2013 – O Ano Internacional da Cooperação pela água
No Sertão Nordestino ocorre a desertificação e
destruição da capacidade produtiva por sucessivas queimadas e depredação pelos
agrotóxicos. O solo fica árido, sem fertilidade. Não chove regularmente.
Vegetação: Caatinga, cactos e arbustos. É a que se adapta à pouca chuva. A água
de chuva represada nos açudes do Nordeste, frequentemente de março até junho
secam. São os meses que regularmente não chovem.
Poços cada vez mais profundos. Na seca, plantação –
morre tudo.
A ave que é o símbolo da região, Inhambú, do tupi “o
de o que levanta o voo rumorejando”, que “quando canta, chove”. Ela percebe!
O ditado frequente “nordestino se morre aos 30, é de
sede. Se morre aos 20, é de emboscada”.
Adolfo Gomes
aconselha, antes de chegar a este ponto crítico, enche o solo de folhas de
tronco de eucaliptos velhos. Aquino dos Santos diz “atrai gastos o terreno
cheio de areia. Coloca sal, que o gado fica ali, o esterco fertiliza”. Isso é
antes de virar deserto!
Elizeu Moraes indica “Compostos orgânicos... os
nutrientes fazem a retenção da humidade”.
No sul do Piauí há uma região de imensas áreas de erosão
e mineração inadequada. Destruição da vegetação.
Para evitar desertificação, as soluções são as
práticas de controle de erosão.
O Mar do Aral, com seus milhões de metros quadrados,
onde antes havia fartura, agora é solo desertificado. Região entre Cazaquistão e
Uzbequistão, o mal planejado desvio dos rios Amu Dária e Sir Dária para haver
irrigação trouxe detritos químicos. Águas contaminadas por agrotóxicos. São coisas
terríveis que se faz com a preciosa água.
A Bíblia relata, poços no deserto são sagrados.
Locais de alegria e casamento.
Estamos neste mês comentando sobre a água mineral
deste vale fértil onde se localiza Itaboraí. Os orientais, silenciosos, já descobriram
essas riquezas em Cachoeiras de Macacu. Queremos comentar aqui sobre a existência
da previsão da escritora Ana Maria Wolff, registrada em cartório em 1998, em
forma poesia: Apocalipse do Nordeste.
APOCALIPSE DO NORDESTE © Ana Maria Wolff
Onde a terra é seca e vazia
Verte o sol, poeira, calor, secura
Na triste e magoada figura
Morrem esperanças na fisionomia
Não vê então, oh!, desgraçado
Soluço parado, atravancado
Na pobreza mora a condição
De estúpida maldição?
Tempo de agora é maldição
contida na dor e aflição
Vamos enxergar adiante infeliz
Seu futuro você faz, você diz!
Maldição do tempo agora
De tudo que é e passa veloz
Da dor, da luta que demora
Medo da morte, o susto atroz
Vai andarilho, você é louco?
Sacode a poeira do teu pouco
Da garganta arranhada
Liberta a voz e a alma arranhada...
Veja com seus olhos secos de futuro
Maldita campina que ao sol se entorna
Veja mais! E veja todo futuro!
Toda a campina que ao sol se entorta
Veja qual mata morta
Pois beberá água o solo duro
Tanta água virá nas chuvas
Com barragens feitas dos lagos negros
Pelos rios juntando
Também coesos mudando o clima
Mudando o clima trazendo tantas chuvas
Tanta água virá nas chuvas
Pelas barragens dos lagos presos
Pelos rios também presos
O calor acumula e voltam chuvas
Oh errante do destino cruel,
Sabia que sob tua sola dura
Rolava um lençol de água pura
Enquanto clamava água do céu?
Estende seu olhar de futuro
Onde a terra é seca e vazia
E morrem as esperanças na fisionomia
Triste, magoada vai só a figura
É dor. É pura dor. É pura...
Abram todos os olhos, vejam...
Vejam os horizontes, vejam
No futuro, bem além de tudo que é
O tudo que torna este oprimido
Terra mata seca e poeira molhada
Nuvens pesadas que vão e vem
Caem grossas encharcadas
Furando o solo e rochas também
Rasgando a terra, lagos irrompem
Vem os homens de olhos oblíquos
Limpam em volta de todos iníquos
Trazem o poder, sementes. E as mudanças que vem...
Revolta não levará em frente
Fará de você oh, torturado
Bem mais seco e doente...
Seu gado mais minguado...
Vamos depressa agora, o que espera?
Tanta água virá nas chuvas
Por causa das barragens dos rios
Estende seu olhar de futuro
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"A grandeza de um ser humano mede-se justamente quando sua obra transcende ao seu tempo de vida" diz Reinaldo Wolff, em referência à previsão acima.
Texto Equipe
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