Ela é de
Vila Velha, e ainda se lembra do verão da Praia da Costa de 1980. Ela tinha 10
anos de idade. E que engraçado: eu tinha 21 anos de idade e também estava
ali. (O verão mais feliz que vivi no Espírito Santo). Era um alto-falante, uma
voz muito bonita que falava, em toda a praia: Verão da Praia da Costa de 1980! As palmeiras
balançavam ao vento suave das praias capixabas. Os pais dela são de Vila Velha,
ela se formou na Santa Casa, uma das faculdade brasileiras mais destacadas em
medicina. Há alguns anos ela conheceu a escritora Ana Maria Wolff, aqui no Rio
de Janeiro, e aprecia muito seus livros.
A doutora
Lamêgo é uma pessoa bastante comunicativa. Uma entrevista interessante, espontânea,
descontraída. É médica extremamente humana com os pacientes, mas acha que o
brasileiro não é acostumado a isto. Na verdade, quem é que não gosta de ser
tratado com atenção e cuidado? Vamos conhecer melhor nossa convidada de hoje do
Projeto Expansão AFI 2013 “Você é muito importante para nós!”, a
Oftalmologista, Dra. Carla Fernanda Lamêgo.
Clínica de Olhos Lamêgo.
Dra. Lamêgo:
Eu fui fazer vestibular de medicina. Aí entrei na faculdade. Foi uma festa
danada! Aí meu pai, ele queria fazer parte deste projeto. Quando eu entrei, eu
achei assim, que todos que estavam lá era por vocação mesmo, não é? Que a
pessoa estava ali para querer ajudar os outros. Só que, às vezes, a gente se
decepciona muito, não é? Isso até com os professores... Você via que era uma
coisa muito impessoal, em tratamento... Você vê que muitas pessoas não são por
dom. E eu continuei, porque eu acho que a gente tem nossos princípios. Então, o
que foi passado, eu tento levar isso durante minha vida toda. Assim eu faço
medicina, mas o primeiro de tudo, eu quero ajudá-lo. Então, o mais importante
para mim é ele naquele momento. Então quando eu fiz, quando eu comecei a fazer,
e tal, medicina, eu falei para o meu pai: “Pai, eu quero ir para o PROJETO
RONDON”. Porque eu queria o que? Ir lá para o interior da Amazônia para ajudar
as pessoas, a cuidar das pessoas. E a minha mãe falou: “Não. Você vai pegar uma
malária!”. E então eu resolvi a cada parte da medicina que eu passava, eu
queria fazer. Aí fiz pediatria, queria fazer Pediatria. Fiz cardiologia, queria
ser Cardiologista. E os meus amigos que entravam, quando entraram na medicina,
já sabiam o que queriam ser. Porque? Porque o pai era cirurgião plástico, a mãe
era... Entendeu? Então ele já entrava sabendo o que queria. Então, por um lado,
eu acho que foi bom para mim, eu entrar sem saber o que eu seria, não é? Porque
então eu dei atenção à todas as cadeiras. Eu fui um pouquinho de cada coisa.
Então esse lado meu, humano, de lidar com o ser humano, eu gosto muito. Me
fascina muito. Esse lado psicológico relacionado com a medicina. Então até
mesmo me falam assim: “Ah, doutora, você é meio psicóloga dos pacientes”.
Porque eu não vejo só o porque que eles me procuraram. Eu vejo o lado
espiritual também. O lado psicológico. Porque muitas vezes a doença física vem
de algum problema espiritual. Olha, e graças a Deus, os tratamentos que passo,
dão certo, sabe? O paciente segue direitinho o que você orienta. Você descobre
alguma coisa que o paciente está vivendo na vida pessoal. Que está interferindo
na saúde dele. E você, só de conversar, orientar o paciente... E outro dia um
paciente sentou aqui e falou assim... A primeira coisa que eu falo para o
paciente é assim “Fulano...”, falo o nome da pessoa, faço questão, cumprimento,
falo o meu nome e falo assim: “O que eu posso te ajudar? O que você está
sentindo na visão?”. Então eu pergunto! Aí outro dia um paciente sentou aqui,
olhou para mim assustada e falou: “Eu posso falar?”. Eu falei: Pode! Aí ela
falou assim: “É porque médico nenhum deixa a gente falar...”. Aí eu falei
assim: “Não, mas aqui você pode falar”. Então ela foi falando... Então eu falei
assim: Nossa, que triste... A medicina como está!”. Então tem que ter confiança
um no outro.
Reinaldo
Wolff: Com certeza. Então vamos começar as perguntas. Dra. Carla Lamêgo, quais
são os pontos mais atrativos de sua carreira?
Dra. Lamêgo:
Relacionado a que?
Reinaldo
Wolff: A todos os sentidos. O que você sente que é mais atrativo. O que mais
lhe recompensa?
Dra. Lamêgo:
A relação interpessoal. Lidar com o ser humano.
Dra. Lamêgo:
Muito!
Reinaldo
Wolff: Como tudo começou?
Dra. Lamêgo:
Como eu decidi fazer medicina? É, eu pensei em fazer psicologia, porque eu
sempre gostei dessa relação entre as pessoas, de entender a mente humana, de
saber como eu poderia ajudar o paciente em relação a isso, o estado psicológico.
Aí minha mãe falou que para ser psicóloga, seria mais para dar aula. Isso há 20
e tantos anos atrás. Mas eu não queria dar aula. E fiquei pensando, um meio de
ajudar as pessoas é fazer medicina! Tentei fazer com 16 anos, a primeira vez, aí
não passei para medicina. Também não passei. Era muito despreparada. Aí na
segunda vez que eu tentei medicina, eu entrei. Passei com 17 e entrei com 18
anos. Porque eu faço aniversário em dezembro, não é? E entrei para a faculdade
com 18 anos.
Reinaldo
Wolff: Agora, Doutora, o que pode ser feito para melhorar a saúde dos olhos,
como precaução?
Dra. Lamêgo:
Olha, primeiro de tudo, é alimentação. Uma alimentação rica. Um prato bem
colorido porque aí você repõe as vitaminas, que é A, B, E e K, tem licopeno,
que é fundamental para a visão. Que tem luteína em alimentos, como folha verde
escura, pimentão amarelo, pimentão vermelho, a cenoura, a abóbora que tem os
pigmentos alaranjados, não é? Então, é uma alimentação sadia, saudável, fazer
visita regularmente ao oftalmologista. Porque tem que detectar algumas doenças
que só são detectadas no exame clínico.
(*Luteína:
combate manchas e envelhecimento da pele. É um antioxidante que possui benefícios
para a saúde dos olhos, pele e sistema cardiovascular. A luteína reduz a
inflamação no cérebro e o déficit de memória relacionados à idade).
Reinaldo
Wolff: Medicina preventiva?
Dra. Lamêgo:
Isso! A medicina preventiva. Você ter um bom conhecimento do histórico
familiar, porque muitas doenças oftalmológicas são de caráter hereditário. E
acredito que seja mais isso, não é?
Reinaldo
Wolff: E evitar questões como glaucoma...
Dra. Lamêgo:
É. Porque glaucoma é muito hereditário. É pela hereditariedade. A partir de 40
anos isso. Aumenta a pressão intra-ocular. Muito do caráter hereditário.
Reinaldo
Wolff: Mas o que gera isso?
Dra. Lamêgo:
O glaucoma aumenta a pressão intra-ocular. Pode levar à cegueira, sim.
Reinaldo
Wolff: Mas o que gera essa pressão? Estresse?
Dra. Lamêgo:
Não! A idade, não é? Pelo caráter hereditário. Quando a pessoa tem alguém na
família com glaucoma, ela tem chance de também ter. quando tem histórico na família
de glaucoma e cegueira, essas chances aumentam. Então a partir de 40 anos a
gente tem que ter mais atenção porque a partir daí que pode manifestar a doença.
E tem outros tipos também. O glaucoma por má-formação do ângulo, por onde o líquido
do olho circula. Às vezes a pessoa não tem o glaucoma, ela está com a pressão
alta do olho, porque o canal é estreito e dificulta o líquido a passar. Então
faz o laser para ver esse canal mecanicamente e a pressão volta ao normal.
Muitas vezes não precisa nem de medicação.
Reinaldo
Wolff: Então a medicina de hoje tem novos recursos.
Dra. Lamêgo:
Tem! Tem muitos recursos! Hoje em dia eu acredito que na medicina, a
oftalmologia é que se beneficiou mais com a tecnologia, não é? Os exames
complementares que ajudam a complementar o diagnóstico.
Reinaldo
Wolff: Agora, uma pergunta bem pessoal. Como foi sua experiência de chegada em
Itaboraí?
Dra. Lamêgo:
Olha, foi muito boa. Eu vim para Itaboraí, e no início você é desconhecido, não
é? Lá em Niterói eu já era conhecida. Porque eu trabalhei no Exército, tinha
consultório, tinha quase 10 anos no consultório. Então eu cheguei em um local
em que ninguém me conhecia. E comecei a fazer atendimento com panfletagem
mesmo. Para o pessoal saber que tinha médico aqui em cima, para fazer
atendimento e tal. E a tentativa para eu ficar mais conhecida foi tentar
conseguir o ITAPREVI, que é o plano da Prefeitura aqui. Então com conhecimento,
e Graças a Deus, a gente conseguiu a ITAPREVI. Foi aí que fiquei mais
conhecida. Porque são mais de 6 mil usuários. E eu não sabia! Então, na rua, eu
passo, e tem um paciente que me conhece e fala: Oi doutora! E dali como é que
foi acontecendo? Eu fui atendendo os funcionários da ITAPREVI, os dependentes e
às vezes, os conhecidos desses funcionários! “Ah tem a médica nova da ITAPREVI
mas eu não tenho ITAPREVI!”. “Ah, mas olha tem o convênio, também atende
particular!”. E encaminha para cá! Então hoje eu posso dizer assim que já me
conhecem um pouquinho. No outro dia foi muito engraçado o que aconteceu. Antes
das eleições eu atendi uma senhorinha e no final da consulta, eu fiz isso, vem
de mim isso, eu sou beijoqueira. Então, no final da consulta, principalmente
mulher. Homem, às vezes, a gente fica com mais receio, para a pessoa não
confundir as coisas. Então, eu atendi, e no final eu dei beijinho nela e tal e
ela saiu. Aí depois na outra consulta ela veio me contar. Olha só a situação
que engraçada! Ela chegou para mim e falou assim: “Doutora, a senhora não era
candidata a nada não, não é?”. Aí eu falei: “Não!”. Isso antes das eleições. Aí
ela: “Ah, porque eu saí daqui e falei com a minha filha ‘Eu acho que a Doutora é
candidata a alguma coisa’!”. Procuraram o meu nome, para votar em mim... Mas
foi muito engraçado! Ri muito! Procuraram o meu nome, e não acharam. Aí quando
ela voltou e me contou isso, eu falei: “Ah, foi porque eu te dei um beijinho no
final!” Político dá beijinho na época de eleição. Aí eu falei: “Já passou a época
de eleição e eu continuo beijando! Mas não sou candidata não”. E a senhora: “Ah,
Doutora, se a senhora se candidatar, vai ganhar aqui em Itaboraí!”. Falou
brincando, mas para você ver - as pessoas não são amorosas com as outras, não
pegam na mão, não cumprimentam, não olham. Aí ela achou que eu era candidata.
Reinaldo
Wolff: Eu e a minha esposa passamos a Lua de Mel em Montevidéu. E no retorno, o
rodomoço foi de extrema gentileza. Dobrou todas as poltronas, colocou cobertor
em todos, fechou as janelas, e serviu alfajor e refrigerante. Eu falei com
minha esposa: “Isso é um seqüestro coletivo”. Então eu vi que todos tinham
comido, ninguém passou mal. Aí eu falei: “Ainda tem?”. Então, é da nossa índole
desconfiar de muita gentileza.
Dra. Lamêgo:
Está vendo?! O que deveria ser uma regra, não é...
Reinaldo
Wolff: Na realidade, o normal é isso que a doutora faz. É esse tratamento, esse
“approach” (*modo de aproximação com as pessoas). Esse “chegar junto ao
paciente, tratar com humanidade”, é fundamental. É muito importante.
Dra. Lamêgo: Com certeza! Se eu não fizer isso, eu não
vou ser eu! É exatamente.
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Percepção - Ciência para acordar o Milênio (C)
Converso com a muito
querida “Dra. Lamêgo”
O dom divino em você é: a sua grande
facilidade de compreender as inquietações sentimentais das outras pessoas. Todo
o segredo para superar os momentos difíceis que desafiam, é encontrar
inspiração em atividades artística. Fará
um contraste com suas atividades técnicas – despertará ainda mais a sua
percepção extra-sensorial que retêm em suas mãos. A introspecção que a arte lhe
traz faz aproximar mais ainda de sua compreensão de Deus. Sua capacidade de
administração prevê sucesso empresarial e comando. E também em atividades de
educadora, dentro do ramo profissional já definido de sua escolha.
Você é uma pessoa de emoções profundas,
é totalmente sincera, embora muito precavida ao fazer amigos. Até mesmo
austera. Por isso evite levar uma vida solitária. Em tempos de férias de verão
lhe faz muito bem uma temporada no campo.
Sabendo que – quando você se sente
auto-confiante, de espírito leve, agradável, você está pressentindo que é uma
época de renovação e de condições muito especiais que estão por chegar. É isto
que acontece, já-já. Aguarde!
Falou com você aqui, Martha – Equipe
Wolff, com estudos advindos do livro “Percepção”. Ana Maria Wolff. Esse livro
lhe traz esse recado:
“Trabalho continuado e muita harmonia em
volta de você. E decisão de acertar. Sorte é não parar de tentar”.
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