sábado, 1 de setembro de 2012

EQUIPE WOLFF APRESENTA: PROJETO VOCÊ É MUITO IMPORTANTE PARA A AFI

Imagine: a vida, um grande palco. Cada um de nós fazendo parte deste intrincado enredo que é o destino. O herói que vamos apresentar, o nosso entrevistado de hoje, é João Pedro Torres Tavares, que conversa com o Jornalista Reinaldo Wolff.
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Uma pessoa que escolhe a profissão de arquiteto - empolga-se pelo lado positivo da vida - o construtivo. Só que esta pessoa sofre revés de prolongada luta jurídica, que lhe fez contratar advogados especializadíssimos, para fazer frente ao desafio. Quando soube das qualidades do nosso advogado idoso, ele comenta - “Deseje longa vida à pessoa tão especial!” - Ele suspira fundo e exclama: “Não sei porque fui construir minha casa!”. Motivo da pendência judicial. Porém o sofrimento não faz esmorecer. Mostra-se uma pessoa firme e com uma visão de realidade ainda muito positiva. Vamos conhecer O ARQUITETO.

O bisavô dele foi contratado por Dom Pedro II para fiscalizar o Araribóia. O Araribóia foi o índio que lutou a favor do Império. Só que o Imperador não sabia se o índio iria ainda se virar contra o Império. Então precisava ficar alguém de perto fiscalizando. E o bisavô dele contratou os guardas para fiscalizar. A bisavó foi quem conquistou, junto com os índios, o usucapião de todas as terras lá da Bolívia que se transformou no Acre. Ele disse que lá era impossível ter cavalo, presumo pela umidade excessiva do solo. Então a avó mandou vir uma zebra. Ela andava numa zebra. Essa história de barcos no Acre foi tudo ficção das estórias de TV. O Getúlio Vargas, a família recebeu dele, por causa do trabalho do bisavô, terras aqui em Itaboraí. Foi tudo esforço da família dele. No Acre, depois que ela conquistou tudo, Getúlio distribuiu títulos, vendendo as terras e doando títulos. E cada pessoa vendendo os títulos, encampou as terras dela. Todos os títulos eram divididos. E várias pessoas se tornaram donos daquilo que já tinha conquistado como propriedade dela. E perdeu tudo que tinha, a família. Foi uma coisa muito grande. E aqui no Rio de Janeiro também. Uma ilha que pertencia ao avô dele, era disputada por uma torre da TV Globo. E que o avô foi um almirante. E que ficava brincando como se fosse uma batalha. TV Globo e o almirante - pela disputa da área que tinha sido dada a ele. Fazendo jogos de guerra na vida real. Acabou a TV Globo colocando uma torre de televisão que ficou inoperante na ilha. E que ocupa um espaço enorme na ilha. Ficou uma coisa muito estranha para eles.

João Pedro: Meu pai falava que era engenheiro e arquiteto. Eu sou arquiteto. O foco do meu trabalho é melhorar o planejamento urbano. Em especial de Itaboraí.

Reinaldo Wolff: Que mensagens quer passar para o leitor?
João Pedro: Sempre honrar sua palavra. E expressar de forma clara suas ideias e ideais.

Reinaldo Wolff: Fale-me sobre você.
João Pedro: Imagine eu sabendo que minha família participou da história do Araribóia. Minha família participando da história deste país! E depois de tudo que aconteceu e que eu sei, assistindo a minissérie da TV em que um mocinho se apaixonou por uma mocinha... O Acre nunca teve embarcações em rios naquela época. No Amazonas nunca teve aqueles barcos que mostraram no “folhetim” da Globo. Minha avó foi quem conquistou o Acre. A minha tia, se ela fosse viva, iria lhe contar muitas estórias da família. Mas a gente conversava muito, ainda lembro muitas histórias.

Reinaldo Wolff: Mas sua família tem a ver com a família imperial do Brasil. Esta é a realidade.
João Pedro: Até onde eu sei, eles serviram ao Império, entendeu?

Reinaldo Wolff: Nosso trisavô também serviu ao Império. Foi o Visconde de Alvarenga. Ele teve o título Visconde de Itaboraí. Daí o nome da cidade. Na realidade, ele foi o médico de Dom Pedro II. E na sua família, qual foi a relação que teve com a história de Dom Pedro II?
João Pedro: Foi aqui de Niterói. Meu tataravô tomava conta dos índios e do Araribóia, para o Imperador. Até onde eu sei, é esta a relação.

Reinaldo Wolff: Muito interessante. Queria lhe fazer algumas perguntas - O fato de serem duas refinarias, ao invés de uma, não vai sobrecarregar o meio ambiente?
João Pedro: Não só sobrecarregar todo o meio ambiente, como encarecer muito o custo de vida aqui. Inclusive nós, outro dia, estávamos comentando sobre isso. A Prefeitura não existe. A pessoa que comprou 400m², e colocou laranjeiras, e ele mesmo faz a sua hortinha, vai perder totalmente essa condição. Vai chegar a um ponto por exemplo, o lote aqui no Areal, que há pouco tempo atrás ninguém queria, por que era um lugar inóspito, hoje você não consegue um lote aqui por menos de 100 mil reais.

Reinaldo Wolff: Está sendo visto o aspecto de antenas parabólicas muito próximo às moradias e edifícios?
João Pedro: Todos nós já sabemos dos riscos das ondas eletromagnéticas. A Prefeitura é, até certo ponto, não se pode culpar de tudo. Porque ela tem que ter fundos para gerir. Se não tiver fundos, não vai poder fazer um hospital, um plano de saúde. Se levar em consideração, aqui em Itaboraí o atendimento médico é muito melhor do que em Niterói!

Reinaldo Wolff: Existe uma obra para refazer em Sambaetiba a ponte entre Engenho D’água até Cancela Preta na BR101? Seria fundamental para os moradores não pagarem pedágio.
João Pedro: Essas obras são todas motivadas pela Petrobrás. É a Petrobrás que está indicando as obras, para ter o que eles querem.

Reinaldo Wolff: Vai ter metrô?
João Pedro: Sim. O Banco do Brasil, entrando nessa parte de liberar fundos, já tem maior credibilidade do que o Banco BNDES.

Reinaldo Wolff: Rodoviária?
João Pedro: Não.

Reinaldo Wolff: Nesse ponto deveriam ter esse ônus.
João Pedro: O SENAC levou a escola para outras cidades. O que ele espera? Que a pessoa vá procurar em outras cidades o seu aperfeiçoamento? Aqui tem que abrir escolas.

Reinaldo Wolff: O que está sendo feito quanto ao saneamento do município?
João Pedro: Infelizmente não vejo movimento nesse sentido. É uma burrice, a maior parte das pessoas que vão para o hospital estão com virose, decorrentes da água contaminada. Com sintomas de água contaminada.

Reinaldo Wolff: Que tipo de obras o senhor tem feito?
João Pedro: Só residência.

Reinaldo Wolff: O que levou à escolha de sua atividade que exerce até hoje?
João Pedro: É de família. Meu pai era engenheiro da rede ferroviária. Meu avô era empreiteiro do Exército. Os prédios do centro do Rio de Janeiro, minha família que colocou pavimentação em muitos deles.

Reinaldo Wolff: O que deveria ser feito? Algum critério para filtragem do ar aqui em Itaboraí?
João Pedro: Deveria ser feito ainda agora este planejamento, que estão sendo estudadas as exigências sobre isso. Mas como nesse país tudo é planejado quando já está no limite, provavelmente vai ser exigido à posteriori.

Reinaldo Wolff: O que deveria ser feito como construções importantes para a cidade, se a cidade quer renovar e construir mais?
João Pedro: Primeiro lugar - Infra-estrutura. Estruturar a própria administração da Prefeitura. Primeiro lugar - qualquer cidade que se propõe a crescer, ou o que ela está se propondo a crescer - você tem que ter a administração. É inviável você colocar a Secretaria, o staff todo dentro de um galpão à distância - não é concebível ter desorganização. Hoje para ir a qualquer Secretaria de Obras, de Transporte, você é atendido na portaria de um galpão em Venda das Pedras. O senhor não vê que a cidade vai ficar sobrecarregada em matéria de infra-estrutura? Itaboraí há muitos anos está se propondo a crescer. Agora se ela propor a crescer - Prefeito, a sede da Prefeitura - o que é? É aquele casebre naquela praça do mesmo jeito. Conheço Itaboraí desde os meus 12 anos quando minha mãe comprou um sítio em Marambaia. Até hoje continua a mesma coisa. Com a diferença... Noutro dia venderam um terreno ali no alto por 15 milhões. 360m². Antigamente você oferecia o terreno à pessoa de graça, e ninguém queria - porque era uma poeirada danada. Na beira da estrada pode entrar um carro, na beira da minha casa... E hoje, pô, 15 milhões? Lá perto do Itashow. A Unimed por exemplo, comprou uma área para fazer ali um hospital. E estava procurando um outro terreno para fazer serviço de imagem. Itaboraí vai ficar muito bom. Agora, é complicado. Tem que fazer mais estrada.

Reinaldo Wolff: O meu pai era engenheiro também. E alertava para uma coisa muito séria. Que a altitude de Itaboraí é muito baixa. Próximo ao nível do mar. E o que se tem visto pelo degelo de pólos, calcula-se que em Niterói, dentro de 50 anos, esteja debaixo d’água. Como também foi previsto por um americano, Edgar Cayce, sobre degelo. Acha que atinge também Itaboraí?
João Pedro: Não vai atingir. Há um cientista americano que fez uma matéria numa revista - não foi a Geográfica, foi outra. Ele contestou todas as notícias alarmantes sobre degelo. Comprovou que não está havendo degelo como também a temperatura dos pólos está caindo.

Reinaldo Wolff: Há notícias de um iceberg maior que o estado de São Paulo se deslocando no Sul. Influi onde desemboca essa corrente marinha - Cabo Frio, e também no Sul do país.
João Pedro: Acontece que vai chegar aqui de que tamanho? Vai ter o degelo no caminho.

Reinaldo Wolff: É. Ainda bem que o senhor tem visão positiva. Aqui tem uma areia típica do mar. Calcula-se que há mil anos, ainda aqui era mar. É verdade?
João Pedro: A granulometria dessa areia é parecida com a do oceano. Depende do tempo que aquela areia está ali sofrendo a ação da água. E esta areia pode estar com a volumetria porque a água doce está aí passando os anos. Desde que o mundo é mundo a água doce dos rios desembocam no mar. Dizer que há focos marinhos, não quer dizer mar. Há também focos marinhos no Nordeste.

Reinaldo Wolff: Percebo que sua visão de Itaboraí é otimista.
João Pedro: Acho que sim.

Reinaldo Wolff: E o problema da COMPERJ e do Meio Ambiente?
João Pedro: A refinaria de Caxias, o lote 500 foi um lugar fechado diversos anos, não teve nada a ver com a refinaria. E a Petrobrás é uma empresa que nunca vai dar prejuízo. Sempre vai ter o dinheiro circulando, para fazer as melhorias do meio ambiente. Você vê - aquela empresa inglesa que está fazendo exploração de petróleo, rachou a plataforma tectônica. Não teve cuidado em fazer a coisa. Sim, e a Petrobrás, raramente você vê um vazamento de óleo - é uma coisa pontual - e rapidamente resolve. Porque o dinheiro sobra ali! O único problema de Itaboraí, quanto à Petrobrás, é o custo de vida - vai ficar muito caro.

Reinaldo Wolff: Não acha que é só dar treinamento para estes que estão hoje na refinaria?
João Pedro: Não sei nem se adianta você treinar. Porque na verdade, a chefia vai toda embora daqui. E o cara que trabalha em “tira uma válvula, põe lá num canto”, esse cara é que vai ter que ser treinado. Porque as equipes e as formas de segurança se renovam. Pela própria Petrobrás, por suas próprias normas de segurança. Ninguém precisa ser treinado para abrir a válvula, pra carregar o cano. A chefia, a pessoa que mexe com as coisas mais técnicas, este com certeza vai vir tudo de fora, de outras regiões.

Antes de sair ele ainda diz: “A vida quando depende de advogado, a pessoa tem suas contrariedades. Quando um advogado atende direitinho, é correto, é um verdadeiro anjo. Ponha as mãos para o céu”.

Ele diz que gastou muito, gastou o tempo, e se desgastou com o processo. Envelheceu precocemente. De tanto aborrecimento. Hoje ele está livre dessas preocupações e só pensa em construir. Só uma coisa - ele não gosta de ser acordado cedo. Isso é o que o deixa de mau-humor, hoje em dia.

Respondendo nossa pesquisa de sucesso, ele demonstra ser uma pessoa realizadora, totalmente focada em seu trabalho. // Equipe Wolf

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