Um dos maiores especialistas em Bíblia nos relata o
exemplo de Moisés.
Veja o exemplo da educação de um grande líder na
Antiguidade.
Vamos conhecer agora em entrevista exclusiva ao
jornalista Reinaldo Wolff:
JONAS DIAS DE
CARVALHO
Eu tenho esse hábito da leitura. O assunto religioso é
o que eu mais entendo. Inclusive eu vou só participar de uma coisa, não por
exaltação própria: o governo de Israel promoveu um concurso bíblico em 1981.
Foi o 5º Concurso Bíblico Internacional. Nessa ocasião eu tinha quebrado o braço,
não estava fazendo nada, vi o anúncio na televisão, um anúncio muito rápido -
porque era gratuito. Eu me inscrevi para participar. De cada país seria
escolhido um candidato para ir para Israel, fazer a final. Fui fazer a 1ª
prova, tinha 296 candidatos. Para selecionar 12. Eu estava entre esses 12.
Tinha entre esses 12 - 6 adventistas do 7º dia. Na 2ª prova, para tirar 3.
Ficou um pastor batista. Pastor passa a vida toda só pregando o evangelho. Eu não.
Eu sou um escultor. Um cinzelador. Prateiro. Minha profissão é esta. Eu vivo
disso. Trabalho com peças de valor, faço restauração. Só não tenho feito
atualmente porque minha fundição foi desativada.
Mas então, atualmente só estou fazendo restauração
para os antiquários do Rio. O único meu concorrente atualmente é meu filho.
Porque no Rio de Janeiro os prateiros todos morreram. Como é uma profissão
muito difícil, faço peças de prata. Eu fabricava e restaurava peças de prata.
Restauro ainda. Ultimamente só tenho feito mesmo restauração.
Reinaldo Wolff: O senhor colocou um aprendiz?
JONAS DIAS: Leva muitos anos para aprender. Leva 10
anos. Meu filho começou com 5 anos de idade.
Reinaldo Wolff: Então o senhor já deixou um herdeiro?
JONAS DIAS: A minha filha é cinzeladora. O cinzelador é
o escultor em metais. É o que faz aqueles desenhos com martelos. Ela trabalhou
até uma certa idade e depois ela teve um problema no ombro e não pôde mais
trabalhar.
Reinaldo Wolff: E não ensinou mais alguém?
JONAS DIAS: Não. Porque leva uns 10 anos para começar
a trabalhar. Quem quer levar 10 anos aprendendo uma coisa dessas? Só mesmo de
pai para filho, não é? Por isso que não tem mais ninguém.
Reinaldo Wolff: O ourives já é uma atividade dos
judeus que vêm da Antigüidade.
JONAS DIAS: Inclusive o Museu Nacional de Israel (ele
interrompe) aqui na Bíblia está escrito Bezaleel, não é. É Bitzael, a pronúncia.
Isso foi um judeu, que eu trabalhei para ele, que me falou. Quando eu falei
Bezaleel, foi escolhido por Deus para fabricar os itens do santuário. Não era
templo. Templo foi Salomão que fez. Eu posso até mostrar. Deus deu sabedoria a
Horibe e a Bezaleel. Dois homens que construíram a Arca, daquele conserto, que
tinha os querubins. Veja aqui no Êxodo.
Reinaldo Wolff: O senhor é de pai e mãe judeus?
JONAS DIAS: Meu pai, eu tenho impressão que era judeu.
Minha mãe era. Talvez porque o sobrenome dela era Dias. Correia Dias era a família
de minha mãe. Mas voltando à estória do final desse concurso. Fiquei em 2º
lugar no Brasil. O primeiro lugar foi um jovem adventista de São Paulo. Ele foi
para Israel para a competição. Era um candidato de cada país. Ele empatou em
primeiro lugar com um rabino de Israel. Tiveram que dar duas medalhas de ouro.
Francisco Alves Pontes.
Reinaldo Wolff: Pontes é família de Fortaleza, não é?
JONAS DIAS: Fiquei conhecendo ele no concurso. Mas ele
já havia ganho um concurso bíblico anterior promovido pela nossa Igreja. Mas
este foi pelo governo de Israel. Não fizeram mais esse concurso. Não sei
porque.
Reinaldo Wolff: Quem sabe o senhor ganha um novo
concurso desse tipo?
JONAS DIAS: Atualmente minha mente não está tão boa
para lembrar. Estou esquecendo até nome de rua... É que a idade vai chegando, a
memória vai enfraquecendo, não é?
Reinaldo Wolff: Penso que não é só a questão da memória.
Eu tenho uma teoria que está no meu livro “Einstein II”, de que o que leva a esquecimento (e até à questão de
Alzheimer) é quando a pessoa sofre. E o sofrimento, de alguma forma, a pessoa
quer deletar de dentro de si aquilo tudo.
JONAS DIAS: Concordo. Pode ser mesmo, porque eu tenho
passado por aflições.
JONAS DIAS: Provavelmente seja isto. Porque tive
algumas decepções com pessoas.
Reinaldo Wolff: Eu só quero o bem. Não quero mal a
ninguém. A paz é fundamental para vivermos bem. Einstein falou isso - “A única forma de
nos sentirmos humanos é na paz”. Não
há como nos sentirmos humanos sem que haja o sentimento de paz. A paz é
fundamental. Vou dizer ao senhor uma coisa que meu pai me ensinou. O pai foi um
comandante militar. Então, o que aconteceu? O comando anterior, quando ele
entrou como assessor naquele quartel, perseguiu muito ele. O pai orava
diariamente pelo comandante dele. Quando o comandante largou o posto, e o pai
assumiu, ele veio pedir perdão ao pai! O pai disse: “O senhor não
precisa me pedir perdão. Em Cristo tudo já está perdoado! Eu lhe quero bem!” E aí a mágoa
apagou e ele saiu de lá abraçando meu pai. Em casa o pai me disse que esse fato
emocionou muito a ele! Porque alguém que lhe perseguia, de repente lhe deu um
abraço sentido. Isso demonstra que toda aquela perseguição tinha acabado! E
tinha nascido ali uma nova amizade! Então é muito importante rezar.
JONAS DIAS: Mas aqui no Cap. 25 do Êxodo, v. 8, o Moisés
recebeu uma ordem de Deus para levantar o tabernáculo. “E me farão um
santuário e habitarei no meio deles”. Aqui ele deu toda a explicação de como seria esse
santuário. Eles construíram esse tabernáculo.
Reinaldo Wolff: A Arca que está no filme de Harrison
Ford, não é? Ele fala “é a
arca perdida”.
JONAS DIAS: É. Essa arca, quando os babilônios estavam
para invadir Jerusalém, o profeta Jeremias chamou alguns sacerdotes piedosos, e
ocultaram essa arca numa caverna e até hoje ninguém sabe onde está.
Reinaldo Wolff: Não estariam nessa arca os papiros
escritos por Jesus? Se Jesus falava diversos idiomas...
JONAS DIAS: Não. Os papiros que encontraram no Mar
Morto na caverna de Kundam foi um pastor de cabras que encontrou. Pensando que
tinha alguma cabra na caverna. Bateu numa coisa oca. Eram potes de barro
contendo pergaminhos. Tinha o livro do profeta Isaías. Até serviu para provas
que a Bíblia mantém-se intacta. Não mudaram o sentido da Bíblia.
Reinaldo Wolff: Mas aí há um erro. Porque eles fizeram
os livros apócrifos. Não eram estes os livros apócrifos?
JONAS DIAS: Eles introduziram esses livros por volta
do ano 1300.
Reinaldo Wolff: No ano 300 da Era Cristã eles fizeram
a Igreja Católica.
JONAS DIAS: É. Foi quando o Constantino ao invés de
perseguir os cristãos, ele fez um acordo político... Porque ele não era cristão!
Ele era pagão! Tanto é que a 1ª exigência dele foi que o dia do sol substituísse
o sábado. Porque ele era Tramita, ele acordava o Deus Mitra, entendeu agora?
Reinaldo Wolff: O senhor tem um profundo conhecimento.
Martha Wolff: Estou fascinada. Há muito tempo que eu
estava querendo ouvir um debate religioso, mas de pessoa entendida. Que desse
uma opinião, fundamentos. É isso que o leitor quer. Ouvir pessoas de conteúdo.
Estamos vivendo hoje em dia numa sociedade muito anarquista... É necessário
bons exemplos. É derramar um pouco desse seu conhecimento. Há pessoas que
precisam de uma orientação. Por exemplo, Friburgo está uma cidade sofrida. É a
cidade das artes, dos artistas. Mas foi devastada por problemas.
JONAS DIAS: Eu soube que um candidato, há um tempo atrás,
para se eleger, prometeu colocar trem em Friburgo.
Martha Wolff: Realmente, o candidato tinha essa intenção.
Foi aclamado como prefeito. E como Moisés, estava com mais de 80 anos quando
assumiu o governo. Ele não tinha sido escolhido na convenção do partido e se
sentiu traído. No mesmo dia que minha mãe escreveu um artigo no jornal dizendo:
“Vai desistir de
tudo?” Saiu
uma página inteira com a entrevista dele. Ele muito triste porque não tinha
sido escolhido pelo partido. De repente ele tomou a decisão. Espero que o
artigo de minha mãe tenha dado uma pitadinha de incentivo. Tomou uma decisão e
mudou de partido e se candidatou e ganhou. Mas ele caiu. (Ela previu que
haveria um impedimento!)
JONAS DIAS: É que eu passo sempre por Friburgo - mas não
o conheci.
Martha Wolff: Nós o conhecemos desde 1975. Ele era o
prefeito em 78, vizinho nosso. Meu pai o conhecia, tinha longos papos com ele.
Então nós vimos o perfil desse prefeito como engenheiro e como prefeito até a
data do idoso. Penso que foi uma pena Friburgo atingida por uma catástrofe da
natureza, e o prefeito um engenheiro.
Reinaldo Wolff:
O absurdo é que na linha férrea na passagem de Cachoeira de Macacu, à
noite desapareciam os trilhos e isso interferiu no progresso da região.
Martha Wolff: A intenção do prefeito era tirar o trânsito
da rua principal e colocar o trem. Porque a rua principal de Friburgo trepida
quando passa um ônibus. Então a idéia dele poderia ser espetacular.
Infelizmente foi afastado da política.
JONAS DIAS: Esse foi o comentário que eu ouvi. Porque
passo sempre por Friburgo porque tenho uma casa por lá. Sou daquela região. Nós
começamos uma igreja, eu e minha esposa. Sou um evangelista voluntário. E vim
morar em Itaboraí com essa finalidade. Continuando então, quando Constantino
subiu ao poder ele disse “Eu
vou me tornar um Cristão”
porque os Imperadores anteriores só perseguiram os cristãos. Porque além de
serem pagãos eles se consideravam deuses. E as pessoas tinham que colocar
incenso em homenagem ao deus Imperador. E quem era cristão não fazia isso! E a
Igreja Cristã, cansada de ser perseguida e de ser confundida com judeus que se
revoltavam contra o Império Romano (porque os Cristãos não se revoltavam. Eles
eram judeus mas Jesus não ensinou isto. Jesus ensinou que deve-se viver em
paz). E pela profecia de Daniel, cap. 9, relativo ao povo judeu. A primeira
profecia de Daniel foi dada ao Rei Nabucodonosor. Foi dado um sonho a ele de
uma estátua. Aqui conta a estória da educação dele. É muito interessante. Pois é
estória de líder. Ele foi transportado de Jerusalém para a Babilônia. O rei
Nabucodonosor pegou os jovens mais cultos e de família real para administrar o
império. Porque o primeiro império Mundial foi o da Babilônia, não é? Então o
resultado: ele pegou Daniel e mais três companheiros que se destacaram lá.
Azarias, Mizael e Ananias. Esses quatro jovens não tinham culpa nenhuma de
terem sido deportados para lá. Porque o povo de Israel se entregou à idolatria.
E Deus foi “obrigado” a dar esse
castigo neles. Foram 70 anos de cativeiro. O profeta Jeremias falou desse
cativeiro. O cativeiro foi na Babilônia. Já o cativeiro do Egito foi antes do
povo de Israel se tornar nação, Daniel 9:2, cap. 9, verso 2. Esse foi quando os
descendentes de Jacó foram para o Egito e houve 7 anos de fome. José tinha sido
vendido. Acabou se tornando governador do Egito. Evitou que o mundo passasse
fome. Porque ali o mundo civilizado era aquela região, não é? E ele que
desvendou o sonho do Rei Faraó. E que haveria 7 anos de fome. Resultado: a família
dele foi parar lá no Egito. Agora, Abraão, que foi o pai dessa nação. Deus já
havia profetizado para Abraão “A tua
descendência será de peregrinação em terra estranha por 400 anos” GÊNESES, cap. 15, verso 13. Foi
o que aconteceu. Mas a profecia dizia “Vou libertar-los com grande poder”. Porque depois
que José morreu o outro faraó que veio, quando viu aquele povo estranho lá, ele
disse “Esse
povo é um perigo para nós, vão acabar se apossando do Egito”. O que eles
fizeram? Escravizaram e mandaram matar os meninos. Aí nasceu Moisés, filho de
israelitas, tribo de Levi. Quando Moisés nasceu, a mãe conseguiu escondê-lo por
três meses. Mas uma criança chorando e aqueles soldados passando para ver se
tinha algum menino para jogar no Rio Nilo... É, para os crocodilos devorarem. É
isso! É. Resultado: quando viu que não conseguira mais ocultá-lo fez um
cestinho de junco, betumou o cestinho e colocou a criança no Rio Nilo. E a irmã
dele, Miriam, ficava vigiando a margem do rio. E quem foi se banhar no rio? A
princesa! A filha do faraó. Quando ela chegou lá com as criadas e viu aquela
criança e sua intuição de mãe “Ah, já
sei! Filho desses hebreus!” Aí a
Miriam se aproximou e perguntou: “Quer que arranje uma ama para cuidar dessa criança?” A princesa
adotou e pronto! Miriam chamou a mãe para cuidar da criança. A mãe criou Moisés
até os 12 anos e fez a formação espiritual dele “Nós somos o povo de Deus, estamos
morando aqui como escravos, mas Deus vai nos libertar daqui”. Tá bom, mas
com 12 anos ela teve que entregar Moisés. E aqui tem um detalhe no livro de
Hebreus, a gente tem que estudar o livro todo, porque esse detalhe não tem lá
no Êxodo. Vou lhe mostrar qual foi a educação de Moisés - Hebreus, cap. 11,
versos 23 a 29. É linda essa história.
Reinaldo Wolff: Desde quando o senhor estuda a Bíblia?
JONAS DIAS: Aos 7 anos de idade eu já estava lendo a bíblia,
então eu conheço essas histórias. Pode ler aqui.
Reinaldo Wolff: Vou ler “Pela fé, Moisés já nascido, foi
escondido 3 meses pelos seus pais. Porque viram que era um menino formoso. E não
temeram o mandamento do Rei. Pela fé Moisés já sendo grande recusou-se ser
chamado filho da filha do faraó”.
JONAS DIAS: Ele ia ser o próximo Faraó! Pode continuar
lendo.
Reinaldo Wolff lê: “Escolhendo ser maltratado com o povo de Deus do que
por um pouco de tempo gozar os prazeres do Egito”
JONAS DIAS: É. Ele só pensava na recompensa da salvação
que Deus um dia daria pra ele, entendeu? Então ele pensou, ser rei do Egito é
uma coisa passageira, porque essa vida nossa aqui é passageira. Veja o livro de
Átus esse verso “E
Moisés foi instruído com toda a ciência dos egípcios”, Atos, cap. 7, versos 20 a 38. Era
o povo mais adiantado do mundo. Continue lendo.
Reinaldo Wolff lê: “E era poderoso em suas palavras e obras. Quando
completou a idade de 40 anos veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os
filhos de Israel”.
JONAS DIAS: É. Porque ele só vivia no palácio, entendeu? Ele estava preparado. Quem dava as
instruções eram aqueles sacerdotes pagãos. Adoravam HA. E tinham vários deuses,
o Egito! Vários deuses que eles adoravam. Mas ele não perdeu as instruções
dadas a ele pela mãe até os 12 anos de idade. Aos 40 anos ele teve que fugir.
Depois de tudo isto Deus foi dar uma lição de humildade a ele. De mansidão. “Mas ele cuidava
que seus irmãos haviam de entender que Deus ia lhes dar a liberdade pela sua mão.
Mas eles não entenderam. Porque ele viu dois irmãos israelitas brigando e
perguntou. Se vocês são irmãos, porque estão brigando? Aí quando escutou
aquilo, Moisés ficou sabendo que aquele homem que ele defendeu, matando uma egípcio
- já tinha espalhado a notícia. Ele teve que fugir. O rei logo soube e começou
a procurar Moisés para matar. Moisés fugiu para terra de Median - e lá se
tornou um pastor de ovelhas. Passou 40 anos pastoreando ovelhas. Foi quando
Deus apareceu para ele, aos 80 anos - Moisés viveu 120 anos! Dos 80 aos 120
anos é que Moisés libertou o povo de Israel. Mas só depois que ele aprendeu a
ser manso. O pastor de ovelhas tem que ter muita paciência. Aí Deus deu lições
de paciência, porque ele ia conduzir um povo rebelde.
JONAS DIAS: CONCEITO - Procurar conhecer o conteúdo da bíblia sem a
interferência dos teólogos. Voltar nossos princípios para a Bíblia Sagrada.
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