sábado, 15 de junho de 2013

DOCE DE COCO

Não resisti e voltei ao estacionamento ao lado do DETRAN. Voltei à doceira que vende coco em pedacinhos torrados com açúcar. Ela tem que saber que a mensagem dela para nós, foi positiva. Achei a carteira! (e a mensagem se cumpriu). Cheia de curiosidade também sobre ela  - uma vendedora que tem a coragem de estar numa esquina movimentadíssima do Rio de Janeiro, enfrentando de cara os riscos que a gente se alarma de ver na TV... E ainda nos dá uma mensagem de fé, numa hora de incerteza para nós:

Saiba mais aqui:
Reinaldo Wolff: Como é o seu nome?
Lúcia Helena Soares.

Reinaldo Wolff: Como é o trabalho social que você faz?
Lúcia Helena: Nós fazemos um trabalho com moradores de rua, no qual a presidente é a Nely Ramos. E agora estou indo comprar legumes porque, de 15 em 15 dias, a gente sai para distribuir sopão, a Palavra de Deus, e cobertores, roupas, para aqueles que necessitam. O ponto da pregação é na Rua dos Andradas, nº 21. E a gente sai para distribuir, andando pela cidade! Vamos atrás daqueles que estão aí dormindo embaixo de marquises, e estão necessitando ouvir a Palavra de Deus, também.

Reinaldo Wolff: E como é que vocês conseguem essas coisas que vocês dão?
Lúcia Helena: Nós não temos ajuda de ninguém. É um grupo. A gente se reúne por ideal. É um grupo de evangélicos... A gente se reúne – e cada um dá um pouquinho!

Reinaldo Wolff: E quem quiser doar coisas para a obra de vocês?
Lúcia Helena: Quem quiser fazer doações, é na Rua dos Andradas, 21. É um estacionamento! O telefone é (021) 7639-8692, falar com a Nely, está bom? Eu sou da Assembleia de Deus, e são várias pessoas que participam desse ideal. A diretora, ela é da Batista. Tem Batista, tem Assembleia, tem a Presbiteriana!

Reinaldo Wolff: Como você começou a participar desse grupo de ajuda? É Cruz Vermelha Internacional?
Lúcia Helena: Não é Cruz Vermelha. Com o nosso trabalho de vendas de doce aqui, nós começamos a ver pessoas necessitadas na rua. Principalmente nessa época de mais frio. Pessoa que precisa de um casaco, um alimento, e não tem! Por exemplo, há 15 dias atrás, a gente saiu para distribuir a sopa, e estava chovendo. Então, a gente viu a necessidade dessas pessoas por um agasalho. Aí começamos a ficar mais empolgados com a Obra de Deus. Porque Jesus, Ele veio para aquelas pessoas também! Que estão ali debaixo da marquise, e estão precisando de ouvir uma Palavra de Deus.

Reinaldo Wolff: Eu sei de quem tem muitas coisas para doar. Sapatos, roupas, livros.
Lúcia Helena: Pode trazer aqui, que nós distribuímos. Nós aceitamos doações! Agora, vamos começar evangelizando as Cracolândias.

Reinaldo Wolff: Quero lembrar um detalhe – é necessário ocorrer junto um apoio psicológico.
Lúcia Helena: Quem sabe alguém graduado se interessa de querer ajudar nossa obra, juntos com “nós”.

Martha: E quanto à sua atividade profissional?
Lúcia Helena: Eu tiro o meu sustento com esse docinho de coco. É dele que eu tenho o meu sustento.

Martha: Como é que você começou essa atividade de vendas?
Lúcia Helena: Esse docinho, eu comecei... eu vendia água de coco. Aí água de como, no frio, não vende! Um amigo estava fazendo o doce e me ensinou. Eu me interessei e estou aí – ó – o meu docinho de coco! (O cheirinho de coco, do caramelo de açúcar – é irresistível).

Martha: Há quanto tempo já está vendendo o docinho de coco, neste ponto?
Lúcia Helena: Há dez anos!

E como escolheu este ponto ao lado do Detran?
Lúcia Helena: Aqui a gente não escolhe. Normalmente a pessoa vem, para, e começa a vender... Tudo é ajuda de Deus. Deus é que está no controle de tudo! Deus, Ele tem me dado bastante “criente”! Não tem me faltado nada.

Martha: Valeu o seu depoimento.
Lúcia Helena: Amém.

Reinaldo Wolff: Lúcia Helena, foi um prazer falar com você.
Lúcia Helena: Vai lá na nossa obra pra vocês conhecerem.


Um rapaz que atende junto, está mexendo doce. Sério e compenetrado. Pergunto a ele: Qual o seu nome?
Thiago.

Reinaldo Wolff: Ele é seu filho? (pergunto para Lúcia Helena)
Lúcia Helena: Não. Ele “tava” aí... “Tava” precisando de trabalho. Eu falei – “Vem trabalhar comigo? Aí você ganha um trocado também”. Hoje ele me ajuda. Melhor do que ficar na rua. Mas eu quero que ele estude. Já chamei a mãe dele para ela resolver isso, porque ele precisa estudar.

Martha: Ah! Ele vai estudar e vai se realizar sim!
Lúcia Helena: Em nome de Jesus!

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- Sobre o Projeto da Equipe Wolff -
Diz o Jornalista Reinaldo Wolff: “Queremos fazer do nosso trabalho jornalístico, um exemplo de pessoas bem sucedidas, com mensagem para as demais. Com estímulo de vida. Pessoas, não só bem sucedidas, mas que passem mensagem de humanitarismo”.

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