sábado, 7 de julho de 2012

PROJETO VOCE ÉIMPORTANTE PARA A AFI

Entrevista da Engenheira Suellen Tioko Nakamura Bongatti ao jornalista Reinaldo Wolff

"Foi uma epopéia.
Foi assim: eu estava na minha empresa - legal! Meu sonho! Aquele prédio arranha-céu, maravilhoso... Eu tinha uma mesa para mim. Trabalhava com contratos ótimos. Perfeito! Todo dia de social - eu tinha mil reuniões. E eu tinha praticamente acabado de me formar! Para mim, era o serviço dos meus sonhos. E eu só pensando que dali em diante só para cima, para melhor. Só que... eu ganhava, na época, o piso salarial de engenharia. E coincidentemente, o engenheiro Fábio também estava trabalhando, recém formado. E aí uma empresa achou o currículo do engenheiro Fábio na empresa que seleciona currículos. Só que isto ele já tinha colocado há muito tempo. Eu não posso entender como eles foram achar o currículo dele! Ele recebeu um telefonema desta empresa e respondeu 'Não. Eu já estou trabalhando. Não quero saber nada, estou satisfeito aonde estou. Obrigado. Tchau', desligou. Passou um tempo. De repente em casa, ele pensou 'Acho que eu vou ligar - vai que a proposta do cara é boa! Eu já estou ganhando bem, mas vai que a proposta é melhor?' Aí ligou, marcou uma reunião. E o cara disse - eu preciso de três engenheiros para Itaboraí. Eu tenho uma obra, e assim, assado... Era o COMPERJ. Petrobrás. Pólo Petroquímico não sei o que, não sei o que - isso foi comecinho de novembro de 2010. Aí o engenheiro Fábio me ligou 'tenho um emprego e estou precisando de mais dois engenheiros, você topa? É para Itaboraí. Vão pagar X' (era mais do que o piso). Eu falei: Topo! - na verdade nem pensei no dinheiro. Perguntei: 'Para quem é?' - 'Petrobrás' (Geeenteee!! Você trabalhar para a Petrobrás depois, aí você trabalha para qualquer empresa do país. Para meu currículo, isso é a melhor coisa que pode me acontecer!). Aí ligou para outro colega da faculdade. Ele respondeu logo 'Eu estou dentro'. Dia 13 de novembro de 2010, nós fomos contratados. Os três. Aí não tinha nem tempo de ver o projeto nem nada. Dia 25 de novembro eu estava em Itaboraí. Larguei tudo e vim. Alugamos os três apartamentos na rua da Delegacia. A gente não tinha tempo nem de respirar, para falar a verdade! Saía de manhã cedo e chegava de noite. Doze meses de obra - corridos. E foi isso! Quando a obra acabou nós vimos que Itaboraí estava crescendo. Disse para meus colegas - 'Estamos no lugar certo, na hora certa! Vamos colocar alguma coisa boa em Itaboraí'. Qual era a ideia? No início seria abrir a empresa em São Paulo. Mas em São Paulo você é só mais um. E o engenheiro Fábio me perguntava 'E aí? Abro a firma? Ou não abro a firma?' Eu respondi 'Cara, se tem que abrir uma firma é agora! Se não der certo a gente ainda tem condições de arrumar um emprego em algum lugar! Se a gente for esperar para abrir a firma daqui a dez anos - vai faltar coragem - vai faltar decisão. Se é para ter empresa, é agora'. E minha mãe ficou meio indecisa, falou 'Ah, é perigoso abrir uma empresa' - Ah, ainda falou não sei mais o que... Eu falei para ela 'Eu não tenho filhos, eu não sou casada, é agora! Se não der certo eu procuro um emprego - ainda dará para correr atrás de um emprego'. Graças a Deus, hoje eu não vejo nada sair negativo. Está indo tudo muito bem! A oportunidade está aí mesmo. Vejo tudo muito bem positivo" desta forma a engenheira Suellen Bongatti, definiu seu perfil nesta entrevista exclusiva que segue

Reinaldo Wolff: A rotina pode minar o entusiasmo inicial da profissão?
Suellen Bongatti: Trabalhar com engenharia civil em obras é muito é muito difícil perder o entusiasmo, uma vez que ao iniciarmos uma obra, só pensamos e imaginamos sua finalização. É justamente essa busca que não nos deixa cair numa rotina. Uma vez que você goste daquilo que faz, por mais que caia na rotina - pelo menos na minha área profissional - que é obra, é muito difícil rotina. Porque enquanto você não concluir, que não está pronto, você não cai numa rotina. Você sempre quer terminar. A ansiedade fica mais forte.

Reinaldo Wolff: Como manter acesa a chama do ideal, além do aspecto financeiro? Você acredita que um ideal sobreviva sem realização financeira?
Suellen Bongatti: Eu acredito que sim. Hoje a gente busca a realização. Eu hoje não penso em ter um iate, uma mansão. Hoje, o que a gente procura é viver bem. É você conseguir pagar suas contas, não é? Que eu acho, isto é o que todo mundo procura. Enfim - lucrar o suficiente para você conseguir pagar suas contas e se divertir um pouco... nada de exagerado.

Reinaldo Wolff: Que mensagem você passa para os demais colegas engenheiros? E para os ainda estudantes?
Suellen Bongatti: Que engenheiro civil tem que gostar muito do que faz. Não só para engenheiro, mas para qualquer profissão. Você nunca vai ser um bom engenheiro se você realmente não amar sua profissão. É muito dificil: você se envolve demais, você precisa se envolver. Você até acaba abrindo mão de muita coisa na sua vida, pela profissão, entendeu? Você não consegue sair, enfim, trabalha todos os finais de semana. Então, tem que amar muito a profissão para poder se dedicar.

Reinaldo Wolff: Como foi sua infância? O que despertou a vontade de seguir a atual profissão e se tornar o que é hoje?
Suellen Bongatti: Eu sempre gostei - desde criança, gostava de desenhar muito. E não sei porque eu sempre gostei de ficar construindo coisinhas, em vez de brincar muito com boneca. Eu sempre gostei de montagens de peças, de lógica. Então, no segundo grau, você começa a ver suas afinidades, quais matérias você tem mais afinidade. Era a matemática, a parte de exatas. Eu comecei a pesquisar sobre a profissão até chegar a conclusão que era o que eu queria fazer realmente.

Reinaldo Wolff: Que oportunidades melhores podem ser avaliadas dentro da atual conjuntura de desenvolvimento na cidade, e as que de pior podem ser evitadas – na sua opinião?
Suellen Bongatti: Vamos falar de Itaboraí, entendi! Eu acho que é assim: Itaboraí hoje tem um crescimento desgovernado. Descontrolado. Não foi planejado esse crescimento. Pelo menos o mínimo poderia ter sido planejado... Ou planejar enquanto ainda é tempo. Saneamento básico, a questão da saúde. São coisas básicas para poder sobreviver, não é? Não precisa ser para dizer que é "viver bem". Isso é um ponto que é importante. Um foco muito importante. Hoje você em Itaboraí tem o que? É ano de eleição. Porque as pessoas vão trabalhar no saneamento básico, na infraestrutura, se você não enxerga essa obra? Manilha fica enterrada - então ninguém sabe o que foi feito e o que não foi feito. Agora - asfalto aparece. Então o pessoal vai asfaltando e o que vai ocorrer? Um escoamento de água absurdo. A parte baixa vai alagar. Mas claro, como eles não podem fazer isso, hoje eles asfaltam. E depois tem que fazer de novo com a parte da infraestrutura. No futuro é o que vai ter que acontecer. Se não, vai entrar em colapso.
 
Reinaldo Wolff: O Niemayer esteve em contato aqui com o prefeito. Talvez tenha feito projetos para a prefeitura.
Suellen Bongatti: Não acho. Itaboraí hoje não precisa disto. Itaboraí hoje precisa de uma logística, uma organização. E obras básicas. Não precisa florear com estética, a gente precisa do básico.

Reinaldo Wolff: E quanto a sua vida pessoal, o local onde vive é recompensador do desgaste diário da profissão?
Suellen Bongatti: É. Olha, vindo daonde eu vim... uma capital maluca, que você pega trânsito, que você não vive, você leva horas para chegar em casa!

Reinaldo Wolff: Conseguiu fazer novos amigos, ou o excesso do trabalho leva ao isolamento?
Suellen Bongatti: Consegui. Olha, hãm... Acaba levando um pouco ao isolamento. Porém as pessoas que a gente convive nesse tipo de trabalho - você acaba tendo uma amizade, não é? Com o dono da loja de material de construção, com a pessoa que fornece quentinha, você acaba tendo um relacionamento um pouco maior, você acaba tendo como nossos colegas, e deles alguns se tornam amigos.

Reinaldo Wolff: Que planos faz para o futuro?
Suellen Bongatti: Hoje eu foco muito na minha empresa, não é? Foi muito difícil montar uma empresa. Ela tem pouco tempo, um ano. Mas mesmo em um ano, foi muito difícil ela ficar com as portas abertas! E está aqui hoje funcionando, trabalhando, as pessoas vindo e procurando para fazer obras, para reformas. É continuar, se eu puder fazer crescer a minha empresa. Dentro do possível - eu também não quero abraçar o mundo. É basicamente isso! E tentar crescer profissionalmente aqui em Itaboraí!

Reinaldo Wolff: Você está feliz com a atual oportunidade que estão tendo? Sente falta do convívio da família?
Suellen Bongatti: Eu estou muito feliz com a oportunidade. Faria tudo de novo! Se eu tivesse oportunidade três vezes, eu faria tudo de novo. Sentir falta, a gente sente, mas é para um crescimento. Eu acho que vai trazer felicidade para todos. Pois a ideia de trabalhar e progredir e alcançar os bens materiais, no fundo é também para ajudar a família.

Reinaldo Wolff: O que os seus parentes japoneses acham da oportunidade de Itaboraí? Eles têm planos de vir pra cá?
Suellen Bongatti: Têm. Minha mãe ama o Rio de Janeiro, meu cunhado - eles querem sair dessa loucura de São Paulo, sabe? Selva de Pedra. Eles querem vir para cá, porque aqui realmente tem qualidade de vida. Aqui é muito melhor do que lá, com certeza!

Reinaldo Wolff: E os parentes do Japão, querem vir para cá?
Suellen Bongatti: Eu tenho poucos parentes no Japão, e não tenho muito contato com eles.

Reinaldo Wolff: Tendo como experiência questões muito preocupantes como ocorreram no Japão, que troca de ideias vocês podem sugerir para evitar calamidades em Itaboraí?
Suellen Bongatti: Então, Itaboraí já está complicada mesmo sem catástrofe natural. Mas eu acredito, não tem nenhum tipo de problema. A questão do COMPERJ, pelo que se sabe, se acontecer algo ali, a área que tem que ser isolada é a partir de São Gonçalo, pra lá ainda. Solução não tem. Se ocorrer um problema, este aspecto de prevenção, é lá com eles. Estão fazendo tudo voltado para as questões sustentáveis, questões ambientais, tudo. É diferente do que tudo que já se fez antes. E isto pesa muito. E tem muita fiscalização em cima disso.

Reinaldo Wolff: Acha que eles devem se preocupar com as questões de segurança?
Suellen Bongatti: Pelo que eu conheço do COMPERJ, eles já se preocupam o suficiente com esse tipo de problema - pelo padrão que eu vejo de Petrobrás, lá dentro eles estão pensando em tudo. E além.

Reinaldo Wolff: Consegue manter as suas tradições japonesas? E como assimila a cultura alemã do seu sócio?
Suellen Bongatti: Não. Interessante. Somos brasileiros.

Reinaldo Wolff: Vocês estão felizes em Itaboraí?
Suellen Bongatti: Estou. Estou muito feliz. Quando eu vim para Itaboraí, eu falava todo mês "Vou para São Paulo, não vou ficar em Itaboraí". Eu passei minha vida inteira em São Paulo! Meus amigos, minha vida! A modernidade de São Paulo... Eu devo estar louca! É tudo. Teatro. A questão cultural. Diversão. Tudo muda! Mas eu me adaptei. Eu sinto muita falta, não vou negar. Fui passar em São Paulo uns dias. Meu Deus, nossa! Fui pra restaurante, saí, sabe? - É outro mundo. Mas eu gosto. Hoje eu me acostumei com Itaboraí. Se eu sinto falta de alguma coisa, vou pra Niterói num restaurante legal, vou para Rio de Janeiro num barzinho...

Reinaldo Wolff: Você gostaria de dizer algo que é seu modo de pensar?
Suellen Bongatti: Profissionalmente falando, que é meu foco principal. É uma dica, assim. Porque eu conheço muitas pessoas que hoje têm medo de montar uma empresa. Acham que é um risco muito grande, aquela coisa de funcionários. Para quem está na dúvida de montar alguma coisa empresarial, penso que "tem que arriscar. Tem que correr atrás".
Se você realmente gosta do que faz - você vai crescer. Você vai crescer profissionalmente, as pessoas vão reconhecer isto. O essencial é você gostar muito do que faz. Vai chegar num ponto que não é você que vai fazer propaganda dos seus serviços... As pessoas já procuram você. Graças a Deus, começou a melhorar!
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::Percepção - A Nova Ciência do Milênio (C) Ana Maria Wolff
Os códigos emocionais presentes na natureza, descrito no livro Percepção (C) AMW correspondem a: Os problemas que se apresentarem, só ocorrem se não houver o uso de qualidades, tais como iniciativa, aguda observação dos fatos.

Achar a solução também significa: evitar as fofocas. Não decidir com base em comentário de outras pessoas. Este é o ponto que irrita, traz impulsividade. A disposição amável, a bondade, vão afastar de seu panorama mental qualquer questão que se apresentar que possa significar deslealdade.
E o resultado que se apresenta relaciona-se a aspectos de riqueza. // MW.
                                       

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