quarta-feira, 31 de outubro de 2012

QUANDO OS FELINOS SÃO AMIGOS - Nosso entrevistado: Edemorino Raimundo Oliveira


Projeto Você é muito importante para nós ©
Entrevista exclusiva ao Jornalista Reinaldo Wolff, AFI 253, MT 27672
(CL) Edemorino Raimundo Oliveira


Equipe Wolff: O que o senhor considera que é o momento atual do Lions?
Edemorino Oliveira: A nossa situação do momento, do Lions hoje – vive o símbolo da humanidade. Nós servimos desinteressadamente. O Lions é uma instituição não só Filantrópica, mas ela é anti-política, anti-regilião. O Lions vai fazer 100 anos. Foi fundada em 1917. Nosso fundador tem uma campanha inicial, na vida dele que é acabar com a cegueira do mundo. Nós somos convidados por Helen Keller para fazer esta campanha. Nós, leões, Lions foi quem inventou a “Bengala Branca”. Nós, a parte do Lions internacional, foi quem fez a primeira vez “o cão guia”, exclusivamente para a cegueira. O Lions está se modernizando, atua com relação às drogas, com relação ao meio ambiente. Nosso presidente internacional fez um pedido para que nós plantássemos um milhão de árvores. E nós fechamos 2011 (com o nosso mandato aqui de um ano) com dezessete milhões de árvores plantadas no mundo. Aqui em Friburgo, no domingo, nós fizemos uma doação – o Lions Club de Nova Friburgo fez uma doação de 400 mudas de árvores para o Terê Fri. Nós vamos reflorestar a estrada Friburgo/Teresópolis. Nós estamos exclusivamente voltados para a causa dos necessitados! Para você ter uma ideia, nós recebemos, a nossa organização, Lions International Fundation, recebeu uma doação de vinte milhões de dólares da fundação Bill Gates. E este dinheiro foi exclusivamente para a África! Para a Campanha de Erradicação do Sarampo. Então este dinheiro foi destinado exclusivamente para lá.

Equipe Wolff: Como aconteceu essa mudança no Lions?
Edemorino Oliveira: Isso aconteceu com a modernidade dos novos leões. A internet desenvolveu todos os poderes, todas as condições. Porque hoje é muito mais fácil através da internet encontrar um amigo, uma pessoa que seja solidária, em qualquer parte do mundo.

Equipe Wolff: Que dificuldade está havendo na cidade, nas campanhas do Lions?
Edemorino Oliveira: Nós, aqui em Nova Friburgo? Nós não temos dificuldades. Nós, do Lions, com a tragédia, a catástrofe. Nós fomos os primeiros a chegar.

Equipe Wolff: Como as pessoas se unem nesse ideal de ser solidário?
Edemorino Oliveira: Todos nós, leões, buscamos os líderes da comunidade.

Equipe Wolff: Como é que o senhor atrai os líderes para agir despreendidamente pela sociedade?
Edemorino Oliveira: A gente sempre fala do Leonismo – o leão, ele é para trabalhar. A gente fica observando e a gente olha as pessoas que têm o dom de se doar.

Equipe Wolff: Como é a característica desse líder?
Edemorino Oliveira: Ele é o líder nato, o trabalhador.

Equipe Wolff: Como é o perfil desse líder? Como o senhor percebe que esta pessoa gosta de se doar para o bem dos outros?
Edemorino Oliveira: Não existe um perfil. Existe o perfil do Lions. Por exemplo, nós temos advogados, nós temos médicos, engenheiros... E mesmo ele não sendo um leão de fato, registrado dentro da nossa organização internacional, ele vive isso através de doações, do desprendimento. Da caridade que ele faz. Esse é o verdadeiro perfil do Lions. O nosso primeiro leão no mundo foi Jesus Cristo. Jesus Cristo deu tudo para o próximo e sem cobrar nada em troca.

A EXPERIÊNCIA DE SER SOLIDÁRIO


Equipe Wolff: O que o senhor gostaria de melhorar aqui em Nova Friburgo?
Edemorino Oliveira: Um pouco mais de solidariedade. Aqueles que tenham um pouco mais, possam doar para aqueles que precisam.

Equipe Wolff: O que o senhor quer dizer para eles?
Edemorino Oliveira: Que eles se juntem a uma causa. Que eles não fiquem sozinhos. Sempre tem alguém precisando de um abraço, um conforto, mesmo que não seja em aspecto monetário.

Equipe Wolff: Como o senhor sentiu esse despertamento para voltar-se para o Lions?
Edemorino Oliveira: Engraçado, eu era leão e não sabia. Sabe como é que é? Fui convidado várias vezes! E por várias vezes eu disse “não”. Um dia fui de novo convidado e eu falei “O que é que eu vou fazer nesta instituição? Bater palmas para essas pessoas que eu nem sei porque?”. Na verdade, o espírito do Lions não é esse. O espírito do Lions é “Servir à coletividade”. É servir ao necessitado.

Equipe Wolff: Quem foi esse amigo que lhe puxou para o Lions?
Edemorino Oliveira: Quem foi “o meu padrinho” – como a gente chama – Dr. Ruy Guimarães. Ele me fez o convite várias vezes, é sogro do meu filho. E assim houve essa oportunidade para eu ingressar para o Lions.

Equipe Wolff: Qual foi a mudança que ocorreu na sua vida desde que o senhor entrou para esta realidade?
Edemorino Oliveira: Uma transformação muito grande. Porque a gente dando, a gente recebe. Então, quando a gente faz as campanhas como nós fizemos agora... nós doamos 2 mil brinquedos no dia 12 de outubro, Dia das Crianças. Nós já temos essa campanha há 10 anos! Já distribuímos 7 mil brinquedos à coletividade carente. E um abraço, um sorriso da criança, não tem como pagar! Esse é o nosso ideal.

Equipe Wolff: O senhor tem a família também participando desse ideal?
Edemorino Oliveira: O mais importante do leonismo é que a gente pede para que a família... quando a gente entra para o movimento, que a gente traga a família. Muitas das vezes a gente não consegue. Mas na minha família, eu sou muito privilegiado! Porque a minha mulher está dentro do Lions, meu filho, meus netos. Cada um dentro de uma atividade. Minha mulher por exemplo é coordenadora numa campanha internacional. Meu filho é meu diretor social. A minha nora, ela faz parte ajudando meu filho na diretoria social. E o meu neto será parte dos futuros leões, hoje sendo castores. 

Equipe Wolff: Isso quer dizer o que?
Edemorino Oliveira: Isso quer dizer que ingressando no Lions existe uma parte para crianças. Eles aprendem a doar. Assim como nós doamos. É muito mais importante uma criança receber um abraço de uma criança, do que uma criança receber de um adulto.

Equipe Wolff: Como é que vocês fazem o evento?
Edemorino Oliveira: A gente visita as comunidades carentes, a gente vai no hospital, aonde estiver alguém precisando.

O LEÃO É LÍDER, A FAMÍLIA É UNIDA


Equipe Wolff: Como é que consegue fazer com crianças, para se interessar a participar?
Edemorino Oliveira: Isso é muito importante. Eu por exemplo – fui chefe de escoteiros. O chefe de escoteiros tem uma facilidade de conseguir os lobinhos. Os lobinhos são pequenos prestadores de serviços, do melhor possível. Eles se tornam juniores do Sempre Alerta. E nos seniores, nós servimos, está certo? E a minha família está totalmente ligada ao Lions.

Equipe Wolff: E o senhor acha que sua infância interferiu em gostar e hoje estar aqui no Lions?
Edemorino Oliveira: Talvez isso seja nato. Leonismo, ele é líder. Existe até conflito por sermos todos líderes.

Equipe Wolff: O senhor identifica na sua educação o que lhe fez seguir rumo de liderança? O que é o determinante para ser líder?
Edemorino Oliveira: A família em primeiro lugar. A família e a religião têm que estar presente na vida da pessoa. A família é o alicerce de toda a vida de um homem. O alicerce de um homem sai de uma família. Que é de onde se traz bons cidadãos. Esses bons cidadãos, ele representa isso através de atos diante das pessoas que dele necessita. Porque? Porque somos todos iguais. Então nós que tivemos a sorte de Deus de nos dar uma condição um pouquinho melhor, nós temos que dividir um pouquinho.

Equipe Wolff: Qual a perspectiva de futuro?
Edemorino Oliveira: Eu acredito na juventude. Hoje nós temos condições muito melhores do que tivemos no passado. Eu hoje estou tendo uma condição muito melhor do que meu pai. Meu filho está tendo uma condição muito melhor do que a minha.

Equipe Wolff: Em que sentido o senhor está falando?
Edemorino Oliveira: Na educação. No atendimento. Na comunicação. No trazer o bem estar para todos.

Equipe Wolff: Como é que o senhor consegue com essa competição de jogos eletrônicos, baladas, tirar os jovens desse tipo de ambiente e trazer para este da solidariedade?
Edemorino Oliveira: Eu sempre digo uma coisa “Meu filho não é meu filho. O meu filho é meu amigo”. Meu pai sempre dizia o seguinte “O avô é um cavalo brabo que o filho amansa para o neto montar”. Isso vem de berço. Na família unida, ela fica entrelaçada de uma tal maneira, que nada de ruim consegue romper.

Equipe Wolff: Então o senhor nunca sente solidão?
Edemorino Oliveira: Graças a Deus não. Meu lema é esse aqui “Viver intensamente cada dia”. Porque aos 16 anos eu estive um ano e 3 dias internado. E a morte chegou pra mim e me perguntou o seguinte “Posso te levar?”. E eu falei “Dá pra esperar um pouquinho?” Estou com 64 anos, e ela está esperando. Eu tinha um problema sério na perna, excesso de crescimento. E eu cresci muito rápido. Eu morava em Angra dos Reis e vim pra Friburgo depois. Hoje estou aqui. Eu conheço a minha esposa desde os 5 aninhos. Sou casado há 41 anos. Eu sempre digo que nós não nos beijávamos. Nós trocávamos chupeta. Ela cresceu. Teve os namorados dela, rompeu, enfim... no final estamos aqui juntos. Cada um teve sua formação. Ela se formou em psicologia. Um dia eu me formei em contabilidade, depois me formei em advocacia. Hoje eu sou representante comercial.

Equipe Wolff: Que empresa o senhor representa?
Edemorino Oliveira: Eu represento as fechaduras Arouca. Eu sou dono da academia Paulo Ercum em Nova Friburgo. Nós temos também uma escolinha do Mickey, atendemos crianças. E aqui a gente ajuda mais um pouquinho.

Equipe Wolff: E quando é que aconteceu esse amor, de se encontrar, de um olhar pro outro e se querer?
Edemorino Oliveira: Foi uma coisa até engraçada. Ela namorava um amigo meu. E com o passar do tempo, um dia, numa época lá em Angra dos Reis, meu amigo me falou “eu vou ao Rio, você toma conta da Ângela?”, eu digo “Tomo!”. E estou tomando conta dela até hoje!


Diz Ana Maria Wolff no seu livro Percepção © 2011: “A força de dar com desapego, e receber com simplicidade, é o equilíbrio da vida. Só que o ato de dar sempre antecede o de receber”. //

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