quinta-feira, 11 de abril de 2013

Dra. Carla Fernanda Lamêgo - Oftalmo, de renome, tem novo consultório em Itaboraí - parte 2

É possível encontrar num bom médico - o calor humano que só existe nos amigos que temos? Ah! Isso é o mesmo que ter um talismã mágico! Com certeza este médico encontra respostas de melhoria do paciente muito acima que o normal. Sair de uma consulta com alento e esperança é mais que apenas uma receita para seguir.
Talvez a medicina tecnicista de hoje não tenha codificado o valor de recuperação que existe no incentivo, no suporte emocional que nos traz um médico atencioso.

É o caso da Dra. Lamêgo. Ela tem em si a amabilidade característica do povo capixaba. A terra do sol que mesclou o que tem de bom na raça dos índios, dos negros, dos brancos, asiáticos, e quantos mais quiseram vir para este lugar privilegiado. Mesclagem que vêm devido à Aracruz Celulose, Belgo Mineira, Siderúrgica Tubarão...
E a razão da mesclagem que está começando em Itaboraí se chama COMPERJ.
E aqui está a doutora Lamêgo fazendo a diferença na terra da promessa de petróleo.

Acompanhe a continuação de sua entrevista exclusiva.



Reinaldo Wolff: Sente-se isolada nessa atividade ou ser médico é uma espécie de fraternidade, onde todos se conhecem e são amigos? Ainda mantém os amigos da faculdade?
Dra. Lamêgo: Os amigos de faculdade... É engraçado você me perguntar isso. Ontem, eu olhando, peguei no Facebook, e falei: “Meu Deus, quanto tempo que não falo com ela!”. Ela era uma amigona minha! Eu fui procurar o nome dela para ver se eu achava para conversar. Olha que interessante a coincidência- isso eu fiz ontem à noite!

Reinaldo Wolff: E encontrou sua amiga?
Dra. Lamêgo: Encontrei sobre ela, mas não no Facebook. Aí eu vi o número para fazer consulta, mas eu vou ligar para falar com ela, entendeu? Saber o dia que ela atende e ligar para ela e falar: “Ah, você não vai reconhecer minha voz!”. Então assim, os amigos de faculdade eu encontro os da área de oftalmologia, em congressos. Que são três, mais ou menos, que eu encontro. Agora, os outros não. Porque? Primeiro, eu fiz faculdade no Espírito Santo. Então, medicina eu fiz lá. Oftalmologia eu fiz aqui.

Reinaldo Wolff: Sua família é de lá?
Dra. Lamêgo: Minha família está toda lá! Só eu que estou aqui. Eu me formei em 94. Saí de lá em dezembro de 95. Então fui fazer oftalmologia aqui em 97. Os amigos de faculdade eu não tive mais contato. Mas na especialização de oftalmologia, sim. Por exemplo, o que eu tenho de dúvida, minha sub-especialidade é glaucoma. Fiz dois anos na Piedade, que é referência, com o Dr. Sérgio Henrique Meireles. Então, apesar de ser generalista na área de oftalmo, mas se eu ficar em dúvida em alguma coisa em relação à retina, eu ligo para um amigo meu, que é Retinólogo. Em córnea, eu ligo para um amigo meu que é especialista em córnea, com quem troco idéias. E esse amigo meu de retina, ele fala assim “Carlota, você é muito engraçada. Você é uma figura”. Ele é professor universitário e tal. Faz muito isso, retina. Se eu tenho alguma dúvida, eu falo para o meu paciente “Eu vou ligar aqui para o meu amigo, grande especialista. Vamos confirmar com ele, se tem mais alguma coisa que se possa fazer...” E eu falo isso na frente do paciente! Ligo para meu amigo, o professor especialista, e ele quer saber: “O paciente está aí com você?” E eu falei: “Está!”. Ele diz: “Ah, você é uma figuraça mesmo!”. Já meu amigo Amaury, se quer trocar idéias sobre o paciente, ele sai, vai para outra sala, para telefonar e falar sobre o assunto. E ele se admira comigo - “Você fala assim, na frente do paciente, e não está ligando para as aparências?”. Eu digo: “Ué, gente, isso não desmerece ninguém”. Entendo que o paciente fica feliz porque você está buscando o melhor para ele.

Reinaldo Wolff: Isso mesmo, revela que você se interessa pela melhor solução possível para o caso dele.
Dra. Lamêgo: É isso. Se ele é uma pessoa que faz muito “retina”, se ocorre alguma dúvida, eu vou ligar! Mas eu falo antes para o paciente: “Olha, eu vou conferir idéias com o meu amigo especialista só em retina. Eu vou confirmar com ele se tem mais alguma coisa que a gente possa fazer no seu caso. Faço isso na frente do paciente! Não é porque você tem uma dúvida que você vai deixar de falar na frente do paciente. Isso é sinal de que? É sinal de humildade. É sinal de que você quer ajudar o paciente. E o paciente não acha ruim de falar assim. “Ah, meu Deus, ela ficou em dúvida?”. Não! Ele acha legal porque eu estou pesquisando com um especialista! Estou buscando uma situação para ele do que há de melhor.

Reinaldo Wolff: Como conciliar a união da família com a profissão? E em relação a filhos?
Dra. Lamêgo: Em relação à filha de 5 anos, eu chego em casa, é a primeira coisa que eu faço. Sento com ela para fazer dever de casa. Porque? Eu não vou ter outro horário. Porque eu saio cedo, ela ainda está dormindo. Eu acho que a gente tem que ter esse acompanhamento da criança. Ela está começando este ano, a alfabetização. É um momento importante. Eu sempre fiz isso, acompanhar. Ela tem um lugar só para ela fazer os deveres da escola. Ali eu dou atenção à ela, fazer os deveres e brincar um pouquinho com ela. É difícil. Porque eu trabalho todos os dias. Às quintas eu tinha cirurgia à tarde. Com o trânsito, ia para a Barra, voltava muito cansada. Agora passei para sábado. Para a cirurgia levo o paciente para Downtown, na Barra. Quinta feira então, é meu dia de ir no salão, fazer alguma coisa em casa, buscar a filha na escola. Para poder, um dia, estar lá, ver as professoras. Acompanhar a rotina dela. Mas é muito difícil conciliar estas atividades.

Reinaldo Wolff: O que é o maior desafio na profissão no momento presente? O que você sente que deve mudar para poder conciliar o convívio da família e o tempo dedicado à profissão?
Dra. Lamêgo: Ah... É voltar para o Exército! - Estou brincando - É... O plano de saúde não paga bem. E a gente precisa deles. Não tem jeito. Você tem que atender muita gente. Ah! O que eu preciso é ganhar na loteria! Vou ter só aqueles horários que eu escolho para aprender. Porque eu amo atender. Não vou precisar de dinheiro mas vou continuar a atender.

Reinaldo Wolff: Que perspectivas de futuro vê aqui nesta cidade?
Dra. Lamêgo: Aqui? Estou acreditando, estou investindo. Espero que dê tudo certo.

Reinaldo Wolff: Quais os riscos que estão chegando nesta localidade de problemas visuais?
Dra. Lamêgo: A poluição pode dar muito quadro alérgico.

Reinaldo Wolff: Qual o problema visual de maior incidência na região?
Dra. Lamêgo: O sol em demasia e poluição, pode dar catarata. Tem muita incidência de catarata. O pessoal ainda mora muito em roça, interior. Muitas vezes usa óculos sem proteção solar. Também noto muito envelhecimento da pele. Há muito paciente jovem com catarata precoce.

Reinaldo Wolff: O que a vida militar trouxe de influência?
Dra. Lamêgo: Meu nome Lamêgo. Influência forte. Carla Lamêgo. Dra. Carla existem muitas. Mas dizer - Dra. Lamêgo - só existe eu!

Reinaldo Wolff: É certo.
Dra. Lamêgo: Quando fala em visão, olhos - a pessoa vê o nome Lamêgo - a pessoa lembra de mim!
Afora este aspecto do reconhecimento do nome, o Exército foi uma escola para mim. A gente sai da residência e vai... É comparável com alguém que sai da maternidade com o bebê nos braços. A gente pensa assim naquele momento: “Meu Deus do Céu, eu posso levar a enfermeira junto, também? É assim - quando você sai da residência - médica, é tudo mais fácil. Quando fiz a “residência” no Exército eu vi de tudo! Porque ali é referência. Vai todo mundo para lá, e tal. Então, foi uma boa escola para mim, o Exército. Eu aprendi a lidar... Fiquei dois anos sozinha. Por isso é bom você ter um relacionamento bom com os outros colegas - é aquilo - você não pode saber tudo! Você, quando tem uma dúvida - você entra em contato, troca idéias sobre o caso com o amigo que lida com aquela questão toda hora! Então há uma troca. O exército foi uma boa escola para mim. Muito bom!

Reinaldo Wolff: Tem angústia de passado? Alguma coisa que gostaria de ter feito, de ter mudado?
Dra. Lamêgo: Não. Até, de vez em quando, eu brinco e falo - “Gostaria de ter aprendido a tocar piano. Eu não fiz. Piano, violino, eu gosto de tudo relacionado à música clássica.

Reinaldo Wolff: Ainda está em tempo! O que eu me lembro em Vitória, a faculdade de música era junto ali à faculdade de medicina. Era importantíssima. Muito destacada a faculdade de música, lá. E a Santa Casa de Misericórdia é em frente à Fundação Padre Anchieta.
Dra. Lamêgo: Você conhece bem lá!

Reinaldo Wolff: Eu morei lá!
Dra. Lamêgo: Ah, você morou lá...

Reinaldo Wolff: Eu morei em Vila Velha.
Dra. Lamêgo: Ah! Minha mãe mora lá.

Reinaldo Wolff: Eu morei na Prainha.
Dra. Lamêgo: Ah! É pertinho da casa da minha mãe.

Reinaldo Wolff: Eu morava ao lado da Igreja do Rosário.
Dra. Lamêgo: Ai, gente! As minhas três irmãs casaram lá. Só eu que casei em Vitória. Em Nossa Senhora do Carmo. (Que delícia morar ali. É muito bom!).

Reinaldo Wolff: Tem idéias de melhoria? O que poderia ser feito na saúde pública de Itaboraí?
Dra. Lamêgo: Eu acho que está com carência de especialistas. Bons profissionais, mais especializados. Locais com exames complementares de ponta. Mas acho que isto vai chegar. As pessoas estão, ainda, estudando o local para poder vir para cá. Eu acredito que isto vai acontecer em pouco tempo.

Reinaldo Wolff: O que planeja de meta para realizar este ano?
Dra. Lamêgo: Se Deus quiser, a primeira coisa, quero sair desse prédio. Estou fazendo um investimento, duas salas, pretendo - se der tudo certo - com os convênios que estamos realizando, vou ter um ponto próprio. Aqui é alugado, ele não vende. É com escadas. Paciente de oftalmo geralmente é idoso. E ter que subir escadas, isso é muito complicado.

Reinaldo Wolff: É um belo planejamento de futuro.
Dra. Lamêgo: Se Deus quiser! Aí fico em definitivo em Itaboraí.

Reinaldo Wolff: Que mensagem você passa aos nossos leitores? Mensagem de vida, de estímulo, de fé, de esperança? Qual mensagem você passa?
Dra. Lamêgo: A gente tem que ser feliz. Fazer o que a gente gosta, o que a gente ama. Temos que amar ao próximo. Tratar as pessoas como a gente gostaria de ser tratado. Isso é fundamental para ser feliz.

Reinaldo Wolff: Dê um pequeno relato do seu perfil.
Dra. Lamêgo: Meu perfil? Gosto de rir, de estudar. Sou feliz. Por eu ser feliz, estou sempre sorrindo. São poucas coisas que me aborrecem. A única coisa que me deixa triste é uma pessoa não me respeitar. Penso assim - se eu respeito a outra pessoa, eu gosto de ser respeitada. É fundamental. Acho que é isto! Sou feliz, sorridente, um tipo de pessoa amorosa. Gosto do ser humano. Acredito no ser humano. Todos nós “temos jeito”! É estar apto a aceitar.

Reinaldo Wolff: A Equipe Wolff e AFI, agradecem a entrevista!
Dra. Lamêgo: Obrigado, gente!


* Uma pessoa criada na praia tem a tendência de ser descontraída e alegre. Mas no momento em que pensa em temas de “respeito”, nota-se nesta característica, que ela assimilou por inteiro o pensamento da vida militar. Pode até ser que em breve, a doutora seja também chamada de “Coronel Lamêgo”. Quem sabe ela está pronta para voltar ao tipo de vida militar?
Este “Obrigado, gente”, é uma expressão usada no Espírito Santo, é típico da região.

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