quinta-feira, 22 de julho de 2010

9° FINF tem mais duas grandes atrações nesta sexta

No teatro, ‘Caderno de Memórias’ com Dira Paes e Otto Jr. e, no palco da ilha do Country, a grande
revelação musical Maria Gadú

A atriz Dira Paes chega aos palcos friburguenses dentro da programação do 9º Festival Internacional de Inverno de Nova Friburgo, com a peça ‘Caderno de Memórias’. A apresentação será realizada nesta sexta-feira, dia 23 de julho, às 20 horas, no Teatro Municipal (praça do Suspiro). A entrada para todas as atrações é franca, solicitando-se aos interessados a doação de um quilo de alimento não perecível e que o público chegue com antecedência aos locais dos espetáculos, para garantir seus lugares.

E ainda na própria sexta, 23, a partir das 23 horas, Maria Gadú, revelação musical de 2009 sobe ao palco da ilha no Nova Friburgo Country Clube, onde se apresenta para mais uma atração especial, que contará ainda neste fim-de-semana com Jorge Benjor (sábado, 24), além das atrações locais: ‘Tom sobre Tom’, às 20h30 e ‘As Fulanas’, às 21h30, na sexta. No sábado ainda teremos as apresentações de ´Só Balanço’, às 20h30 e Altay Veloso, às 21h30.

Adaptação do texto L`Aide Mémoire, do francês Jean Claude Carriére, com direção de Moacyr Góes, a peça ‘Caderno de Memórias’ retrata o encontro de um inusitado casal e suas dificuldades de se entregar ao amor; a atriz divide o palco com o ator Otto Jr. da Cia.

Realização conjunta da Prefeitura de Nova Friburgo, Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria estadual de Turismo, Esportes e Lazer, contando com os patrocínios da Energisa e Águas de Nova Friburgo, o 9° FINF é promovido pela Dell´Arte e conta com atrações de cinco países, além do Brasil: Espanha, Rússia, Itália, Argentina e Cuba.

Pessoas diferentes, atraídas pelo seu avesso

Uma bela mulher entra no pequeno apartamento de um jovem e bem sucedido advogado. Dizendo estar à procura de outro homem, ela acaba por entrar violentamente em sua organizada vida, causando-lhe transformações antes insuspeitas. A ação transcorre em apenas três dias. Esse inusitado casal percorre a trajetória amorosa do homem das grandes metrópoles do mundo. Um homem em crise com os valores agregários de uma civilização que vive o desequilíbrio com a norma.

‘Caderno de Memórias’ é uma história sobre a dificuldade de um homem e uma mulher se entregarem ao amor, ao outro, sem abandonar a solidão que os constitui. São pessoas completamente diferentes que se vêm atraídas pelo seu avesso, pelo o que não são, e travam uma batalha para se possuírem. O que se coloca para eles é como conseguir o objeto do seu desejo sem, ao mesmo tempo, aniquilá-lo. Aí está o sentido da peça, como preservar o outro e a si quando o desejo amoroso pede para que o que é dois se transforme em um.

O consagrado Jean Claude Carrière, carrega nessa bela história a marca de sua escrita nunca óbvia, impregnada de significados que reconhecemos como próximos, mas nunca regional. O texto de Carrière e a performance da talentosa atriz Dira Paes são motivos e garantias de um belo e comovente espetáculo.

JEAN CLAUDE CARRIÈRE

Escritor, dramaturgo e roteirista, Jean Claude Carrière é considerado, na França, um dos maiores mestres do roteiro de todo o século da história do cinema. Nascido em 1931, em Hérault, na França, continua em plena atividade, e entre seus filmes mais recentes estão Maria Antonieta (2006) e Sombras de Goya (2006). Atualmente, duas novas produções assinadas por ele estão em fase de filmagem: Memórias de Minhas Putas Tristes, uma adaptação de Carrière para o texto de Gabriel García Marques, e ‘The 4th Wall’, baseada em sua peça ‘L´Aide Mémoire’, a mesma que será encenada por Dira Paes.

Escreveu roteiros para importantes diretores como Federico Fellini, François Truffaut e Luiz Buñuel. A parceria com este último foi bastante produtiva. Entre as obras de Buñuel, Carrière roteirizou Diário de uma Camareira (1964), Belle de Jour (1967), O Discreto Charme da Burguesia (1972), O Fantasma da Liberdade (1974), Esse obscuro objeto do desejo (1977), e A Via Láctea (1969).

DIRA no teatro

Consagrada pelo extenso currículo no cinema e na televisão, Dira Paes atuou nas seguintes montagens teatrais: ‘Auto de Natal da Arquidiocese de São Paulo’, com direção de Demétrio Nicolau (2005); ‘Meu Destino é pegar’, de Nelson Rodrigues, sob direção de Gilberto Gawronski (2002); ‘O Avarento’, de Moliére, tendo Amir Haddad como diretor (2000); ‘O Capataz de Salema’, de Joaquim Cardozo, dirigido ´por Sérgio Mamberti (1997) e ‘Capitães de Areia’, de Jorge Amado, dirigido por Roberto Bomtempo (1992).

Moacyr Góes - Diretor de cinema e teatro, além de roteirista, Moacyr Góes nasceu em Natal, e começou a ganhar projeção na carreira teatral na década de 1980, quando fundou, em 1986, a Companhia de Encenação Teatral (CET) e ganhou três vezes o prêmio Shell e duas vezes o prêmio Moliére de melhor diretor.

Formado em artes cênicas pela Uni-Rio, foi professor de interpretação no curso de formação de ator na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e do curso de pós-graduação em teatro da UFRJ. Em 1993, assumiu a direção artística do Teatro Glória, e em 1997, do Teatro Carlos Gomes, ambos no Rio. Em 2003, foi diretor da Casa de Cultura Laura Alvim.

Entre as principais montagens dirigidas por ele, destaque para Baal, de Bertolt Brecht, pelo qual recebeu os prêmios Shell e Moliére, em 1988. Em 1992, recebeu seu segundo prêmio Shell de melhor direção por Antígone, de Sófocles, com Ítalo Rossi e Marieta Severo. No ano seguinte, voltou a dirigir Rossi em Comunicação a uma Academia, de Franz Kafka. Outras importantes montagens, assinadas por ele são: A Trágica História do Dr. Fausto, de Christopher Marlowe; Os Cegos e A Escola de Bufões, ambos de Michel de Ghelderode; Os Justos, de Albert Camus; A Visita da Velha Senhora, de Dürrenmatt, com Tônia Carrero; Pinoquio, uma versão para adultos do texto de Carlo Collodi; Toda Nudez Será Castigada e Os Sete Gatinhos, de Nelson Rodrigues, entre outras.

FICHA TÉCNICA

Autor: Jean Claude Carrière

Tradução: Alexandre Heineke

Direção: Moacyr Góes

Assistente de direção e Preparação Corporal: Leon Góes

Elenco: Dira Paes – Suzanne

Otto Jr. – Jean Jacques

Cenários: Helio Eichbauer

Figurinos: Luciana Buarque

Iluminação: Adriana Ortiz

Trilha Sonora: Marcos Ribas

Programação Visual: Cubículo Artes Gráficas (Fabio Arruda e Rodrigo Bleque)

Fotos: Renata Dillon

Produção Executiva – Marco Aurélio Monteiro

Direção de Produção – Ecila Mutzenbecher

Realização: Latiffa Produções Culturais Ltda (Teatros.Art)

Maria Gadú: Suavidade em forma

de MPB no show da noite de sexta

Tudo aconteceu muito rápido na vida da paulistana de 22 anos Maria Gadú. Em menos de cinco meses, ela chegou ao Rio, fechou contrato com a ‘Som Livre’ para o lançamento do disco de estreia e atraiu à temporada no Cinemathèque, ninguém menos do que Caetano Veloso e Milton Nascimento, além de uma penca de outros artistas, críticos musicais, cineastas, atrizes, descolados e músicos.

Tocando em casas na Barra da Tijuca, Maria conheceu artistas da TV Globo. Daí surgiu o convite para fazer uma participação cantando na minissérie Maysa. A passagem pela TV foi pequena, mas sua apresentação na festa de lançamento do programa rendeu o encontro com a Som Livre e o interesse da gravadora.

O carisma de Maria Gadú também é característica que serve ao seu próprio talento. Graças a ele, conheceu seu produtor Rodrigo Vidal. Impressionado, Vidal se ofereceu para trabalhar com ela, virou amigo, e logo a apresentou a nomes como Dadi e Caneca - que participam do álbum de estreia.

Quando Gadú sobe ao palco, qualquer desavisado pode achar que ela faz parte de uma nova onda rock´n´roll, meio punk, meio indie. Ousada, ela parece mesmo que vai chegar na marra, cheia de atitude; mas basta abrir a boca, para a cantora mostrar suavidade em forma de MPB, com tudo muito próprio: letra, música e voz. Este contraste surpreende e seduz. Talvez isso explique um pouco Maria Gadú.

Programação completa no site www.dellarte.com.br

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