sexta-feira, 6 de julho de 2012

Economia Solidária acontece na antiga Rodoviária Leopoldina até sábado

A feira da Economia Solidária teve início na quinta-feira, 05, no espaço da antiga Rodoviária Leopoldina, na Avenida Alberto Braune, prédio anexo à Prefeitura Municipal, e será realizada até o próximo sábado, dia 07 de julho. Com um ano em atividade, essa é a sexta feira que o grupo de artesãos de Nova Friburgo realiza. Iniciado em julho de 2011, esse projeto federal, da Secretaria Nacional de Economia Solidária, e que foi inicialmente gerenciado pelo NEATES-Rio (Núcleo Estadual de Assistência Técnica aos Empreendimentos Solidários do Estado do Rio de Janeiro), é tocado pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho.

Com a ideia primeira de “Propagar o bem e refazer melhor ainda agora”, frase do Comitê Pró-Nova Friburgo, mote de inspiração do primeiro seminário de introdução à Economia Solidária no Polo Serrano, a ideia permanece entre os artesãos. De acordo com Susana Capris, o projeto e a feira são incentivo e valorização para os participantes, remédio contra a depressão, mais do que complemento de renda familiar, o que, mesmo assim, acaba ocorrendo.

“Apesar de não haver muita venda, estar nesse movimento, conviver com os colegas do grupo e com os clientes é muito importante para mim, que vim com recomendação médica para o Economia Solidária, por ter depressão de alto risco”, afirma Susana.

Para Cândida Melo, o projeto hoje conta com 35 artesãs, número que vem crescendo paulatinamente. A feira é o ponto alto, pois apresenta os trabalhos desenvolvidos, seja em tecido, madeira, feutro, de materiais recicláveis ou biscuit. De acordo com Cândida, não é apenas como terapia que o projeto funciona, pois muitos dos participantes comercializam e tem retorno financeiro com o seu trabalho, como é o seu caso, que entrou para se divertir e atualmente obtém um retorno com a venda de suas criações.

Para se ter ideia, na Natal de 2011, a Feira da Economia Solidária comercializou mais de 600 peças no período de exposição e, mensalmente, o grupo comercializa cerca de 300 peças. Segundo disse Cândida, 3% de tudo arrecadado é direcionado à compra de materiais para reforçar a infraestrutura do projeto e para a montagem das feiras. E não para por ai. “Estamos otimistas em avançar, em conquistar mais espaço, tanto presencial quanto físico”, afirmou a artesã.

Encontrar uma sede para a realização periódica de seus encontros, para a realização dos trabalhos diários e até para a exposição das futuras feiras é uma solicitação do grupo. “Hoje, por falta de um local apropriado, temos dificuldades em projetar o desenvolvimento do projeto, até mesmo da ampliação do mix de produtos, que pode ser desenvolvido se estivermos estabelecidos em um local fixo, como nessa própria Rodoviária Leopoldina, por exemplo.”, aponta Elielza Perrut.

O pensamento de Susana Capris está de acordo com as primeiras palavras e com a apresentação do projeto em julho de 2011, quando foi anunciado que “o Economia Solidária é uma nova maneira de fazer negócios, desde o jeito diferente de produzir, como o de vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. ‘A Economia Solidária não explora os outros, não incentiva ninguém a levar vantagens, promove a consciência para que não haja a destruição do meio ambiente e, através de cooperação mútua, fortalece o grupo de forma que cada um pensa no bem de todos e no seu próprio bem’”. Ou seja: seus principais objetivos são a cooperação, autogestão, dimensão econômica e solidariedade.

Características da Economia Solidária:Cooperação: existência de interesses e objetivos comuns, a união dos esforços e capacidades, a propriedade coletiva de bens, a partilha dos resultados e a responsabilidade solidária. Envolve diversos tipos de organização coletiva: empresas autogestionárias ou recuperadas (assumida por trabalhadores); associações comunitárias de produção; redes de produção, comercialização e consumo; grupos informais produtivos de segmentos específicos (mulheres, jovens etc.); clubes de trocas etc. Na maioria dos casos, essas organizações coletivas agregam um conjunto grande de atividades individuais e familiares.

Autogestão: os participantes das organizações exercitam as práticas participativas de autogestão dos processos de trabalho, das definições estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, da direção e coordenação das ações nos seus diversos graus e interesses, etc.

Dimensão Econômica: é uma das bases de motivação da agregação de esforços e recursos pessoais e de outras organizações para produção, beneficiamento, crédito, comercialização e consumo. Envolve o conjunto de elementos de viabilidade econômica, permeados por critérios de eficácia e efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.

Solidariedade: o caráter de solidariedade nos empreendimentos é expresso em diferentes dimensões: na justa distribuição dos resultados alcançados; nas oportunidades que levam ao desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes; no compromisso com um meio ambiente saudável; nas relações que se estabelecem com a comunidade local; na participação ativa nos processos de desenvolvimento sustentável de base territorial, regional e nacional; nas relações com os outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatorio; na preocupação com o bem estar dos trabalhadores e consumidores; e no respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

FOTOS DANIEL MARCUS

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