sábado, 15 de setembro de 2012

Pró-Memória ganha novo espaço na Biblioteca Municipal

(SECOM) Para o prefeito Sérgio Xavier, as mudanças no Pró-Memória visam garantir uma melhor preservação do acervo e oferecer à população a chance de usufruir da sua própria história, de forma mais acessível

O Governo Municipal, desde que assumiu a gestão de Nova Friburgo, mapeou as principais dificuldades encontradas na administração da cidade e nos bens públicos. Por meio das secretarias municipais, foram elaborados planos de ações estratégicas, estas que visavam o rápido sanear de situações emergenciais. Dessa forma, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, foram observadas diversas dificuldades enfrentadas pela Fundação Dom João VI, no que diz respeito ao seu funcionamento, conforme relatos da própria Fundação, que tem por responsabilidade a gestão do acervo do Pró-Memória.

Fazem parte do acervo do Pró-Memória de Nova Friburgo documentos raros, atas da Câmara Municipal, jornais, periódicos, fotos, gravuras, cartografia, livros raros, áudios, vídeos e manuscritos, estes que não só contam a história de Nova Friburgo, como também são o registro histórico de um grande período da História do Brasil e do mundo.

Entre os problemas enfrentados pela Fundação, pode-se citar a falta de uma sede própria, ou mesmo um espaço adequado com a infra-estrutura necessária para a conservação de um acervo documental e histórico. Assim, foi dado início a um plano de adequação do acervo. Entre as medidas, a Fundação Dom João VI foi transferida temporariamente da sede da Prefeitura para o Centro Administrativo César Guinle, enquanto é feita a adequação do espaço que vai abrigar a Fundação,na Biblioteca Municipal, localizada ao lado da Câmara Municipal.

O Secretário municipal de Cultura, David Massena, destacou que o objetivo da ação foi o de oferecer um espaço público mais adequado, com maior acessibilidade ao público; e o melhor: na Biblioteca Municipal, o acervo da memória de Nova Friburgo estará mais perto das crianças, jovens e demais públicos.

Na última semana, o secretário passou a despachar na Biblioteca Municipal. A inovação na forma de administrar foi uma maneira encontrada para saber efetivamente quais são as carências, as demandas, o que está acontecendo, como está o atendimento, em suma, de que forma estão sendo tratados os aparelhos culturais do município. Dessa maneira, a ação começou pela Biblioteca Municipal,que abrigará em breve o valioso acervo Pró-Memória. O Centro de Artes e o Teatro Municipal serão os próximos em que o secretário também pretende atuar de perto, transferindo o gabinete temporariamente para essas unidades.

“Desde os primeiros momentos que comecei a despachar aqui, na Biblioteca Municipal,foram detectados vários problemas. Mas já estamos providenciando a vinda de uma bibliotecária friburguense, da Biblioteca Nacional, que vai assumir a Biblioteca Municipal”, explicou David. A nova gestora terá a missão de, em pouco tempo, cerca de 90 dias, deixar a Biblioteca em melhores condições, tendo como principais metas a recuperação e a normatização de todo o acervo, isso por meio de uma parceria com a Fundação Biblioteca Nacional. “Vamos tentar, nesse prazo, entregar a unidade repaginada, com o acervo atualizado e sem fungos.Tudo isso para que o Pró-Memória seja abraçado pela Biblioteca. De forma que esta Biblioteca seja transformada em um verdadeiro espaço de Cultura, desconhecimento, com instituições da mesma natureza juntas”, enfatiza David.

Para o prefeito Sérgio Xavier, não é razoável que um ente da Cultura de Nova Friburgo, como o Pró-Memória, fique isolado, fora de contexto, trabalhando deforma precária, como já relatado pela própria Fundação. “As mudanças que estão ocorrendo com o Pró-Memória têm por objetivo garantir uma melhor preservação do acervo e oferecer para a população a chance de usufruir da sua própria história, de forma mais acessível, com a dignidade que o Pró-Memória, e todos os organismos culturais da cidade merecem", frisou o prefeito, que disse ainda que um arquiteto estuda as modificações necessárias para que a mesma seja efetivamente um espaço acessível para todos, inclusive aos portadores de necessidades especiais.

O resgate da memória que faz parte da Cultura do povo friburguense
Em1975 o Pró-Memória foi criado, e em1986 foi institucionalizado pelo Poder Executivo Municipal. O então Centro de Pesquisa e Documentação Histórica era vinculado à Secretaria de Cultura. O coordenador do Patrimônio Material e Imaterial do Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria de Cultura, Luiz Fernando Folly,explicou que a unidade era uma espécie de “braço do município” no Iphan(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Com a criação da Fundação Dom João VI, em 2009, a administração do Pró-Memória deixou de ser vinculada à Secretaria de Cultura. Contudo, a lei de criação e o Estatuto da Fundação foram feitos sem que fosse revogado o artigo da Lei Orgânica, que institui o Pró-Memória e o vincula, até os dias de hoje, à Secretaria de Cultura.

Segundo a Lei Orgânica do Município, em seu artigo 307, no título que diz respeito à Cultura, a guarda, conservação e a preservação dos bens que compõem o patrimônio histórico, artístico e cultural de Nova Friburgo devem ser de responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Na data da promulgação da Lei Orgânica, as duas secretarias funcionavam juntas, havendo o entendimento que o Pró-Memória estaria atrelado, assim, à Secretaria de Cultura.

“Isso criou uma dualidade. A idéia é tentar juntar novamente o Pró-Memória com a Cultura, uma vez que os servidores da Fundação, cerca de 10 pessoas, são servidores da Secretaria de Cultura. A Fundação não pode estar separada da Cultura, agindo independente e isoladamente. Geralmente a má divisão desses órgãos dificulta a pesquisa. Quando se consegue juntar, ganha-se um grande potencial. A idéia da Fundação é muito boa, mas só ganha corpo se ela fizer parte da Cultura do município”, destacou Folly, que disse ainda que o Conselho Administrativo da Fundação será convidado a conversar e discutir sobre a união das atividades da Biblioteca Municipal, da Fundação Dom João VI e do Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural.

Conforme destacou Lílian Barretto, gerente do Departamento do Patrimônio Histórico,Artístico e Cultural, a volta do Pró-Memória à Secretaria de Cultura será muito benéfica. “No nosso conceito,esses “braços da Cultura”, como a Biblioteca e o Pró-Memória, fazem parte de um corpo maior, chamado Memória da cidade, e devem trabalhar juntos, coesos, em um mesmo espaço, com diretrizes iguais. O objetivo é o de união, da Fundação com a Biblioteca e o Departamento do Patrimônio Histórico. Esse corpo unido se tornaria, então, um Centro de Referência da Memória de Nova Friburgo. Um usuário da Biblioteca poderia, por exemplo, consultar tanto os livros da Biblioteca como os periódicos e mapas do Pró-Memória. Claro, ressalvando-se os que não estão em condições ou não é permitido o manuseio”.

Coma união da Fundação Dom João VI à Secretaria de Cultura, também será possível obter maiores convênios, treinamento de pessoal especializado, e parcerias como o IPHAN e a Fundação Biblioteca Nacional, destacou o subsecretário de Cultura,o historiador Beto Grillo. “Com o Pró-Memória junto à Biblioteca, o publico temem um só lugar toda a memória da cidade e de seu povo”, comentou Beto Grillo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário