Uma vida em busca de resposta aos problemas
Reinaldo Wolff e Marta Wolff
Enquanto o mundo vem visitar o Rio de Janeiro, nós vamos percorrer a região COMPERJ, vizinhança de Nova Friburgo. Convidar Friburgo a “espiar” os vizinhos. São João Batista, aquele Santo do dia 24 de junho, é o padroeiro de Itaboraí. É em torno da Capela de São João Batista, construção de 1684, atual Igreja Matriz, que de um modesto povoado de tropeiros, começa a se desenvolver. Mas a bênção daquele que é o protetor, e que batiza os novos caminhos, é muito forte.
Em 1996, o que se dizia nos noticiários da Globo: Itaboraí concentra uma das regiões de maior pobreza do Estado do Rio de Janeiro, “nunca em parte nenhuma, houve uma movimentação tão forte para transformar um lugar; nem nos EUA. - como acontece em Itaboraí”; diz a saudosa Ana Maria Wolff na entrevista TV Ita em 1999. O lugar é uma bênção.
No dia 24 de junho de 2012 – enquanto no Paraná tem chuva torrencial em Jataizinho, com 60 mil pessoas atingidas nesses três dias de chuva. A massa de ar polar que vem do Sul, faz no mesmo dia despencar 9ºC no Rio Grande do Sul. São Paulo, recorde de frio, com 8ºC. O Nordeste, torra numa seca histórica, 23 cidades. Elas não vão ter as tradicionais festas de São João, por falta d'água. Tudo isto, enquanto aqui neste dia, o clima está ameno, suportável... até agradável!
Não estou me referindo ao clima político, que está fervendo! Agora é a disputa, pela Prefeitura, mais acirrada do Estado. O centro histórico guarda vestígios de riqueza do passado imperial. E que ainda quero descobrir os segredos. Hoje vamos percorrer mais duas esquinas, e chegamos à sede OAB/Itaboraí. Toda recém-reformada. Um milagre, haja visto que os pedreiros agora são disputados como peças raras em leilão. O presidente é um jovem. Transparece no olhar o que é na alma. Tem nele, a herança da simplicidade das pessoas do interior do Brasil. Ele diz, “meus conceitos são de família, honestidade e amor a Deus”. Preciosidade assim a gente faz questão de conhecer:
Nesta entrevista o atual presidente OAB/Itaboraí, Jocivaldo Lopes da Silva aborda vários assuntos.
Reinaldo Wolff: Quais os caminhos que sentiu maior facilidade (aptidão) na área jurídica e quais os mais desafiadores?
Jocivaldo: Faz a diferença e graças a Deus hoje eu tenho um respeito pelo judiciário. Acabei de receber agora uma ligação do Juiz da Vara do Trabalho. O Juiz pedindo uma reunião com ele, sabedor que nós somos muito ativos aqui no nosso trabalho. Queria comentar comigo. Isso é bom. Isso é muito bom. Porque? Mostra o respeito com a OAB. Houve um momento em que o ponto era a questão do relacionamento com o judiciário. Mas, isso já foi superado.
Reinaldo Wolff: O que importa para um bom advogado, é vencer? Ou importa um acordo em todas as situações?
Jocivaldo: O que importa para um bom advogado, eu diria, não é nem vencer, nem um bom acordo. É ele ter feito conduzir a profissão com dignidade. E sobretudo com amor. Tratar o cliente com amor. Tratar aquele processo com amor. Eu assisti uma palestra, há uns 10 anos atrás, com o hoje juiz Alexandre Câmara, em que ele falava o seguinte: quando o cliente procurar o seu escritório, você o trate com amor. E a partir do momento que você pegou a procuração do cliente – tratar aquele caso com carinho e com amor. Porque a vitória ou acordo é a consequência. Pelo menos a vitória... Porque o acordo, se você examinar muitos casos, principalmente na área de família – que a lei é muito objetiva no aspecto dissolução do matrimônio, não é? A lei que trata sobre o alimento, a lei que trata da dissolução da união estável – é muito brabo! Não adianta o advogado criar fantasias! Que no final vai ver que quando o cliente – se realmente a companheira tem o direito. Se ele adquiriu, amealhou o patrimônio durante a união estável, ou a sociedade de fato – ela tem direito! Ele tem que ver que de repente, é melhor um acordo do que partir para litígio de má-fé.
Reinaldo Wolff: Como está a demanda dos processos de Itaboraí?
Jocivaldo: Hoje é - crescendo consideravelmente. Por conta do COMPERJ. Se considerar a questão do COMPERJ, não só na área trabalhista, na área indenizatória, na área possessória, porque o COMPERJ são 40 milhões de m². É muita área. Então há muita discussão de apropriação compulsória. A demanda aumentou. Em contrapartida cresceu também a quantidade de advogados na comarca. Muitos advogados de fora que se instalaram aqui.
Reinaldo Wolff: Haverá hierarquização de Fórum?
Jocivaldo: Com certeza. Existe uma mudança que já é realidade – que é a construção do novo Fórum. Já foi lançado, já está sendo construído. Na rua do cemitério à direita, está sendo construído um novo Fórum com seis andares. E a previsão é instalar o Fórum da Vara do Trabalho. Já foi sancionada pela Presidenta Dilma, a nova Vara de Trabalho. Duas varas cíveis vão ser instaladas. Só que geograficamente não temos vaga, espaço. O novo Fórum está para ser inaugurado em final de 2013.
Reinaldo Wolff: Está previsto novos cartórios para a cidade?
Jocivaldo: Cartórios, ainda não.
Reinaldo Wolff: Quanto aos cursos AESA, que tipo de curso terá?
Jocivaldo: Já temos um curso de Direito Civil e processo Civil, já agendado. Final de setembro e início de outubro. Uma palestra inaugural dia 9 de agosto, mês dos advogados. Estamos inaugurando um curso de pós-graduação. Vai iniciar nosso projeto, que é trazer cursos para cá.
Reinaldo Wolff: Está pensando em ampliar a biblioteca da OAB?
Jocivaldo: Tá aí um outro projeto que estamos aguardando resposta. Nós temos que ampliar. Eu acho muito importante o livro. Não se pode “abrir mão” do livro. É um dos meus projetos trazer livraria, para dentro da OAB.
Reinaldo Wolff: É a favor ou contra as provas de ingresso na OAB? O que pensa a respeito?
Jocivaldo: Perfeitamente viável e necessário. Porque a partir da aplicação dos exames de Ordem o nível profissional – não digo intelectual – mas o padrão profissional melhorou muito. Porque? É que a faculdade dá o caminho, mas a prática, a faculdade não ensina. É a vida que ensinará. Mas muitos vinham para o mercado de trabalho sem o preparo ideal.
Reinaldo Wolff: Esse preparo seria “o raciocínio jurídico”?
Jocivaldo: Isso! Exatamente!
Reinaldo Wolff: Qual o maior destaque de sua gestão na OAB?
Jocivaldo: Meu maior destaque aqui, eu diria que é a união da categoria, dos advogados. A união. Hoje a categoria encontra-se bastante unida. A intenção do projeto que foi lançado na candidatura da minha gestão é fazer um boa OAB. Ativa. Uma OAB participante que defende as prerrogativas dos advogados.
Reinaldo Wolff: Como sente que sua gestão poderá contribuir para melhoria da classe dentro de Itaboraí?
Jocivaldo: Trazendo cursos. Mostrando que o profissional tem que estar sempre atualizado. Então nós temos que trazer esta mentalidade para o advogado itaboraiense.
Reinaldo Wolff: Estudar sempre! A sua mensagem é boa. Que convênios estão prestes a serem firmados, como por exemplo cursos profissionais conveniados entre Estado do Rio de Janeiro/OAB?
Jocivaldo: Estou trazendo alguns convênios. Já existem vários em prática. Com banco, com óticas, farmácias. Com a rede estadual não temos convênios ainda. Com as empresas privadas, sim.
Reinaldo Wolff:O que é necessário para ser bem sucedido na carreira jurídica, na sua opinião?
Jocivaldo: Honestidade. Acima de tudo. Isso é o primordial. A chave do sucesso da profissão. Honestidade. E além da honestidade, transparência no trabalho. Quando o cliente busca pelo seu serviço, no seu escritório, o cliente não quer sair com a mesma dúvida com que ele entrou. Mesmo que não seja aquilo que ele queira ouvir. Tem sucesso se tiver honestidade.
Reinaldo Wolff: Tendo em vista a COMPERJ existe algum planejamento para ser feito um MBA dentro da AESA, como por exemplo direito do Petróleo?
Jocivaldo: Tem! Temos projeto inclusive neste curso que estamos trazendo para Itaboraí. Área de Petróleo e Gás, trabalho, comercial, empresarial. Porque o advogado quando não tem a prática, tem que fazer cursos e ele vai a Niterói, Rio de Janeiro... Nós queremos mostrar para ele que já temos os cursos aqui.
Reinaldo Wolff: Há planejamento para área recreativa ou eventos ao ar livre?
Jocivaldo: Sim, nosso programa anual tem eventos para a mulher, caminhada do advogado, copa das secções. Este foi um sucesso. Reuniu mais de 2 mil advogados. E provavelmente a próxima copa será em Itaboraí.
Reinaldo Wolff: O que está sendo feito para garantir maior segurança aos operadores de Direito em face à crescente violência da atualidade?
Jocivaldo: É obrigação do Estado. É claro que toda profissão tem um risco. O profissional de Direito tem um pouquinho mais.
Reinaldo Wolff: O que acha que pode ser mudado tendo em vista a mudança do código penal?
Jocivaldo: O código já se encontra obsoleto. É de 1840. Temos várias alternativas que alteram e estas leis já estão vindo na contra-mão do atual código penal que já está obsoleto.
Reinaldo Wolff: É a favor da maioridade para 16 anos?
Jocivaldo: Completamente a favor!
Reinaldo Wolff: Como o senhor vê o futuro de Itaboraí?
Jocivaldo: Futuro promissor no aspecto econômico. Muito preocupante na questão segurança.
Reinaldo Wolff: E seus planos para futuro?
Jocivaldo: Meu futuro é melhorar ainda mais no aspecto profissional para suportar esse crescimento. Melhorar ainda mais a atuação da OAB junto à sociedade, perante a Câmara Municipal. Perante o Executivo, o Judiciário. Envolvido nas questões do município. Tanto políticas, como segurança e saúde.
Reinaldo Wolff: Qual a mensagem tem para passar aos nossos leitores?
Jocivaldo: Hoje eu estava conversando com uma pessoa que disse que a maior escola é a vida. E a vida é uma caixinha de surpresas, não é?
É quando você aproveita os ensinamentos que a vida lhe dá, que você se torna uma pessoa bem sucedida. Estou falando não só no aspecto financeiro. Mas no aspecto social, aspecto de dignidade, respeito profissional.
MENSAGEM: Então o que eu falo para as pessoas é: que aproveite a experiência de quem já passou tudo na vida – e respeite. Porque o respeito é a base da sociedade. É fundamental. E a família, não é? Família é tudo.Obrigado pelo convite e pela participação neste projeto AFI.
PERFIL 
Finalizando o presidente fala sobre sua trajetória de vida até chegar a Presidente OAB.
Aos 17 anos, comecei na Escola de Sargentos da Aeronáutica. Ali sim aprendi a estudar. Amar os livros. A minha mãe me ajudou muito a desenvolver este gosto de estudar. Ela sempre muito compreensiva com relação ao estudo dos filhos. Apoiou os filhos. Todos formados em faculdade numa época em que não havia tantas possibilidades como hoje em dia.
A minha mãe era do lar. E meu pai, marceneiro. Também acho que foi Deus ou o destino que colocou um coronel, que foi também meu apoio aos estudos. Lembro que quando cheguei ao Rio de Janeiro, como militar da ativa na graduação de Sargento da Aeronáutica, tinha que ir pra faculdade de Direito às 18h, porém expediente terminava às 18h. Como fazer? Só Deus! E não é que o coronel possibilitou algo que parecia impossível? Sair antes. Ele entendeu minha situação e permitiu. Parece um simples detalhe, mas no ambiente militar foi algo extraordinário. Enfim consegui me formar.
Um dia, numa livraria do Rio de Janeiro, conheci um advogado que me deu um cartão e me convidou, “ quando precisar de algum livro é só ir no meu escritório”. Interessante que relatando assim, a gente percebe que grandes momentos, que significam novos rumos, às vezes tem aparência de um detalhe simples.
Fui lá pegar um livro emprestado e aquele advogado disse, “essa mesa vai ser sua”. E na outra ocasião, “preciso de alguém aqui no meu escritório, já formado, para me ajudar na equipe”.
Assim trabalhei muitos anos como advogado, até que pensei em ampliar a rede de negócios deste escritório, abrindo uma sala alugada em Itaboraí. E o interessante é que hoje sou o proprietário. E estou aqui como presidente da OAB.
Percepção – A Nova Ciência do Milênio © Ana Maria Wolff
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A interpretação dos códigos, da pesquisa SUCESSO, elaborada pela escritora Ana Maria Wolff, revela o clima emocional, que no momento assim se apresenta.
Jocivaldo Lopes
“Pensamento racional, lógico, estruturado. Tenaz vontade de mudar os fatos para melhor, cria súbitas mudanças emocionais, como nuvens numa tempestade. Tornando a emoção momentaneamente aflitiva, em que tempestade interior se aproxima”.
Mensagem do livro Percepção © AMW:
“Não pensar só em problemas. Quando pensa só em problemas, e está em baixa energia interior (é como sintonizar frequências de rádio), as respostas que vêm, seriam de baixa sintonia. Para alcançar ideias de profunda sabedoria, para alcançar a consciência da liberdade interior, a primeira coisa é cultivar a sua sensibilidade, já latente, ampliando-a. Para isso tem que ter sempre um ideal. Este ideal trafega os pensamentos em canais imperceptíveis, muito acima do dia a dia.
É o que faz sentir-se tranqüilo consigo mesmo, de bem com o mundo e consigo mesmo. A emoção que vai sentir não é a de “ficar em branco”. É “sentir-se em paz”. Você consegue perceber a verdade, se tiver um forte teor de energia interna. Um teor de energia muito forte”.
Conclusão: apesar de utilizar muito da lógica, lembre-se sempre de despertar sua percepção, como solucionador de problemas, além de seus conhecimentos técnicos. // MW.Créditos: A introdução e o estudo, escritos por Martha Wolff. Entrevista por Reinaldo Wolff. Fotos e digitação, Vitória Wolff. Computação: Arthur Wolff. Suporte Operacional: Gleci Wolff. (EQUIPE WOLFF
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