: Ainda não me sinto realizada. Mas sei que um dia “eu vou conquistar”.

REINALDO WOLFF: Tem saudade dos tempos de faculdade?
EDINA MELO: Muita!!

REINALDO WOLFF: Como se sentia nestes tempos de muito estudo?
EDINA MELO: Ah, a gente era muito estressada! Eu já parei algumas vezes no hospital estressada, desmaiada. Essas “coisinhas” assim! Mas valeu a pena - o stress é que eu fazia muita coisa ao mesmo tempo, estágio, cursos, e faculdade. Mas é assim, no final das contas, tudo valeu a pena!

REINALDO WOLFF: Na época de estudante como imaginava que seria a realidade da profissão?
EDINA MELO: Eu já sabia que era difícil. Os professores sempre falam, “olha, é muito difícil”. A gente quando entra, nem os professores de odonto incentivam a gente. A maioria, 99% das pessoas, falam “Pula fora enquanto dá tempo, não é uma boa opção, não é bem remunerado, vai demorar para se realizar, eu mesmo já me frustrei”. Muitas colegas desistiram, ou têm duas profissões. A maioria dos meus amigos já desistiram e já estão em outro ramo, em outra faculdade. Muita gente desistiu.

REINALDO WOLFF: Teve um momento de dúvida, vontade de desistir?
EDINA MELO: Tive sim. Houve um momento em que eu pensei em fazer medicina.

REINALDO WOLFF: O que mudou isso?
EDINA MELO: O que mudou é a minha vontade mesmo de crescer e de querer realizar o que eu amo de verdade.

REINALDO WOLFF: E como é o dia a dia da profissão na vida real? EDINA MELO: Ah! A gente trabalha bastante, vai de um lado para o outro, cada dia em uma clínica. A gente lida com o público. Eu gosto de lidar com o público. Mas como você viu, tem umas inconveniências de vez em quando. O dia a dia é puxado, pesado. Eu gosto.

REINALDO WOLFF: É muito diferente dos tempos de sonhos na faculdade?
EDINA MELO: É. Eu sabia que seria difícil, mas não esperava que fosse tanto.

REINALDO WOLFF: Está valendo a pena?
EDINA MELO: Olha... Acredito que vai valer a pena!

REINALDO WOLFF: O que lhe fez vir exercer aqui em Itaboraí?
EDINA MELO: É o fato de estar recebendo muita proposta para cá. Muita gente me ligando de clínica para trabalhar aqui. Muita oferta de emprego para cá. Amigos que já estavam aqui, estavam gostando, que está bom para emprego. Aí resolvi vir para cá e gostei muito.

REINALDO WOLFF: Como vê a cidade, hoje em dia?
EDINA MELO: A cidade hoje está tendo um “boom” de crescimento. Acho que um pouco desordenado, acho que daqui um tempo não sei se vai ser benéfico para a cidade, não é? Esse crescimento todo sem infra-estrutura.

REINALDO WOLFF: E agora - para onde seguir? Procura mais alguma especialização? Ou agora é a parte administrativa da profissão que lhe atrai?
EDINA MELO: Bom, eu já tenho - já estou na quarta especialização. Eu já fiz dentística, estética, fiz periodontia, estomatologia (*diagnóstico bucal), e ortodontia. Aí pretendo segurar um pouco agora - estar na minha clínica. Mas daqui 6 meses quero fazer ortopedia facial, quero fazer disfunção têmporo-mandibular(*quando o problema dentário for resultado de uma degeneração intra-articular)... Quero mestrado, quero doutorado. Vamos ter que ter tempo de fazer isso tudo. Mas se depender de querer, força de vontade, estamos aí.

REINALDO WOLFF: Tem objetivos na política?
EDINA MELO: Não. Mas já me chamaram para trabalhar e ser representante na faculdade, no Conselho. Mas sempre gostei. Sempre fui do Grêmio da escola.

REINALDO WOLFF: Ou objetivos na parte escrever?
EDINA MELO: De escrever sobre odontologia? Não sei!

REINALDO WOLFF: Quer dar aulas?
EDINA MELO: Muito!

REINALDO WOLFF: Qual a expectativa do momento?
EDINA MELO: Agora é a minha clínica. Estou inaugurando, se Deus quiser, no final desse mês.

REINALDO WOLFF: O que você dá de mensagem para os novos acadêmicos que estão se formando?
EDINA MELO: Muita determinação, não deixar se render pelas clínicas populares. A gente voltar a ser a odontologia que a gente era. De qualidade.

REINALDO WOLFF: Parabéns! A Equipe Wolff agradece a sua entrevista.
EDINA MELO: Ah! Obrigada!


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Pesquisa baseada no livro Percepção - Guia Mágico de Sobrevivência © Ana Maria Wolff

Seus códigos emocionais revelam a seguinte mensagem para você: “Tem que ter alegria. Ser feliz é um hábito. Não deixa ninguém atrapalhar essa felicidade. A dor, os problemas, se deixar a tristeza ficar, cria emoções fortes, perturbadoras dentro de si. Portanto, tem que ter alegria, esporte na vida. Sacudir o corpo, ir no sol. Mergulhar na onda, pegar uma bola, jogar.
Não se pode deixar arrasar pelas contrariedades. Para não se desgastar.
Para voltar a viver com alegria.
As pessoas que têm vontade de realizar, que sabem o que quer, precisam se realimentar com essa força especial que é a alegria. // Equipe Wolff.

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