sábado, 25 de agosto de 2012

O candidato Jorge Carvalho é o nosso entrevistado deste sábado. Veja as respostas dele.






 

AFI: filas enormes nas madrugadas, algumas iniciadas ainda na noite anterior. Ao amanhecer, nem sempre todo esse sacrifício é garantia certa da marcação da consulta médica. Quando a consulta é marcada,a espera pode levar alguns meses. Depois disso, os exames também levam mais outros meses para ser realizados. Nos casos de emergência, nem sempre há médicos para atender. Nas farmácias dos ambulatórios faltam medicamentos básicos. Este é o triste retrato do Sistema único de Saúde (SUS) , em Nova Friburgo. Alguns dos senhores já imaginou passar por isso? Certamente algum conhecido seu enfrenta essa Via Crucis. Caso eleito,o que pretende fazer para dar pelo menos um pouco de dignidade e respeito aquém depende da saúde pública que, além de ser um direito do povo, deveria ser obrigação dos governantes. A idéia de retornar o HRS para a Benemérita Irmandade lhe agrada?




JORGE CARVALHO: Retorno do Hospital Municipal Raul Sertã à benemérita Irmandade não agrada. Precisamos evoluir no atendimento que se faz em Nova Friburgo para a região, e o Estado tem que contribuir com a sua parte. A questão das filas ou da má administração é o que propusemos em nosso programa: nos primeiros meses de governo vamos trabalhar dentro do HMRS, fazer uma auditoria, levantar todo o problema que tem na área, pois o município gasta hoje 60 milhões. A população não é atendida, o servidor ganha mal, então, precisamos saber o que é feito com essa verba.






AFI: Uma prática muito comum na política brasileira hoje é a nomeação de cargos políticos. No caso de Nova Friburgo o Secretariado Municipal na sua maioria é ocupado por amigos e pessoas que trabalharam na campanha. Isso nos últimos anos , prejudicou muito a cidade, notadamente nos setores de esportes, comunicação, saúde e educação, pois os secretários não são do ramo. Qual sua opinião sobre isso?




JORGE CARVALHO: Eu não tenho esse compromisso pois não temos coligações. Somos 10 candidatos (oito vereadores, prefeito e vice). Acho que a população tem que prestar atenção com partidos que têm mais de dez coligações. Então, o que vamos observar é que ganhando a prefeitura essa coligação vai ter que abraçar todo mundo. Vai ser ação entre amigos dentro do município. Estão fazendo um projeto de poder, na verdade não é um projeto de poder, mas um projeto familiar, e isso é nada daquilo que a cidade precisa. Como não temos compromisso com coligações vamos privilegiar os servidores públicos com os cargos de nomeação direta do governo. Vamos pedir da OAB uma sugestão para o procurador, atendendo a uma lista tríplice. A secretária de educação será uma profissional da rede, que conhece a realidade da educação na cidade. Vamos pedir a AFI, também, sua indicação para a secretaria de comunicação, através de uma lista tríplice, assim como no turismo, como já falei com as agremiações, também esperamos deles uma indicação.






AFI: Os atuais responsáveis pela segurança pública do município, dizem que a cidade é calma,no entanto quase que diariamente os assaltos a mão armada estão acontecendo principalmente no centro da cidade. Somente esta semana três casos aconteceram. Após 16h é impossível sentar nos bancos da Praça Getulio Vargas, por causa de assaltos e prostituição. Entendemos que a solução seria colocar grades e fechar a praça no horário noturno. O que o senhor acha da proposta?




JORGE CARVALHO: Você não resolve o problema dificultando o acesso das pessoas à praça. Você vai solucionar o problema, melhorando a iluminação, a participação mais ativa da PM, da guarda municipal e da ordem urbana.






AFI: O transporte público sempre foi uma bandeira dos candidatos, vários movimentos foram feitos. Alguns sempre criticou o monopólio existente na cidade. Caso seja eleito, qual o seu projeto para melhorar este serviço?




JORGE CARVALHO: Transporte coletivo hoje é caro, não é atrativo. Daí a quantidade de motos que temos e o número crescente de acidentes com esse veículo. Nós temos as mesmas ruas de 40 anos atrás, com número maior de veículos. Temos que criar novos pontos de integração para os ônibus, por exemplo. Não faz sentido os ônibus de Maria Tereza, do Alto do Mozer, do Parque das Flores, Santo André, virem ao Centro da cidadã. Eles não precisam. Eles podem ter uma integração com outras linhas do eixo principal que trazem as pessoas ao centro ou Olaria. Não tem necessidade do ônibus do Alto de Olaria entrar no Centro. Ele pode fazer o desembarque num ponto de integração e o ônibus do eixo principal, Olaria – São Jorge, conduzir as pessoas. É uma questão de organização, de mudar essa ação da tarifa única, que, ao meu ver, tem que ser válida em todo o município, a qualquer momento. Isso não incentiva o uso do transporte coletivo.






AFI: A educação friburguense, apesar dos baixos salários, sempre foi motivo de elogios a nível estadual. Um projeto muito falado ultimamente é a qualidade e o período integral. O que o senhor pretende se eleito?A idéia de educação em período integral o agrada?




JORGE CARVALHO: A integração tem que ser feita à medida que vai se expandindo o ensino infantil. As creches deixam as crianças em tempo integral. Quando elas fazem cinco anos, elas tem que ir para uma escola regular. Mas a mãe não para de trabalhar, e não é o fato da criança fazer cinco anos que ela não precise do horário integral. Precisa. Nós temos que fazer a implantação do horário integral gradativamente






AFI: Sabemos que a Avenida Alberto Braune é tombada pelo Patrimônio Histórico, mas várias sugestões já foram encaminhadas. O piso da avenida é horrível. Qual s solução?




JORGE CARVALHO:O passeio público não tem padronização e a falta de manutenção nas marquises. Temos um projeto de reurbanização para as principais artérias de nova Friburgo. Nós sabemos que a responsabilidade do passeio público é do morador, mas a prefeitura pode colaborar. Vamos discutir esse projeto com a comunidade e saber se cada um quer fazer o seu, mas o passeio será padronizado.






AFI: Dizem que o nosso carnaval é o segundo melhor do Estado do Rio. Já foi um dia, hoje não é mais. O empobrecimento das agremiações carnavalescas é real. O que pretende fazer nesse sentido?




JORGE CARVALHO: Já tive uma reunião com as agremiações e já foi verificado que os espaços ociosos que eles têm poderão ser aproveitados, até na questão da escola em tempo integral esses espaços poderão ser ocupado






AFI: Nos últimos governos as secretaria municipais de Esportes e Comunicação, tem sido ocupadas por pessoas que não são do ramo. Amigos dos candidatos ou indicações de vereadores como pagamento de favores. Qual é o seu pensamento sobre este problema?




JORGE CARVALHO: Imprensa é fundamental no regime democrático e a relação com a imprensa tem que ser a melhor possível, desde que ambos os lados se respeitem. Havendo respeito o sistema democrático avança.






AFI: Nova Friburgo não tem vida noturna, com isso a sociedade em geral fica sem opção de lazer à noite. A juventude por outro lado se envolve na bebida, aumentando assim o número de acidentes com motos e carros. Qual sua providência nesse sentido?




JORGE CARVALHO: A questão do lazer depende da visão das comunidades, cada uma com as suas vontades. Vamos trabalhar com as associações de moradores e ver o que é interessante para cada uma e em relação à bebida e acidentes isso é função do Estado e já existem diversas campanhas de prevenção.






AFI: Levando-se em conta que o Friburguense é o representante da cidade no Campeonato Estadual e agora Brasileiro da Série D, qual será sua postura com relação à apoio ao clube?




JORGE CARVALHO: Eu sou do tempo dos grandes jogos de futebol amador, tempo áureo do esporte, do Friburgo, do esperança, do Filó, do Conselheiro Paulino. Nós tínhamos o campeonato da primeira divisão, tínhamos o campeonato da segunda: Santa Luzia, Saudade e tantas outras equipes; prado, flamenguinho. Eram campeonatos muito concorridos. E ainda tinha a terceira divisão, com Roqueano, Páscoa, Cascatinha, Suspiro. Hoje estamos restritos ao friburguense, que é a fusão do Fluminense com o Serrano. A outra fusão que ocorreu - Friburgo e conselheiro - não avançou em relação à execução do futebol. E o esporte amador sobrevive com o Campo do Pastão, com campeonato no Cordoeira , com o campeonato rural. Por outro lado, já tivemos representação de Friburgo no basquete feminino e masculino. Então, precisamos incentivar o esporte de forma geral, não só o Friburguense Atlético Clube, apesar de saber que ele divulga o nome da cidade, levando-o aos mais distantes lugares. Precisamos incentivar o Friburguense sim, sou um homem do esporte, um desportista. Acompanho os jogos do clube e, dificilmente, perco uma partida. Mas não é só isso. Observemos uma questão: não faz sentido um ginásio como o do SESI, o Frederico Sichel, com aquele tamanho, com capacidade para 10 mil pessoas, inativo. Vamos tentar, junto a Confederação Brasileira de Basquetebol, tornar nossa cidade um centro de referência em basquete no Brasil. Assim como Teresópolis tem a concentração brasileira de futebol, que agora vai ser levada para o recreio dos bandeirantes, mas Teresópolis continuará com as categorias de base e feminino. Saquarema é o centro de treinamento do voleibol nacional. Por que não podemos trazer para Friburgo o centro de basquete nacional? Vamos trabalhar esses outros aspectos, principalmente os campeonatos de bairro, as olimpíadas estudantis, pois o esporte é fundamental. Sou homem do esporte e vamos trabalhar pelo esporte.






AFI: Nos últimos anos a quantidade de mendigos espalhados pelos principais pontos da cidade é uma enormidade. Portas de igrejas, coretos, praças, e até mesmo dentro dos bares há pedintes. Nada temos contra mendigos, mas esta camada da sociedade local, vive no abandono total. Como o senhor pretende resolver este problema?




JORGE CARVALHO: A questão da assistência social no município vem há muito tempo relegada a segundo plano. Nós precisamos fazer um trabalho para investigar da onde vêm esses mendigos. Quem é que traz, como chegam, se têm família... Precisamos de um trabalho constante. Aqui no Centro, em Olaria e Conselheiro eles estão presentes. Precisamos saber qual é o caso e como agir: devolver às suas origens, tratar, encontrar suas famílias. Vamos tentar desapropriar o antigo Hospital Santa Terezinha, no Catarcione, para fazer um centro de triagem dessa população de rua.

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