terça-feira, 16 de abril de 2013

Professor Universitário Soniárlei Vieira Leite debate sobre o tema Educação

Se você percebe que tem um talento. E esse pode chegar ao máximo da especialidade. Então você se entusiasma pelo treinamento. Quer o treinamento da máxima qualidade. Se você está neste pensamento então veja o exemplo de vida que trazemos hoje como nosso convidado do Projeto AFI – Você é muito importante para nós. ©

Soniárlei Vieira Leite


Ele é Professor universitário e está em constante busca de aprimoramento e especialização. Tem o seu livro recém-lançado. Nota-se que é uma pessoa realizada, mas que aprecia novos desafios sempre.

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RW: Como o senhor vê a universidade hoje?

SVL: A universidade como um todo?

RW: Sim.

SVL: Olha, eu acho que as universidades têm um papel importantíssimo. Não apenas na formação do alunado, mas especialmente numa tríade que a gente chama de Ensino/Pesquisa/Extensão. Então, na verdade, a instituição só possui o status de “universidade” quando ela preenche esses três requisitos. Não basta ensinar, tem de pesquisar, e há de ter um contato com a comunidade. Então, eu vejo que as universidades, tanto as públicas como as privadas, hoje, elas têm essa lição importante. Que é aproximar a comunidade da instituição. Realizar a verdadeira pesquisa. Além do que, a sua missão natural, que é a questão do ensino. Agora, você tem instituições que são de excelência, reconhecidas pela comunidade em vários setores. E há, por outro lado, e a gente não pode deixar de dizer, uma precariedade de alguns cursos, onde até inclui o Direito, pela multiplicação desordenada de cursos. Então você vê muitas instituições que foram sendo abertas sem critérios efetivos claros e que você pudesse dizer assim - inquestionáveis! Por isso até, que está havendo essa reação recente, no sentido de não permitir mais, pelo menos durante um tempo, a abertura de novos cursos. O Governo resolveu, de uma vez por todas, intervir nesse aspecto, não permitindo a abertura de novos cursos.

RW: E o que facilitaria a boa visão da sociedade para com a universidade? Seriam os projetos culturais, projetos diversos?

SVL: É. Eu acho que especialmente as ações sociais que as instituições promovem. Isso em todos os cursos, não é? A UNIVERSO é uma instituição que promove várias ações sociais no nível do núcleo de Prática Jurídica, mas também nos cursos de Odontologia, de Psicologia, e através desses cursos, os alunos vão à comunidade e a comunidade também vem à instituição. As instituições que fazem projetos interessantes, eventos workshops, palestras, seminários, onde eles abrem para as pessoas virem gratuitamente à instituição. E aí elas passam até a ter uma orientação de que cursos gostariam de, eventualmente, participarem.

RW: Mas, visando as classes menos favorecidas, a UNIVERSO faria um bom negócio ao fazer o projeto de Cartilha de Alfabetização da escritora Ana Maria Wolff. O senhor não acha?

SVL: É. A UNIVERSO tem algumas iniciativas neste sentido. Até pouco tempo, quando se falou da reforma ortográfica. Uma professora da UNIVERSO fez uma síntese do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, sintetizando todas as novas regras, e isso foi disponibilizado para a comunidade em geral. Não só para os alunos da UNIVERSO, mas para a população, para alunos de ensino médio, ensino fundamental... Muito interessante.

RW: Professor, qual o maior desafio? Rumo a que? Quais as perspectivas de futuro?

SVL: Olha, o maior desafio não está no âmbito da universidade. É um passo anterior. O maior desafio está no ensino fundamental. Porque, lamentavelmente, não querendo transferir a responsabilidade, não é? Porque eu acho que todos nós temos responsabilidade e eu penso que o estudante é educado não apenas na universidade, mas em casa. Nas associações que ele participa, nos clubes, nas comunidades... Mas o grande desafio é esse aluno que vem do ensino fundamental e que a gente percebe uma grande dificuldade. E o que você acabou de dizer, aprender no alfabetizar. E muitas vezes, nós recebemos alunos, no nível da universidade, e nos bancos universitários, sem fundamentos básicos de cultura. Então é muito complicado. Porque, por mais que se fale em nivelamento, “Ah, o aluno veio para a universidade fazer o nivelamento”. Eu não acredito em nivelamento como solução. Porque, uma coisa é você nivelar quem é da engenharia, que também é o meu caso, e no “nivelamento” o que você nivela? Você tem essa diferença de piso e você nivela! Você coloca um cimentinho, um material que você... Agora como é que eu vou nivelar isso? Essa é a diferença de um aluno que vem do ensino fundamental e chega à universidade. Então, o que nós pensamos hoje em termos de educação? Que, de alguma maneira, não adianta, como se diz “chorar o leite derramado”, não é? De alguma maneira nós temos que tentar reduzir esse espaço. Mas não é com cursinho de nivelamento, seis meses ali, três meses de português ou de matemática, que vai resolver. O aluno tem que, ao longo do curso, obtendo instrumentos, ele sendo habilitado. Por isso que hoje se fala muito em Habilidades e Competências. Tem que se avaliar que competências eu posso desenvolver nesse aluno para que ele tenha habilidades, para que se ele não superar, pelo menos ele reduzir significativamente esse abismo. Então, é um grande desafio hoje, a Educação, é como conseguir inserir esse aluno em um nível universitário, quando ele tem um déficit tremendo de formação de cultura na origem.

RW: Não seria caso de se fazer, aos moldes da universidade americana, um upgrade após o segundo grau e o preparatório ao nível universitário?

SVL: Não sei, Reinaldo. Confesso que não tenho posição formada com relação a isso. Porque eu tenho observado experiências não só nos Estados Unidos, mas e Europa, que são muito interessantes, de escolas inclusivas. Isso, não só universidades, mas do ensino na High School. Onde você prepara o aluno para o mundo, para a vida. Então, vários países têm escolas que são as referências mundiais, onde você ensina e aprende. Ou seja, o professor não tem mais aquela função vertical de “Eu estou ensinando você!”. Não! O professor aprende. Constantemente. Por quê? Porque com certeza o teu filho ele tem mais conhecimento em determinadas áreas do que eu. Então é uma pretensão minha querer dizer que eu estou ensinando a ele. Eu estou trocando com ele o que eu tenho de vantagem, uma experiência, numa determinada área que eu domino e eu posso estimulá-lo dentro da minha área. Mas com certeza, quando nós interagimos, ele vai me trazer conhecimento e informações que eu não tenho. Você vê isso claramente quando você aborda um assunto numa sala de aula, na minha área, por exemplo, tributária. Então eu abordo um aspecto de um imposto - “Ah, o IPI é um tributo que tem um caráter extrafiscal”. E de repente o seu filho fala assim - “Ah, professor! Eu li no jornal de ontem que a China reduziu tremendamente lá o valor dos produtos. E o governo aqui teve que fazer uma adaptação de IPI”. Pode ser uma informação que ele tenha, porque ele leu o jornal de manhã, ou ele leu na internet. E eu não tenha ainda essa informação. Então, veja - ele está me ensinando também. Ele está passando. Então o modelo de educação mudou. Tem que haver uma interação. Trabalhos com casos concretos. E o professor perder aquela vaidade de achar que ele está ali, que ele passa em aula expositiva todo o conhecimento. Na verdade ele tem que ser uma enzima catalisadora de um processo que é bilateral.

RW: Interação?

SVL: Interação.

RW: Essa é uma interação inteligente. Porque, na realidade, valoriza hierarquicamente o professor. Mas respeita a bagagem cultural que o aluno possui.

SVL: Tem escolas que hoje você escolhe o que você quer estudar. Há modelos estrangeiros. E que você vai estudando de acordo com a sua necessidade. Então não tem nada pré-estabelecido. Eu acho que esse é o mundo futuro. Só que nós, aí eu me incluo, somos de uma geração que ensina, de certa forma, como nós aprendemos. Então temos que primeiro vencer essa etapa. É o que o pessoal diz assim - “Vocês são do mundo da internet, são virtuais. Vocês são naturalmente virtuais”. Nós somos migrantes virtuais. Nós temos que nos adaptar a um mundo que não é nosso. Os jovens já estão nesse mundo. Para vocês é muito mais simples do que para nós! O educador hoje tem que ter sensibilidade para perceber que ele tem um universo de alunos que têm uma visão totalmente diferente do aprendizado. A tal da Geração Y que consegue fazer três, quatro coisas ao mesmo tempo. A minha geração não é essa. Então hoje eu tenho uma preocupação muito grande de como eu consigo seduzir esse aluno em sala de aula dentro do universo que interessa a ele. Porque não adianta eu querer que meu aluno leia jornal, em papel. Ele não lê. Ele lê na internet. Eu leio papel jornal porque eu gosto. Então eu tenho que saber que, embora eu leia meu papel jornal, eu tenho que fazer de alguma maneira fazer com que aquela informação que eu obtive, chegue no aluno na forma que ele lê. Que é a forma virtual.

RW: O que mais lhe impressiona hoje na vida acadêmica? E o que gostaria de mudar?

SVL: O que me impressiona é exatamente isso. Esse mundo tecnológico, novo, em que nós é que temos que mudar. Eu não gostaria de mudar. Eu não me sinto competente o suficiente para dizer que eu sou capaz de mudar alguma coisa. Eu acredito que eu sou um instrumento de mudança, como todos os outros professores são, os alunos, a instituição é.

SVL: Então eu acho que mudar é muito comum, eu lembro que certa vez, um vice-reitor de uma universidade me perguntou: “Professor, o senhor conhece o fluxograma de disciplinas desse curso?” “Conheço.” “O que o senhor gostaria de mudar?” Eu disse: “Professor, todos nós, ao assumirmos a função de coordenação, temos a vaidade, e é humana, de querer mudar ao nosso jeito, de imprimir o nosso toque.” Mas eu lhe digo com sinceridade, os cursos em regra, seja de direito, administração, eles tem uma linha comum, que varia de acordo com peculiaridades do projeto pedagógico de cada um, então é claro que cada um de nós por vaidade gostaria de mudar para dar o seu jeito e seu toque particular, mas no fundo no fundo eu acho que as mudanças tem que ocorrer progressivamente de maneira natural, não eu querer impor o que eu penso que assim que assim é melhor, não eu não sei, talvez a mudança seja ele que me diga. O aluno que vai me dizer “Olha, vai ser necessário fazer adaptação aqui, a gente precisa de mais instrumentos desse tipo aqui, ou de outro tipo, vamos trabalhar casos concretos.” Eu, por exemplo, hoje na área do direito, eu vejo que caminho pelo menos atual, é trabalho de casos concretos. Ao invés de ficar teorizando conceitos, nós vamos à questão real, concreta, pode ser até simulada, e a partir da questão real, você vai aos conceitos, para poder fundamentar e entender, e saber responder, mas não você apenas ficar memorizando conceitos, eu acho que isso é uma coisa que já acontece em alguns cursos. É uma tendência. Mas isso seria muita pretensão da minha parte dizer assim: “Eu tenho um modelo ideal”. Eu não tenho um modelo ideal! Cada sala de aula é uma sala de aula diferente, cada instituição é uma instituição diferente, cada aluno é um aluno. Quanto mais nós pudermos individualizar a educação, embora nós tenhamos que interagir em grupo, porque se não a pessoa ficaria num computador estudando sozinho, e isso seria o bastante. Eu acho que essa interação é importante. Mas embora a gente tenha esse trabalho em grupo, a interação é importante, mas perceber o ser como um ser humano individual, é fundamental para você atender as necessidades daquela pessoa. Então para isso é necessário para isso é necessário ter grupos menores de trabalho, que volte a ser como antigamente, que você conhecia os alunos pelo nome, não ter turmas com 300 alunos, que é inviável. Então eu acho que é um pouco essa percepção das necessidades individuais do aluno.

RW: Interessante que tudo que o professor fala, são temas de proposição que a escritora Ana Maria Wolff faz: A Percepção. Então a percepção é muito importante. Mas para ter a percepção, é necessário ter a luz de Deus. E essa luz de Deus vem para as pessoas de mente aberta. Quando a pessoa tem orgulho, fecha a possibilidade de ter percepção. Parabenizo o professor por ter essa mesma compreensão, porque a luz de Deus é que faz esse momento do aluno, aluna, professor, ser um momento marcante, porque dá o brainstorming, concorda professor?

SVL: Concordo.

RW: Então para isso é necessário... Agora, o aluno também precisa, por seu lado, ter uma questão chamada: humildade. Porque se ele vier com muito orgulho, ele magoa não só o professor, como os colegas a sua volta. Porque ninguém nasce sabendo! E se ele está ali como aluno, ele precisa ter a humildade para ouvir o mestre falar (se bem que, Mestre é Jesus!). Aqui me refiro, mestre como professor universitário. Então é fantástico perceber que o professor Soniárlei tem essa visão. Agora, quanto ao trabalho de administração, quais as características fundamentais para o administrador de faculdade em sua opinião?

SVL: Eu tenho uma experiência de 7 anos coordenando cursos de graduação, 7 anos coincidentemente coordenando Núcleo de Prática Jurídica e 4 anos de coordenação de pós-graduação, então já passei por todas as coordenações de uma universidade. Dedicação, saber ouvir. Porque sempre há surpresas no processo. E cada aluno quando se apresenta e vem com um problema, embora os problemas sejam muito semelhantes, o aluno tem um problema acadêmico, com matricula, com boleto, que seja, embora sejam muito semelhantes porque há uma certa padronização, mas como nós acabamos de falar, um ser individual, com necessidades próprias, peculiares, e muitas vezes eu percebo que a solução daquele problema, daquele aluno, é algo diferente de tudo que tinha analisado anteriormente. Embora a instituição tenha regras a serem seguidas. Então este administrador de instituição, como qualquer administrador, de empresa, de um negócio, ele tem que ter dedicação, ele tem que entender o negócio. Não adianta você ser meramente aquela pessoa que despacha, ele tem entender o negócio. Não adianta você ser aquela pessoa que despacha ou que simplesmente faz um atendimento. Então se sou um coordenador de cursos eu tenho que saber “que negócio é esse, Educação”?

SVL: Então Educação não é meramente um negócio que você “Vende Ensino”. Existe uma relação aí: aluno-professor, que não é meramente uma relação de consumo. Existe uma relação contratual entre aluno-instituição. E existe uma relação entre a instituição e o professor. Então entre todas essas relações vai haver conflitos. Vai haver também momentos muito agradáveis, muito bons de convivência... Mas fundamentalmente o que a instituição é como a instituição se percebe, o que ela pretende? Transmitir conhecimento, informação, capacitar o aluno para que ele vá para o mercado de trabalho. Então o administrador de curso - se ele não for “um gestor” - então ele esta no ramo errado! Ele tem que ser um gestor! Então o gestor é aquela pessoa que entende do negócio como um todo - e não, simplesmente, estar ali despachando processos. A figura do gestor moderno é: “ele não é meramente um coordenador, ele é um gestor.” E como diz a nossa pró-reitora acadêmica: “ele tem que gestar”, ele tem que “gerir o curso”. É saber o que? “Quem é o aluno - qual é o perfil desse aluno? O que o mercado deseja desse aluno? O perfil do egresso...”.

SLV: Entender de coisas fundamentais; até do aspecto financeiro. Quanto custa esse curso? Qual o tíquete médio desse aluno. Se ele entende do negócio - ele é um gestor! Eu digo isto como advogado também. Eu fui diretor de banco por 10 anos. Eu percebi que os grandes profissionais com os quais, eu me relacionava, eram aquelas que, se estavam com a indústria petroquímica? Entendiam do negócio. Se estavam na indústria ferroviária? Entendiam do negócio. Porque a solução dos problemas não era meramente a aplicação da lei. A aplicação da lei se dá num contexto - o que é que a empresa deseja? Não adianta eu dar um parecer dizendo assim: “Não, a lei estabelece esse dispositivo”. Mas pode ser que esse dispositivo não seja para o negócio interessante, pode ser que ele não resolva a questão do ponto de vista estratégico, então os bons advogados que eu conheci, como percebo também os bons coordenadores de cursos, de instituição de ensino, são aqueles que deixaram de ter uma visão meramente de coordenação e passaram a ter uma visão de gestor.

RW: Mas isso com cunho de humanismo, certo professor?

SVL: Claro.

RW: E acima de tudo com um conceito que eu vi na Universidade Paralela, no curso de Gerência de Cursos.

SVL: Falando nisso, se você me perguntar agora, qual é a missão da instituição da universidade, passa pelo humanismo. É uma missão que todos os professores devem observar.

RW: Interessante isso. Agora professor, como foi seu trabalho como profissional até aqui, inclusive como diretor de banco?

SVL: Eu me formei em 1990, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e me formei simultaneamente em Engenharia Química na UFRJ, e Farmácia na Federal Fluminense, três universidades públicas, mas de cara percebi que minha paixão era o Direito, então as outras faculdades eu nem cheguei a exercer, na verdade só cursei. E ao ter me apaixonado pelo Direito, e verificado que era aquilo realmente que eu queria, eu nunca parei de estudar, então sempre continuei no esquema de estudo. Fiz quatro especializações, uma na área de Direito Tributário, outra de Direito Educacional, Direito do Estado e Administração Financeira. Como eu falei, eu fui para o mercado financeiro e precisava ter um conhecimento econômico. Então eu fui fazer Administração Financeira na Getúlio Vargas. Então sempre conciliei o estudo com o trabalho. E logo na minha primeira pós-graduação, eu já fui convidado para participar administrativamente da coordenação de uma universidade em nível de pós-graduação, como Administrativo, como Coordenador Adjunto. E fiquei lá quase quatro anos como Coordenador Adjunto de Pós. Eu comecei ao inverso, eu comecei na pós, e depois eu vim para graduação. E aí as universidades começaram a me convidar para lecionar. A primeira universidade que eu lecionei, com turma própria, foi a Universidade Santa Úrsula. De lá eu passei pela Estácio de Sá, passei pela Moraes Júnior, que hoje é Mackenzie, ainda leciono na La Salle, na Universo, na Veiga de Almeida. Então eu fiz sempre um paralelo. Uma carreira acadêmica, e acadêmica administrativa, por que eu sempre tive função de coordenador. Fui coordenador, primeiramente, de monografia, na Universo. Depois Coordenador de Núcleo de Prática Jurídica, da Universo, e da Veiga de Almeida. Depois Coordenador de Curso, da Veiga de Almeida. Depois Coordenador Geral de Curso, da Veiga de Almeida. E Coordenador de Pós-Graduação, também na Veiga de Almeida.

RW: Mas isso não lhe conduz ao estresse?

SVL: Ah, sim! Mas é aquela história, não é? Quando você gosta do que faz, embora, é claro, que a quantidade de horas, você fica realmente cansado. Mas existe uma coisa muito interessante, que eu não sei te explicar. E isso é muito comum entre os professores que gostam de lecionar, quando você entra em sala de aula, parece que todas as suas doenças e seus males desaparecem. Porque dá uma adrenalina impressionante. Muitas vezes eu entro em sala gripado, com febre, com dor de cabeça, e quando entro em sala e começo a falar, parece que tudo vai embora. Então isso nos mantém. Esse gostar do ato de lecionar, faz com que, como professor, eu me mantenha bem. E como coordenador, eu acho que é a vocação. Você ter a vocação para administrar, para resolver conflitos. Então, é cansativo, é. Não há duvidas! Mas quando você faz o que gosta, me parece que existe uma força espiritual, algo maior, superior, que te mantém. Agora, é claro, tem um dado momento da vida que você tem que dar uma paradinha, você tem que refletir. Tem que dar uma de Monge Budista, e se isolar. É necessário. Mas a gente se supera. Não só eu. Todos os professores que eu converso, eles têm essa mesma concepção.

Fim da 1ª parte.
Continua em breve.

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“Alcance-me”


O que nos faz empreender numa busca insaciável de conhecimentos? Como o herói das estórias que gostamos tanto, esse herói vai mundo afora à procura de algo, para no final, na verdade encontrar o quê? A paz interior? Somos todos heróis desta grande insondável saga que é “a vida”. Estamos sempre em busca de uma razão para viver. É o desafio que nos transforma, para enfim podermos sentir plenamente que “vale a pena viver!”. Os reveses, a luta, não nos fizeram esmorecer. 

Esse é o tema de quem ama estudar.

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Percepção – a Ciência do novo Milênio © Ana Maria Wolff que revela em seu livro, especialmente ao nosso entrevistado: Soniárlei Vieira Leite.


Todo o grande segredo é não se deixar esgotar ao excesso no seu dia a dia. E quando isso ocorrer - espere a energia voltar, e se recuperar bem (no momento de exaustão, não pensar em problemas!).  Nestas horas o melhor é primeiro recuperar seu vigor natural – e quando se sentir recuperado do cansaço – aí sim – é hora de pensar em resolver situações importantes que atormentam. Separe bem estas duas partes da questão. Porque quando está cansado e quer resolver os problemas poderá sentir-se em depressão, e isso não é o seu jeito natural de ser. Não se permita atormentar-se com emoções sombrias quando estiver cansado.

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