quarta-feira, 18 de agosto de 2010

‘Nós do Morro’ em única apresentação

A peça teatral ‘Barrela’ será encenada no teatro Bebete Castillo, do Centro de Arte, na próxima sexta-feira, 20, às 20 horas, com a trupe do Vidigal, o grupo ‘Nós do Morro’. A montagem, com o texto do dramaturgo brasileiro Plínio Marcos, foi contemplada pelo edital ‘Circuito das Artes 2010’ da Secretaria Estadual de Cultura.

A peça, que revela de forma crua a realidade carcerária do país, terá sua primeira exibição pelo ‘Circuito das Artes 2010’ em Nova Friburgo, em única sessão, seguida de debate sobre o processo de trabalho do elenco e da direção para a elaboração do projeto. ‘Barrela’ tem classificação etária de 18 anos e é fruto de mais uma parceria da Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria Municipal de Cultura, com o Governo do Estado do Rio de Janeiro.

O teatro do Centro de Arte, localizado na praça Getúlio Vargas, 71, tem capacidade para cem pessoas. A peça terá a duração aproximada de 60 minutos e os ingressos poderão ser adquiridos por R$10 no próprio dia da apresentação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2533-1359 e quem quiser conhecer o grupo pode acessar o site www.nosdomorro.com.br

O grupo ‘Nós do Morro’ é uma associação cultural, sem fins lucrativos, fundada em 1986 com objetivo de proporcionar o acesso à arte e à cultura para a população do Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro. Sua trajetória é repleta de realizações, construídas a partir de uma filosofia de valorização do convívio coletivo, respeito à diversidade, solidariedade e busca da autonomia.

A qualidade da ação cultural desenvolvida pelo ‘Nós do Morro’ obteve o reconhecimento da crítica e do governo brasileiro; e entre os prêmios recebidos, destacam-se: Ordem do Mérito Cultural e Prêmio Escola Viva, concedidos pelo Ministério da Cultura, além de Menção Honrosa da Unesco. O grupo ‘Nós do Morro’ é patrocinado pela Petrobras desde 2001 e tem o elenco: Anderson Lugão, Artur Monteiro, Fábio Barcelos, Guilherme Coutinho, Hélio Rodrigues, Hélio Rosa, Hugo Alves, João Henrique Gago, Jonathan Azevedo, Leonardo Xavier, Luis Delfino, Nino Batista, Paulo Pereira, Luã Batista, Robson de Faria, Sander Santiago e Tiago Gomes.

Uma história real

Baseada em uma história verídica, ‘Barrela’ é a primeira peça escrita por Plínio Marcos, reproduz a história acontecida com um rapaz na cidade de Santos, no litoral paulista. Preso por uma briga de pequenas proporções, ele foi estuprado por companheiros de cela. Solto, dois dias depois, jurou vingança e matou quatro dos presos que participaram da ação.

Chocado ao ouvir o relato, Plínio Marcos decidiu contar a história em forma de diálogo, imaginando situações ocorridas antes, durante e depois do episódio do estupro. ‘Barrela’ teve uma única apresentação em 1º de novembro de 1959, quando foi proibida pela Censura Federal. Considerado forte e inadequado, o texto permaneceu censurado por 21 anos, sendo, enfim, remontado no início dos anos 1980.

Segundo o diretor Paulo Giannini, a peça fala sobre a disputa de poder entre os homens, a reinvenção da ordem onde não há ordem e sobre o ser humano, enjaulado e prestes a enlouquecer por terem tirado sua liberdade de se refazer, reaprender, renascer. “O texto permanece atual e a única alteração feita pelo grupo à montagem original é a inclusão de um coro de atores para reforçar a idéia de superlotação da prisão”.

Na parte técnica: Márcia Francisco (iluminação), Paulo Giannini (cenografia), Luã Batista (operador de luz), Leila Mendes, Alessandra Penna e Rachel Vitalino (preparação vocal), Auge Design (programação visual), Arthur Sherman (fotos), Martha Avelar (coordenação de produção), Luciana Rodrigues (produção executiva), Zezé Silva (direção de produção), grupo Nós do Morro (figurino) e Guti Fraga (Diretor Artístico).

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