quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Édipo Rei - a interpretação do mito


Presente - Passado - Futuro

Estas últimas descobertas de tecnologia, fizeram uma espécie de lavagem mental do passado. Como se as pessoas que viveram, para os novos, é como se nunca tivessem vivido. É a tendência de hoje de apagar as leis do passado, pessoas do passado “quem passou, passou”. É o que pensa uma parcela desta geração atual, se tiver algo de prático, então se servem. Pois o que interessa e o que querem, é se maravilhar com o que virá.
Essas pessoas pensam e procuram só coisas práticas. “Deixou alguma coisa prática? E o que se aproveita?” Então elas aproveitam “o que há de prático”. É um pensamento geral, ficam só com o lado prático de todas as coisas.
Agora eu questiono - quem falou?, o que falou?, o que fez? Até parece que para alguns isso não interessa.
Apresentamos aqui este trabalho de pesquisa que é uma repescagem de idéias, de conceituações, de  pensamentos e valores emocionais. Vamos então falar do que todos os jovens gostam, os heróis e as simbologias.

O que é o mito na Antiguidade?
O mito é um símbolo. Tem sentido além tempo-espaço. É soma de todas as versões existentes daquela estória.
Estudaremos hoje, Mitologia Grega. Cada mitologia tem uma função específica, mas é sempre uma estória que é mentira por fora e verdade por dentro. Interpretação psicológica como história simbólica para o relacionamento humano no dia a dia. Para os gregos, não era mito, era religião. Mas hoje os deuses gregos são forças do inconsciente, que tudo podem sem limite de ação ou tempo. Os seres humanos, nosso contato com a realidade, tem muitos limites. Já os heróis eram a ponte do Homem e Deus, excedendo os limites, se aproximando dos deuses.

Qual a função dos mitos?
Édipo é muito complexo, muitas artimanhas no caminho. A versão de Sófocles: Édipo Rei. Édipo descende de uma linha Labdácidas, árvore genealógica que rompe as leis do Homem. Provoca na descendência, culpas para serem expiadas. Era filho de Laio e Jocasta, na linha Labdácidas: o que os homens fizeram nesta linhagem é o que vai ficar no Édipo.
As diferentes versões dos mitos foram pela religião ou arte.
Sófocles, em sua versão, imprime drama na estória para ter mais cara de “arte”.
Laio, Rei de Tebas, pela tradição, foi amaldiçoado por Apolo: o filho iria matá-lo e casar com sua mãe.
Com medo, ele pega o filho, fura o pé, e deu ao escravo para levar o filho e pendurar na árvore. Um pastor leva a Corinto. Reis Pólipo e Meíope. Édipo cresce pensando ser o príncipe legítimo de Corinto. Num banquete do pai, um dos convivas, com raiva, diz que ele é adotado. Revoltado questiona os pais que negam. Ele vai a Oráculos de Delfos, onde a Sacerdotisa Pítia diz que ele não deveria ter ido ao Templo, mas fala a maldição. Ele não volta mais a Corinto, por medo dos pais. Foge e vai para Tebas. Para acabar com a calamidade da peste, tem que solucionar o enigma da esfinge (devora os que não descobrem o seu segredo).

Contando a Estória

1ª versão: existe um bípede sobre a terra. Qual o animal que de manhã tem quatro pés. Ao meio dia tem dois pés. A tarde tem três pés.
Édipo acerta: indica a própria testa. Entende-se que é a espécie humana.
No caminho, ele encontra uma comitiva de 5 pessoas. Ele estava só. Na encruzilhada, pedem para ele sair. Ele tem dificuldade. Irrita-se e responde “não!”. Irritado começa uma guerra. Ele mata essas com o cajado. Sobrou um escravo que foi para Tebas contar. Laio havia morrido.
O escravo, por vergonha, de ter sido um só, diz que foi um bando que matou o Rei.
Édipo vai à Tebas onde se torna rei, por livrar a cidade da peste. E toma a Rainha por esposa e têm 4 filhos. Começa a ter problemas de saúde. Ele pede a Creonte, irmão de Jocasta, que vá ao Oráculo Delfos perguntar o que acontecia. Resposta: grande problema, o criminoso que matou o rei não foi punido. Ao saber disso, ele ordena que se descubra. Chama Tirésias, que é cego, e profetiza: Édipo é o culpado. Jocasta e Édipo não acreditam.
Ele se lembra que foi banido, que tem o furo nos pés, detalhes indicados por Tirésias. Até perceber que ele matou o pai. Jocasta também se convence dos fatos e se enforca.
Ele tenta encontrar outras explicações.
Fica sabendo que Pólipo, morreu. E ele pensa: “Eu não tenho culpa disso”. Pede ao escravo que vá a ele explicar a morte de Laio. O escravo revela: foi um só. Édipo percebe que é ele. Conversa com o pastor e percebe que a profecia cumpriu. Ele pede a Creonte para bani-lo. Fica isolado em Atenas. Por motivos políticos, Creonte leva as forças de Tebas para protegê-lo. Encontra uma certa paz porque salvou uma outra cidade. Espera lentamente ser tragado pela terra.
Saiba que Édipo conquistou uma vida que não tem fim: sofrer para compreender.

O que este mito pode dizer para nós?
Fugir do destino, para dolorosamente cumpri-lo. O paradoxo de sua existência: quando mais a tentativa de fuga, mais próximo o encontro. Esquema de vida de cada um de nós, nos mistérios de nossa própria vida. Se quer saber para que veio ao mundo, analise o próprio nascimento.

Explicações existenciais e psicológicas do mito
Passado - presente - futuro
Passado é o Karma. O que fez hoje responderá amanha. É construído no passado. Hoje estamos vivos aqui. O meu Karma é o que fiz antes. Só que hoje eu não sou direcionado pelo Karma. Eu tenho uma história de vida. Compreendendo, eu tenho a opção que o caminho que vou escolher, conforme eu escolher, aumenta ou diminui o sofrimento.

Destino:
Crescer enquanto ser humano é melhorar o conhecimento de nós mesmos e dos outros.
Essa estória nos diz que a solução do destino está onde nós nascemos. Nós existenciais de relacionamento e sentimento: aprender a lidar com aquilo até aceitar. Esse conflito básico, nem sempre consegue realizar. Porque as pessoas nem sempre estão preparadas para conhecer a verdade.

Interpretar os momentos do mito
O conflito básico do Édipo é com o pai, em função do poder.
A interpretação de Freud para o mito de Édipo, ele usou apenas uma fatia do mito para trabalhar sua tese. Portanto é uma interpretação parcial e particular dele.

O tema central
Vários tipos de poder. Como lidar com o nosso poder no destino.

Édipo, em grego Oedipous, = pés inchados. Em mito, ele representa o ser humano. É o destino do homem que está sendo questionado. O ser humano já nasce com os pés machucados quando entra em contato com os pais. Andar no mundo com este pai e esta mãe.
Quando consegue resolver o seu conflito e se defrontar com o seu destino, dá espaço para outros tipos de crescimento. Pés simbolizam a alma humana. Ferida desde o nosso surgimento no mundo, na nossa alma, que provoca neurose. Se há impossibilidade dos pais de aceitar o filho como ele é provoca uma ferida para a vida toda.
Tem que ter condições de elaborar os afetos desde a adolescência e vai crescer um adulto de forma integrada.

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