segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

EDÉZIO GONZALEZ MENON - Equipe Wolff Apresenta: Projeto Você é Muito Importante para Nós


O que faz gerar o ímpeto do sucesso? Um dos pilares da Indústria Cerâmica de Itaboraí revela aqui os segredos de sucesso de um empreendimento rumo ao futuro.

Cerâmica Santa Isabel
A FÁBRICA HOJE

REINALDO WOLFF: Sr. Edézio - a cerâmica Santa Isabel - a rede de estradas, a localização privilegiada - como foi o início dessa empresa? Como tem sido os caminhos que tem percorrido? O que o senhor acha importante dizer, passar, para as pessoas como fabricante de tijolo de sucesso?

EDÉZIO GONZALEZ MENON: A cerâmica Santa Isabel foi criada em 1959 por meu pai, Ferdinando Menon, filho de italiano. Eu sou a segunda geração. Sempre tivemos como meta o sucesso. Situação sempre crescente. Nunca decrescente. Estamos aí nesse tempo todos cuidando do bem-estar dos nossos funcionários e sendo útil à comunidade.


A FÁBRICA - COMO FOI O COMEÇO?

REINALDO WOLFF: Como foi o começo dessa empresa?

EDÉZIO MENON: Ela começou em 1959 - fundada pelo meu pai e pelo primo dele. Começou pequenininha... Eles são oriundos do interior de São Paulo. Eram plantadores de café, vieram aqui para o Estado do Rio, em 1938. Meu pai foi um dos precursores da indústria de cerâmica. Na verdade ele veio trabalhar como empregado junto com o tio dele, José Maria Nanci.


REINALDO WOLFF: Irmão do Chico Nanci?

EDÉZIO MENON: Não! Pai do Chico Nanci. A mãe do Chico Nanci é tia do meu pai. Então eles trouxeram a indústria de cerâmica aqui para a região. Foram 3 famílias que trouxeram a indústria cerâmica aqui para Itaboraí. A família Chico Tenaro e Menon. E a Nanci. Na verdade meu pai veio meio que a reboque. Aí no correr dos tempos ele foi, passou a ser, de empregado, passou a ser empregador a partir de 1959.


REINALDO WOLFF: É difícil o senhor lidar com o prestígio que isto traz para o senhor?

EDÉZIO MENON: Não! Não é difícil. Dignifica, né? E dá pra contar uma estória!


A REGIÃO PRODUTORA DE MATÉRIA PRIMA

REINALDO WOLFF: Como é que faz para obter matéria prima?

EDÉZIO MENON: São terrenos nossos que têm a matéria prima que é utilizada no fabrico do tijolo. E a gente segue todos os trâmites legais pra que você venha a ter isso tudo legalizado. Nós estamos hoje trabalhando em cima da sustentabilidade também. INEA, FEEMA, IBAMA - todos os órgãos são cartoriais e fiscalizadores.


REINALDO WOLFF: Quais as características de solo ideal para o melhor produto?

EDÉZIO MENON: Muito específico. A Gafisa faz as ligações. É muito na prática ou na pesquisa. Como a gente já tem a prática ao longo destes anos a gente já sabe mais ou menos onde estão e com algumas escavações simples a gente consegue prospectar aonde tem a matéria prima ideal para ser fabricado um bom produto.


REINALDO WOLFF: Mas isso na prática deve exigir conhecimentos mais na área de geologia, não é?

EDÉZIO MENON: É. Na verdade quando a coisa foge um pouco dos nossos conhecimentos a gente requer uma pesquisa de geologia para ver os parâmetros.


REINALDO WOLFF: Como é a extração?

EDÉZIO MENON: Através de escavadeiras, tratores de esteira, basculantes, carregadeiras.


REINALDO WOLFF: É um custo alto, evidentemente.

EDÉZIO MENON: É sim. Eu, hoje, não tiro só para mim o barro, como forneço o barro para mais 25 empresas de olaria.


REINALDO WOLFF: Coisa incrível! Impressionante.


O CLIMA QUENTE DA CIDADE E A ATIVIDADE JUNTO AO FOGO

REINALDO WOLFF: Como conseguiu se adaptar? O senhor conseguiu se adaptar ao clima quente da cidade, sendo de família de imigrantes - e ainda mais lidando com fornos - o senhor conseguiu se adaptar?

EDÉZIO MENON: No forno, na verdade, o calor dele é concentrado, é só dentro do forno, não existe uma propagação. É uma propagação muito específica ao local, ele não chega a expandir no ar ao redor.


REINALDO WOLFF: Mas requer do senhor uma resistência física muito grande para suportar o calor de Itaboraí!

EDÉZIO MENON: Sem dúvida! Nós climatizamos.


A PRODUÇÃO

REINALDO WOLFF: A produção, a qualidade, a capacidade de distribuição, a comparação com outros produtos da região - como o senhor vê isso? Quanto à qualidade do seu produto e a comparação com outros concorrentes da região - no sentido do que o senhor sente que melhor atinge os resultados?

EDÉZIO MENON: Em primeiro lugar é a qualidade. Tem que ter qualidade. E o bom atendimento. Ser cumpridor dos direitos do consumidor. Tem que respeitar isso tudo.


REINALDO WOLFF: É verdade! Mas isso se faz com uma série de pressões sem que a pessoa se aperceba de suas responsabilidades.

EDÉZIO MENON: Com certeza de cara tem muitas responsabilidades, quanto aos seus funcionários. Eu hoje tenho cerca de 100 funcionários. Existem funcionários que são realmente - é... Enquanto for meu empregado eu tenho que acobertá-los dos direitos que eles têm - e mais alguma coisa que eu possa fazer para ajudá-los.


ESTILO DE VIDA

REINALDO WOLFF: Mas de alguma forma isso não lhe tende à uma obrigação muito contínua? O que o senhor faz para se sentir liberto internamente das pressões.

EDÉZIO MENON: Na verdade você não consegue se libertar. Você sabe que já acorda de manhã cedo - você está dormindo em casa, descansando, mas sua cabeça está sempre preocupada com o dia a dia que a gente tem de responsabilidades. Que a gente tem que lidar.


REINALDO WOLFF: Que tipo de relax o senhor faz para liberar as tensões?

EDÉZIO MENON: A gente busca o lazer no final de semana. Tirar férias quando possível, entendeu? É o que a gente pode fazer!


REINALDO WOLFF: De geração em geração, como passar o gosto pelo negócio da família? A terceira geração - ela tem a tendência de seguir dentro deste ramo, neste setor? Conseguiu prepará-los para este caminho?

EDÉZIO MENON: É, ele só não toca se não quiser, porque capacidade ele tem. Eu acho que eles estão aptos, bem capacitados para continuar.


REINALDO WOLFF: Porque segundo a teoria do I-Ching, o Universo é uma constante mutação. Como perseverar nesse ideal, para que as gerações futuras valorizem isso que o seu pai fez - e o senhor está fazendo?

EDÉZIO MENON: Eu, por mim, eu valorizo muito o que o meu pai e minha mãe fez por mim. Um trabalho que eu comecei muito novo. Eu vim para o trabalho com 11 anos de idade e eu tentei passar isso para os meus filhos também. É uma questão de hierarquia familiar.


REINALDO WOLFF: É genético?

EDÉZIO MENON: É um gosto genético.


REINALDO WOLFF: O senhor sabe que o símbolo de riqueza do Rio Grande do Sul vem de famílias italianas? A pujança do Rio Grande do Sul é do extremo esforço de trabalho dos italianos.

EDÉZIO MENON: Você há de convir - com a predominância de italiano, e não só a de italiano... Alemão, também de espanhol... Vamos falar que a predominância de europeu, principalmente na região sul, trouxe muita prosperidade. Criou uma situação de progresso, não é? É uma questão de princípios.


REINALDO WOLFF: Sim, rigor quanto a horários, persistência.

EDÉZIO MENON: É isso.


REINALDO WOLFF: Quais as características pessoais de um dono desse tipo de atividade?

EDÉZIO MENON: Primeira coisa, tem que gostar. A segunda coisa é ser cumpridor das obrigações dele, não é? Tem que trabalhar com seriedade. Saber honrar o que trata.


REINALDO WOLFF: É isto que faz um lastro de um bom nome. Passa a ser, por mais que a pessoa não se dê conta, uma pressão de cobrança ainda maior! É a própria pessoa exigindo o máximo de si mesmo! É aí que entra a religião.

EDÉZIO MENON: Com certeza.


REINALDO WOLFF: É onde o senhor se refaz em suas energias?

EDÉZIO MENON: Eu sou católico. Mas não sou praticante. Já fui católico praticante. Hoje em dia mais relaxado. Mas eu acredito sim que acima de tudo tem um Ser Superior que coordena as nossas vontades, determinações, nossos anseios.


REINALDO WOLFF: Como a família se sente em relação à atividade desse tipo de negócio que o senhor trabalha?

EDÉZIO MENON: Sempre foram criados só nisso. Não só de setor cerâmica - mas um pai trabalhador. Então só vem a somar. Meu filho hoje tem uma empresa de engenharia. Ele se formou tem dois anos. O outro está no ramo de administração.


FUTURO

REINALDO WOLFF: Em referência a si mesmo, como se vê no futuro?

EDÉZIO MENON: Daqui a pouco é estar me aposentando, os filhos continuando os negócios e eu aproveitando um pouco mais a minha vida.


REINALDO WOLFF: Faz muito bem. Como percebe o futuro da cidade?

EDÉZIO MENON: É preocupante.


REINALDO WOLFF: Em quais aspectos?

EDÉZIO MENON: Em função desse investimento do COMPERJ. A cidade não estava preparada para isto. Então, se a gente imagina todos esses empreendimentos que estão sendo feitos aqui! A gente que é filho - criado aqui nessa cidade - vê a cidade achatando não sei até onde. Hoje, informalmente, acredito que estamos com uns 400 mil habitantes. Então o que acontece? Escola, saúde, riscos, comércio, uma cidade que veio de 100 mil habitantes, de repente se depara com 400 mil? A perspectiva para daqui 5 anos, é de 1 milhão de pessoas. Imagine como vai ser isto? Vai ser uma Macaé? Uma Caxias? Uma Cubatão?


REINALDO WOLFF: Quais as perspectivas que o senhor vê diante de sua empresa?

EDÉZIO MENON: Eu vejo um futuro por conta dessa invasão de empreendimentos que estão na região. A minha localização hoje é dentro do perímetro urbano. Eu não sei até quando eu vou suportar. Ou até quando eles vão me deixar ficar aqui! Até quando? Eu não sei. Pode levar 5 anos. Pode levar 10. Mas eu já me preocupo com isso. Eu penso até em me mudar para outro lugar. Mas essa mudança também não é muito fácil. Depende de investimento.


REINALDO WOLFF: E das fontes fornecedoras de matéria prima? Como será isto?

EDÉZIO MENON: Porque cada vez mais há dificuldade de matéria prima. Eu não sei se no município aonde tem a matéria prima, se vai ser permitido a ser explorado por conta da expansão geográfica.


REINALDO WOLFF: Este é um aspecto preocupante. Se bem que o Brasil é imenso de reservas. É relativo pois bem próximo temos Cachoeira de Macacu.

EDÉZIO MENON: É... Mas Cachoeira de Macacu não tem matéria prima. Aonde tem alguma coisa é Rio Bonito, Silva Jardim, Saquarema tem alguma coisa.


REINALDO WOLFF: E quanto a novas tecnologias que competem com o ramo de cerâmica?

EDÉZIO MENON: Na verdade esse tijolo de solo cerâmico, eles vendem a idéia que é um tijolo ecológico. Mas na verdade eles usam tudo que vem da natureza: é argila, quartzo, saibro. E o cimento vem daonde? Do solo também! Ele não tem nada de ecológico. É tanto quanto o nosso.


BIOGRAFIA

REINALDO WOLFF: Se o senhor me permitir uma pergunta mais pessoal - a infância - qual a primeira lembrança que tem de ter visto a produção e a fábrica? Conta pra gente.

EDÉZIO MENON: Ah! Eu comecei junto com meu pai - era outra fábrica. Eu comecei com 8 anos de idade, eu já participava, já ajudava. Depois de 52 anos, eu lembro tudinho que se passava naquele momento.


REINALDO WOLFF: Então sua memória está sempre ligada ao seu pai. É nesse momento que a gente vê que as pessoas que realmente amamos continuam vivas no nosso coração. Seu pai está muito vivo em sua memória, e através do seu ideal.

EDÉZIO MENON: É sim. Meu pai está muito vivo dentro de mim. Minha mãe, todo dia eu penso nela. Meu pai, eu vejo o retratinho dele ali, lembro os momentos que passei.


REINALDO WOLFF: O senhor sente a presença dele?

EDÉZIO MENON: Ah, sim. Foi muito bom tudo que eu aprendi dele. Tudo que eu vivi. Era meu sócio aqui. A presença dele nunca sai da minha lembrança.


REINALDO WOLFF: Atual - como faz para os continuadores também gostarem deste tipo de negócio? O que o senhor faz para motivação dos seus continuadores?

EDÉZIO MENON: É o que eu tento mostrar. É o que eu faço. Eu tento passar para eles o que tem que ser feito. Evidentemente numa questão de modernidade eles têm que buscar novas tecnologias para melhorar a produção. A mensagem que eu passo é que todos nós temos que sempre ter fé. Fé e paz. E sempre agradecer o nosso dia de vida que a gente tem. Amanhece, tem que agradecer. E trazer bons ensinamentos para as pessoas. Para que possa transmitir o que a gente tem de bom - seja filho, seja empregado, seja para quem for.

REINALDO WOLFF: Equipe Wolff agradece sua entrevista!

Conceitos deste empresário de sucesso: Seriedade, fraternidade, espírito de luta, motivação pelo trabalho. Que as pessoas saibam ser vencedoras em 2013 através da perseverança!

Nenhum comentário:

Postar um comentário